O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um apelo veemente a deputados, pedindo que contactassem o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente em viagem aos Estados Unidos, para que ele cesse ações consideradas prejudiciais. Em sua declaração, Haddad usou as palavras: **”Haddad Pede a Eduardo Bolsonaro para “Parar de Passar Vergonha”**.
A solicitação ocorreu durante uma sessão da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. O ministro dirigiu-se aos presentes, enfatizando a importância de intervir junto ao parlamentar para que suas atitudes externas não resultem em prejuízos ao país e transtornos à população brasileira.
Haddad Pede a Eduardo Bolsonaro para “Parar de Passar Vergonha”
Haddad foi direto em seu pronunciamento: “Não sei quem aqui é amigo do Eduardo Bolsonaro, mas, quem for, tem que ligar pra ele [e falar] ‘para de passar vergonha, para de prejudicar o país, para de encher a paciência do povo brasileiro com um negócio que não vai dar em nada'”. A fala veio à tona após membros da oposição questionarem a falta de comunicação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente americano Donald Trump, evidenciando o clima de debate acalorado no parlamento.
Ações Polêmicas de Eduardo Bolsonaro nos EUA
Desde março, o deputado Eduardo Bolsonaro encontra-se em solo americano, engajado em articulações que visam impor sanções a figuras públicas brasileiras. Dentre suas ações, estão propostas de punições econômicas ao Brasil, incluindo a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos e a aplicação da Lei Magnitsky. O alvo específico dessas medidas seria o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e sua esposa, o que gerou forte repercussão e críticas do governo brasileiro.
Em complemento às suas críticas, Fernando Haddad reforçou o pedido para que os envolvidos, referindo-se a Eduardo Bolsonaro e ao influenciador Paulo Figueiredo, “encerrem o assunto”. O ministro foi categórico, sugerindo que “peguem um avião, voltem e comecem a trabalhar”, buscando concentrar os esforços em pautas internas e construtivas para a nação.
Debates Intensos e Acusações na Comissão de Agricultura
A sessão na Comissão de Agricultura prosseguia em um ambiente tenso quando, próximo ao seu encerramento, o presidente do colegiado, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), contestou as declarações de Haddad. Nogueira sugeriu que Eduardo Bolsonaro seria detido assim que retornasse ao Brasil. “Não adianta o Eduardo pegar um avião. [Ele] vai chegar aqui e vai ser preso. A perseguição política aqui…”, declarou o deputado, antes de frear a própria fala para evitar um embate ideológico mais profundo.
Importa ressaltar que, até o momento das discussões, Eduardo Bolsonaro não é alvo de nenhum mandato de prisão. No entanto, na última segunda-feira, dia 22, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia contra o deputado por obstrução de Justiça. A acusação se fundamenta na sua atuação nos Estados Unidos, que teria como objetivo interferir no processo criminal em curso contra seu pai, Jair Bolsonaro (PL), recentemente condenado a 27 anos de prisão. Para mais detalhes sobre esta denúncia, confira a notícia sobre a ação da PGR contra o deputado: PGR denuncia Eduardo Bolsonaro por obstrução de Justiça.
Foco em Políticas Econômicas e Reações da Oposição
O embate entre Fernando Haddad e deputados de oposição na Comissão de Agricultura não se limitou às críticas a Eduardo Bolsonaro. A Folha destacou que a sessão foi marcada por intensos debates, nos quais a oposição criticou duramente o aumento de impostos e até apelidou o ministro de “Taxadd”. Deputados expressaram preocupação com o alegado aumento no nível de endividamento de produtores rurais, pedindo explicações e soluções ao titular da pasta econômica.
Em sua defesa, Haddad argumentou que as políticas implementadas pelo governo federal têm como alvo parcelas mais abastadas da população. O ministro defendeu ainda a taxação das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e mencionou a possibilidade de reavaliar o montante de R$ 12 bilhões destinados à liquidação de dívidas de agricultores impactados por eventos climáticos extremos. A discussão ilustra a complexidade da gestão econômica e as tensões entre as visões governistas e oposicionistas no Congresso Nacional.
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O episódio no Congresso demonstra a polarização política e a intensidade dos debates em torno de ações de representantes brasileiros no exterior e as políticas econômicas domésticas. Continue acompanhando a cobertura completa em nossa editoria de Política para mais análises sobre o cenário político nacional.
Crédito da imagem: Adriano Machado/REUTERS
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