Governo Lança Fórum de Mulheres na Saúde para SUS

Saúde

O Fórum de Mulheres na Saúde foi oficialmente lançado nesta terça-feira, 28 de maio, em Brasília, consolidando um marco estratégico para aprimorar as políticas públicas voltadas para o público feminino. A iniciativa, que visa promover a saúde integral e a equidade de gênero, é fruto da colaboração entre o Ministério da Saúde e o Ministério das Mulheres.

Durante a cerimônia, os titulares das pastas, Alexandre Padilha (Saúde) e Márcia Lopes (Mulheres), ressaltaram a relevância de um espaço dedicado ao debate permanente e à construção coletiva. A proposta é assegurar a participação social ativa no Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo que as demandas e necessidades das mulheres brasileiras sejam devidamente consideradas na formulação das ações governamentais.

Governo Lança Fórum de Mulheres na Saúde para SUS

A criação do fórum sublinha o compromisso do governo federal em fortalecer a presença e o valor das mulheres no âmbito da saúde, destacando sua participação como usuárias e profissionais do SUS. No contexto da sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o Ministro Padilha enfatizou que a saúde da mulher representa uma prioridade absoluta para a sua pasta, dada a predominância feminina em diversas frentes do sistema de saúde do país.

Padilha detalhou que as mulheres não apenas constituem a maioria dos usuários do SUS, procurando atendimento para si ou acompanhando familiares como filhos, maridos, pais e avós, mas também formam a maior parte da força de trabalho no setor. Dados apresentados indicam que 75% dos profissionais do SUS são mulheres, e na área da saúde como um todo – tanto pública quanto privada – essa proporção atinge 65%. Essa constatação reforça a justificativa para que a saúde feminina seja tratada como uma pauta central e inegociável para o avanço da saúde pública nacional. A relevância deste tema é também amplamente reconhecida por instituições globais, como a Organização Pan-Americana da Saúde, que dedica recursos significativos ao estudo e à promoção do bem-estar feminino.

A Ministra Márcia Lopes salientou que o modelo de participação social, com representatividade de diversos segmentos, é crucial para que as políticas públicas realmente contemplem as singularidades regionais e locais. Ela destacou a existência de inúmeros grupos, movimentos e entidades nos estados e municípios, cujos líderes e ativistas possuem profundo conhecimento da realidade local e podem oferecer soluções efetivas. O fórum se propõe, portanto, a ser um canal para canalizar essas experiências e saberes para a formulação de ações governamentais mais assertivas e adaptadas às demandas de saúde da mulher em todo o território nacional.

Apoio e Visão das Lideranças Femininas

O evento contou com a presença de apoiadoras e lideranças que engrandeceram o debate com suas perspectivas. Lu Alckmin, esposa do vice-presidente Geraldo Alckmin, reforçou a importância do diálogo e da escuta ativa para empoderar e valorizar as vozes femininas no processo de construção de políticas de saúde. Essa troca de experiências e o reconhecimento das vivências individuais são pilares para o desenvolvimento de programas mais inclusivos e eficientes.

Luiza Brunet, ativista, empresária e ex-modelo, caracterizou o Fórum de Mulheres na Saúde como um canal essencial de comunicação entre a sociedade civil e as esferas de decisão política. Ela frisou a necessidade de educar não apenas as mulheres sobre seus direitos e cuidados, mas também os parceiros, para que a saúde mental e física feminina possa ser plenamente desenvolvida. Brunet associou o cuidado integral da mulher a uma menor vulnerabilidade à violência, defendendo que o bem-estar feminino é um escudo social contra abusos e opressões.

Representando o movimento hip-hop, a assistente social Elisandra Martins de Freitas, mais conhecida como MC Lis da Batalha das Gurias, clamou por maior atenção à saúde mental e propôs que o fórum integre e valorize as sugestões de movimentos sociais já atuantes. Lis enfatizou que não há necessidade de “reinventar a roda”, mas sim de identificar as potencialidades existentes em cada território e somar forças com as iniciativas já em curso. Ela propôs que o fórum realize um levantamento desses movimentos para otimizar os recursos e expandir o impacto das ações em prol da saúde feminina.

Aline Sousa, representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) no Distrito Federal, trouxe uma perspectiva socioeconômica importante para o debate. Ela ressaltou que 80% da força de trabalho no setor de reciclagem é composta por mulheres, e destas, 72% são negras. Aline destacou a importância fundamental da reciclagem para a saúde pública e o potencial de contribuição das catadoras para o novo fórum. Ela notou que, muitas vezes, os catadores, focados na sobrevivência, não dimensionam o impacto mais amplo de seu trabalho, mas que as novas gerações estão mais conscientes de como sua atividade é vital para a saúde da comunidade e para a sustentabilidade ambiental.

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Imagem: Marcelo Camargo via agenciabrasil.ebc.com.br

Escopo e Ações Futuras do Fórum de Mulheres na Saúde

Sob a coordenação conjunta do Ministério da Saúde e do Ministério das Mulheres, o Fórum de Mulheres na Saúde funcionará com caráter consultivo e propositivo. Este modelo assegurará que o debate se aprofunde em questões cruciais e que as propostas emergidas sejam factíveis e implementáveis nas políticas públicas de saúde.

Diversos temas relacionados à saúde e ao bem-estar das mulheres estarão na pauta de discussões, incluindo a saúde sexual e reprodutiva, a atenção ao parto e pós-parto, a menopausa, a saúde menstrual, a prevenção da violência de gênero, o suporte à saúde mental e as campanhas de prevenção do câncer. A primeira reunião oficial do fórum está agendada para janeiro de 2026, sinalizando um plano de trabalho contínuo e de longo prazo.

Paralelamente à criação do fórum, a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Ana Luiza Caldas, detalhou um leque de ações governamentais já em curso para garantir os direitos e ampliar o acesso à saúde das mulheres. Dentre as iniciativas mais notáveis está o Programa Dignidade Menstrual, estabelecido em 2024. Este programa já beneficia 3,7 milhões de mulheres e meninas, provendo a distribuição gratuita de 392 milhões de absorventes higiênicos, com um investimento substancial que ultrapassa os R$ 195 milhões.

Outras políticas consideradas estratégicas incluem a Rede Alyne, um programa que destina R$ 1,2 bilhão para o fortalecimento da atenção materna e infantil, abrangendo desde o pré-natal até os cuidados pós-parto e na primeira infância. Além disso, foram citados os conhecidos espaços como as Salas Lilás, que funcionam como locais de acolhimento e suporte para mulheres em situação de violência, oferecendo atendimento especializado e seguro para as vítimas.

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A criação e estruturação do Fórum de Mulheres na Saúde reafirmam a visão do governo federal de que investir na saúde e bem-estar das mulheres é fundamental para o desenvolvimento social e a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. A expectativa é que, com este novo espaço de diálogo e proposição, as políticas públicas se tornem cada vez mais eficazes e alinhadas com as reais necessidades de milhões de brasileiras, ampliando o alcance e a qualidade do atendimento no SUS. Para continuar acompanhando as principais notícias sobre política nacional e os avanços em direitos sociais, permaneça conectado à nossa editoria.

Crédito da imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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