O governo federal anunciou na última quinta-feira, dia 4 de setembro, a publicação do edital para a realização das obras de um importante trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol II). A seção ferroviária em questão, localizada no estado da Bahia, apresenta uma extensão de 35,75 quilômetros. O planejamento prevê que as atividades de construção sejam iniciadas no final do primeiro semestre de 2026, com uma estimativa de geração de cerca de 2,4 mil empregos diretos, o que representa um impacto positivo para a economia local e regional.
A Fiol II, componente fundamental da futura Ferrovia de Integração Oeste-Leste, é projetada para fazer parte de um grandioso corredor ferroviário bioceânico. Este corredor tem como propósito principal interligar os oceanos Atlântico e Pacífico, partindo do Porto de Ilhéus, na costa baiana, e estendendo-se até o Porto de Chancay, situado no Peru. A ambição maior é consolidar um novo eixo de comércio internacional que conecte o Brasil não apenas aos países da região andina, mas também ao crescente mercado asiático, impulsionando novas oportunidades econômicas e logísticas para o país.
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Investimento e Detalhes do Trecho
O investimento previsto para o empreendimento é de aproximadamente R$ 507,1 milhões. Este montante abrange tanto a fase de elaboração do projeto executivo quanto a construção efetiva do trecho ferroviário. A seção a ser construída atravessará dois municípios no sertão da Bahia: Guanambi e Caetité, regiões que se beneficiarão diretamente da infraestrutura. A expectativa de conclusão para esta fase específica da obra é de 43 meses após o seu início, marcando mais um passo em direção à funcionalidade plena da ferrovia.
Alteração no Traçado: Segurança e Meio Ambiente
A definição do traçado da obra passou por uma reavaliação. Em entrevista, André Luís Ludolfo, diretor de Empreendimentos da Infra S.A., detalhou que a rota atualmente planejada foi elaborada levando em consideração a proximidade com o reservatório de água de Ceraíma. Este reservatório é crucial para o abastecimento hídrico de diversas cidades na região da Bahia. O diretor explicou que a rota anteriormente considerada posicionava a ferrovia em uma proximidade perigosa com o corpo h’ídrico, o que poderia gerar riscos estruturais significativos.
“Havia um risco de a gente começar a obra e ter um impacto nessa barragem, como uma trinca se romper”, contextualizou Ludolfo, salientando os perigos potenciais envolvidos. Com a revisão, o novo traçado foi planejado de forma a afastar a linha férrea do reservatório. Essa alteração estratégica visa garantir não apenas a segurança ambiental da região, prevenindo possíveis acidentes ecológicos, mas também oferece maior segurança técnica à estrutura da ferrovia e ao sistema de abastecimento de água. A decisão reflete o compromisso com a integridade das infraestruturas e com a proteção dos recursos naturais da área.
Escoamento da Produção e Visão de Futuro
A Ferrovia Fiol II tem uma extensão total de aproximadamente 485 quilômetros, interligando os municípios baianos de Caetité e Barreiras. Conforme ressaltado por André Luís Ludolfo, a implementação da Fiol II é crucial para a criação de um novo corredor logístico de transporte. O principal objetivo é aprimorar e facilitar o escoamento da vasta produção agrícola e de grãos da Bahia, que é uma das potências do agronegócio nacional. “A nossa expectativa é conectar a Fiol II ao oeste baiano, que é uma região produtora de grãos, graneis agrícolas, e para ser um indutor do desenvolvimento socioeconômico da região também”, enfatizou Ludolfo, evidenciando o potencial da ferrovia como catalisador de progresso.
Além de atender à demanda de escoamento da produção, a ferrovia tem planos de conexão futura com a Ferrovia Norte-Sul, estabelecendo uma importante sinergia com a malha ferroviária já existente no Brasil. Essa integração logística será essencial para criar uma rede mais eficiente e abrangente de transporte de cargas. Segundo o diretor, essa união permitirá, ainda, a ligação com o Porto de Ilhéus por intermédio da Fiol I. A partir dessa conexão, formará-se um grande e robusto corredor de escoamento de diversas cargas, incluindo commodities agrícolas e fertilizantes, otimizando o fluxo comercial e reduzindo custos logísticos para o setor produtivo. Isso solidifica a Fiol como um projeto estratégico de alcance nacional.
A Fiol em Números e Fases de Conclusão
Dos 485 quilômetros que integram a Fiol II, aproximadamente 245 quilômetros já contam com os trilhos instalados e prontos para uso. O trecho remanescente está distribuído em diferentes etapas, seja em fase de construção avançada ou com licitações ainda por serem realizadas, refletindo a complexidade e a grandiosidade do projeto como um todo. A Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) possui uma extensão total de cerca de 1.527 quilômetros e desempenha um papel vital no desenvolvimento da infraestrutura de transporte brasileira. Ela conectará o futuro Porto de Ilhéus, situado no litoral baiano, à cidade de Figueirópolis, em Tocantins. Nesse ponto estratégico, a Fiol se interligará à Ferrovia Norte-Sul, criando uma espinha dorsal de transporte que atravessará o país.
Este sistema ferroviário complexo servirá para fortalecer o sistema de escoamento de produção para o mercado interno e externo, contribuindo significativamente para a competitividade da economia brasileira. O trecho em Guanambi e Caetité representa uma etapa crucial para que as cidades de Barreiras, Caetité, Guanambi e Ilhéus sejam efetivamente integradas a esta vasta malha logística. A interligação promete dinamizar as economias locais e facilitar o acesso a grandes centros de consumo e exportação, impactando positivamente agricultores, indústrias e a população em geral, através da redução de custos de transporte e fomento ao desenvolvimento regional. A obra reafirma a aposta do governo em projetos de infraestrutura de longo prazo.
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Em síntese, o lançamento do edital para este segmento da Fiol II demonstra o avanço no plano estratégico de infraestrutura nacional. Com foco na interligação de mercados, na geração de empregos e na sustentabilidade ambiental através de um planejamento cuidadoso do traçado, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste continua a ser um marco de desenvolvimento e uma aposta no futuro econômico do país, em especial da região nordeste.
FONTE: g1.globo.com/economia
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