O primeiro Centro de Clima e Saúde do Brasil, com foco estratégico na Amazônia, foi oficialmente inaugurado em Porto Velho, Rondônia, nesta terça-feira, 16 de abril. Esta iniciativa representa um passo fundamental do Ministério da Saúde para lidar com os desafios crescentes impostos pelas alterações climáticas na região amazônica e em todo o território nacional. A cerimônia de lançamento, liderada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ocorreu nas novas instalações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no estado.
A criação do Centro de Clima e Saúde (CCSRO) surge como um dos pilares do AdaptaSUS, o abrangente Plano Nacional de Adaptação do Setor de Saúde às Mudanças Climáticas. Este plano estratégico contempla a execução de 27 metas e a implementação de 93 ações programadas para ocorrer até o ano de 2035, visando a estruturar uma resposta robusta e adaptativa para o sistema de saúde brasileiro. O investimento total para o projeto está estimado em cerca de R$ 60 milhões, recursos provenientes conjuntamente do Ministério da Saúde e da própria Fiocruz.
Governo inaugura 1º Centro de Clima e Saúde na Amazônia
A relevância deste novo Centro foi ressaltada pelo ministro Alexandre Padilha, que pontuou como o Ministério da Saúde, durante a Conferência do Clima (COP30), já havia destacado os profundos impactos das mudanças climáticas na saúde da população. A partir da operação do CCSRO, será possível realizar um acompanhamento sistemático de dados e fornecer subsídios cruciais para que as secretarias de saúde locais elaborem e implementem ações preventivas e mitigadoras. O objetivo é reduzir drasticamente os efeitos adversos de fenômenos como queimadas, secas e enchentes, que afetam diretamente o bem-estar e a saúde dos habitantes da região e do país.
Entre as atribuições essenciais do recém-inaugurado Centro de Clima e Saúde estão a fomentação da produção de conhecimento científico e tecnológico de ponta, o desenvolvimento e a capacitação de profissionais especializados na interface entre clima e saúde, e o fortalecimento significativo da capacidade de resposta do Sistema Único de Saúde (SUS) diante dos crescentes impactos climáticos. Adicionalmente, o CCSRO atuará como um suporte vital na formulação e na avaliação de políticas públicas eficazes e direcionadas especificamente para as complexas particularidades da região amazônica, buscando garantir um desenvolvimento sustentável e uma saúde equitativa para todos.
Referência Latino-Americana em Adaptação Climática
Existe uma forte expectativa de que a unidade de Porto Velho não apenas cumpra seu papel em nível nacional, mas também se estabeleça como um polo de referência para outros países da América Latina e do Caribe. Esta projeção visa fortalecer a colaboração regional, em especial no âmbito das iniciativas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), e enriquecer as discussões globais sobre as estratégias de adaptação necessárias para enfrentar as crises climáticas em escala planetária.
Durante o evento de inauguração, o ministro Padilha sublinhou a Amazônia como uma área de prioridade estratégica no AdaptaSUS, frisando sua articulação com a robusta estratégia nacional conhecida como “Mais Saúde Amazônia Brasil”. Conforme detalhou o ministro, apenas na vasta região amazônica, estão em andamento obras que totalizam investimentos superiores a R$ 4,5 bilhões. “Estamos investindo fortemente na construção de novas unidades de saúde, hospitais, unidades básicas fluviais e na adaptação das estruturas existentes à realidade amazônica, com conectividade e kits de telessaúde”, explicou Padilha, evidenciando o comprometimento com a melhoria da infraestrutura de saúde local.
Com a instauração do CCSRO, o Brasil se alinha a nações desenvolvidas como o Reino Unido e os Estados Unidos, que já dispõem de estruturas dedicadas a integrar as agendas climática e de saúde pública. O diferencial brasileiro, contudo, reside na sua focalização direta e profunda na Amazônia. Esta região é crucial tanto do ponto de vista da preservação ambiental global quanto das exigências sanitárias complexas, estabelecendo uma conexão sinérgica entre o AdaptaSUS e o ambicioso Plano Mais Saúde Amazônia Brasil.
Investimentos Adicionais e Expansão de Serviços do SUS
Além da criação deste importante centro, o Ministério da Saúde já havia anunciado, no final de novembro do ano anterior, um investimento adicional de R$ 9,8 bilhões, inteiramente direcionado para a intensificação das ações de adaptação do SUS frente aos desafios das mudanças climáticas. Este aporte substancial reflete a urgência e a amplitude das ações necessárias.
O AdaptaSUS prevê um cronograma de ações categorizadas em curto, médio e longo prazo, com o objetivo primordial de fortalecer os sistemas de alerta precoce, expandir significativamente a vigilância em saúde, promover a capacitação continuada das equipes profissionais, realizar obras de infraestrutura em áreas consideradas mais vulneráveis e intensificar os investimentos em pesquisa e no desenvolvimento de plataformas integradas de dados. A estratégia também visa assegurar a continuidade ininterrupta da assistência à saúde em situações de crise e aprimorar de forma constante a capacidade de preparo do SUS para responder eficazmente a eventos climáticos extremos e inesperados.

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br
Os desafios impostos pelas mudanças climáticas à saúde pública são um tema de crescente preocupação global. A importância de instituições como o Centro de Clima e Saúde e a implementação de planos estratégicos como o AdaptaSUS sublinham o reconhecimento governamental de que a proteção da saúde da população está intrinsecamente ligada à resiliência climática. Informações detalhadas sobre os desafios e estratégias globais para combater esse fenômeno podem ser consultadas na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), uma autoridade reconhecida em saúde pública.
Outras Iniciativas na Região Norte
A agenda do ministro Alexandre Padilha em Porto Velho também incluiu outros importantes compromissos. Ele participou da solenidade que marcou a abertura do primeiro hospital universitário de Rondônia. Este projeto se materializou através de um acordo de cooperação técnica firmado em agosto do ano anterior, que reuniu a Universidade Federal de Rondônia (UNIR), a Prefeitura de Porto Velho e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Na mesma terça-feira, foi formalizado o contrato de aquisição do edifício que, após passar por extensas obras de reforma e ampliação, será doado à UNIR para operar em sua plenitude como um hospital universitário, contribuindo para a formação de novos profissionais e a oferta de serviços especializados à população.
Em outra importante ação, o ministro anunciou investimentos robustos da ordem de R$ 157,5 milhões do programa Novo PAC Seleções, destinados ao município de Ji-Paraná, também em Rondônia. Estes recursos serão empregados na construção de uma moderna maternidade, duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e na aquisição de uma Unidade Odontológica Móvel, ampliando a infraestrutura de atendimento em saúde na região.
A nova maternidade, que integra o inovador programa “Agora Tem Especialistas”, prevê beneficiar mais de 10,5 mil gestantes anualmente, com uma capacidade dedicada a 1,5 mil casos considerados de alto risco. Seus objetivos principais são reduzir significativamente a necessidade de deslocamentos das gestantes para Porto Velho, um centro de referência mais distante, e expandir substancialmente o acesso a um atendimento qualificado e humanizado no interior do estado, democratizando o acesso a serviços essenciais.
Ainda em Ji-Paraná, Alexandre Padilha realizou a inauguração da carreta de saúde da mulher, uma unidade móvel também integrante do “Programa Agora Tem Especialistas”. “Nós estamos com duas carretas do Programa Agora Tem Especialistas em Rondônia. Em Ji-Paraná, está em funcionamento a Carreta da Saúde da Mulher, que realiza mamografias, exames de ultrassom, exames para a detecção do câncer de colo do útero, atendimento especializado à saúde da mulher e biópsias nos casos em que há risco de câncer”, detalhou o ministro. Com essas novas entregas, o país contabiliza agora um total de 41 carretas em operação, distribuídas em 24 estados brasileiros e no Distrito Federal, reforçando a estratégia de levar serviços especializados diretamente à população, especialmente em regiões com menor acesso a centros médicos fixos.
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O lançamento do Centro de Clima e Saúde na Amazônia e os diversos investimentos em Rondônia demonstram a prioridade do governo federal em fortalecer a infraestrutura de saúde e adaptar o SUS aos desafios do século XXI, garantindo cuidado e resiliência à população brasileira frente às mudanças ambientais. Fique por dentro de outras iniciativas relevantes da pasta no cenário nacional, acompanhando nossas próximas publicações na editoria de Política.
Crédito da imagem: Walterson Rosa/MS


