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Gigantes Tech e a Taxa de US$100 Mil no Visto H-1B nos EUA

O anúncio de novas e significativas taxas para o visto H-1B nos EUA deflagrou uma corrida contra o tempo entre as gigantes da tecnologia e outras indústrias, buscando proteger milhares de seus funcionários globalmente. A medida, que altera drasticamente as políticas para trabalhadores estrangeiros, gerou incerteza e mobilização em Washington e no setor corporativo, cujos […]

O anúncio de novas e significativas taxas para o visto H-1B nos EUA deflagrou uma corrida contra o tempo entre as gigantes da tecnologia e outras indústrias, buscando proteger milhares de seus funcionários globalmente. A medida, que altera drasticamente as políticas para trabalhadores estrangeiros, gerou incerteza e mobilização em Washington e no setor corporativo, cujos grupos dependem amplamente do programa H-1B para a atração de talentos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou na sexta-feira (19) a implementação de uma nova taxa de US$ 100 mil – equivalente a R$ 532 mil – para o visto H-1B. Contudo, o decreto presidencial inicial carecia de clareza crucial: não especificava se a cobrança atingiria os indivíduos que já possuíam o documento, mergulhando o setor em grande incerteza.

Gigantes Tech e a Taxa de US$100 Mil no Visto H-1B nos EUA

Diante do cenário de dúvidas, gigantes do setor, incluindo Amazon e Microsoft, agiram prontamente, divulgando diretrizes de emergência. A recomendação clara era para que os atuais portadores do visto H-1B se abstivessem de deixar o território americano até a completa elucidação das novas diretrizes. Adicionalmente, colaboradores que se encontravam fora dos EUA foram instados a retornar ao país antes do domingo (21), data prevista para a efetivação das medidas. Dados do Departamento de Segurança Interna dos EUA revelam que apenas Amazon e Microsoft somaram mais de 15 mil aprovações de vistos H-1B no último ano fiscal. Nenhuma das empresas comentou sobre o tema.

Outras instituições financeiras proeminentes, como o JPMorgan, também orientaram seus funcionários detentores do visto H-1B a suspender viagens internacionais por enquanto, conforme relatos de uma fonte familiarizada com o assunto. A empresa declinou comentar. O Goldman Sachs, em comunicação interna, reiterou a necessidade de “exercer cautela em relação a viagens internacionais” para seus colaboradores com o mesmo visto. A Fragomen, um renomado escritório de advocacia especializado em imigração, igualmente recomendou que seus clientes com petições ou vistos H-1B já aprovados estivessem de volta aos EUA até domingo (21).

Esclarecimentos da Casa Branca Dissipam Dúvidas Iniciais

Um dia após o decreto, no sábado (20), a Casa Branca procurou dissipar a nebulosidade em torno das alterações. Karoline Leavitt, secretária de imprensa, confirmou publicamente que a taxa de US$ 100 mil seria aplicada exclusivamente a novos requerentes, isentando tanto os atuais detentores do visto H-1B quanto aqueles que o estivessem renovando. Leavitt especificou ainda que as novas tarifas passariam a vigorar somente no próximo ciclo de solicitações.

Em uma publicação na rede social X, ela afirmou: “Aqueles que já possuem vistos H-1B e estão atualmente fora do país NÃO serão cobrados US$ 100 mil para reentrar.” E adicionou que “os detentores de visto H-1B podem sair e reentrar no país como normalmente fariam.” Essa clarificação, entretanto, diverge de declarações prévias de Howard Lutnick, secretário de Comércio, que na sexta-feira (19) havia sugerido uma cobrança anual da taxa. Para alinhar os procedimentos, Joseph Edlow, diretor do Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS), instruiu por escrito seus funcionários, no mesmo sábado, a “garantir que suas decisões sejam consistentes” com os termos recém-esclarecidos pela secretária de imprensa. Anualmente, cerca de 400 mil pedidos de H-1B são aprovados, sendo a maioria de renovações de vistos já existentes. Para mais detalhes sobre as diretrizes do Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA, você pode consultar o site oficial da USCIS.

Impacto do Visto H-1B: Da Tecnologia à Saúde

A importância do visto H-1B transcende o Vale do Silício, que o emprega intensamente para recrutar talentos globais como engenheiros, cientistas e programadores. Sua utilidade estende-se a setores como contabilidade e saúde, que também dependem desses profissionais qualificados. No espectro político, enquanto figuras como Elon Musk, um dos maiores doadores de Donald Trump, demonstram apoio ao programa, vozes como a de Steve Bannon, ex-estrategista da Casa Branca, clamam por sua extinção para priorizar a força de trabalho americana.

Repercussões Internacionais: Canadá e Europa Enxergam Oportunidade

As repercussões das novas medidas ultrapassaram as fronteiras dos EUA, despertando reações em nível global. Garry Tan, CEO da Y Combinator, avaliou que a decisão presidencial foi prejudicial às startups e representa um “presente substancial para os polos de tecnologia internacionais”, citando Vancouver e Toronto, no Canadá. Ele pontuou no X que, “em meio a uma corrida armamentista da inteligência artificial, estamos sinalizando aos desenvolvedores que busquem outros lugares”.

Goldy Hyder, líder do conselho de negócios canadense, enfatizou a importância de o Canadá intensificar esforços para atrair profissionais qualificados de que o país precisa desesperadamente. De modo análogo, Alex Tapscott, diretor administrativo do grupo de ativos digitais Ninepoint Partners, com sede em Toronto, previu que as mudanças no visto H-1B poderiam pavimentar o caminho para o Canadá se consolidar como destino preferencial de talentos globais. Em suas palavras, “A perda da América pode ser o ganho do Canadá”.

O continente europeu também observou as movimentações com otimismo. Adrien Nussenbaum, cofundador e co-CEO do unicórnio de tecnologia francês Mirakl, enxerga “uma tremenda oportunidade para a tecnologia europeia”, acreditando que isso fortalecerá a capacidade da Europa de recrutar globalmente e a posiciona como um centro de inovação e competitividade.

Reação Indiana e Preocupações Humanitárias

Com a maioria dos beneficiários do visto H-1B sendo cidadãos indianos, a reação do Ministério de Assuntos Externos da Índia não tardou. Em um comunicado, o órgão alertou para potenciais “consequências humanitárias” decorrentes das alterações, reiterando que o intercâmbio global de talentos é fundamental para o avanço tecnológico, a inovação, o desenvolvimento econômico e a competitividade tanto dos EUA quanto da Índia. Ao final do sábado (20), o governo indiano emitiu uma diretriz a todas as suas missões diplomáticas, orientando-as a oferecer apoio integral a cidadãos indianos que viajassem de volta aos EUA nas 24 horas seguintes.

Ameaça à Iniciativa Científica dos EUA

O impacto das taxas também gerou preocupação na comunidade acadêmica. David Ho, cientista do clima da Universidade do Havaí, expressou no Bluesky que a medida poderia prejudicar severamente a pesquisa científica no país, dado que muitos acadêmicos utilizam o visto H-1B. Em suas palavras, “Isso destruirá ainda mais a iniciativa científica dos EUA”.

Confira também: artigo especial sobre redatorprofissiona

A polêmica em torno das taxas para o visto H-1B ilustra a complexidade das políticas migratórias e seu impacto em setores cruciais da economia global, desde a tecnologia até a ciência. O cenário permanece em constante evolução, com empresas e governos monitorando de perto os desdobramentos e seus efeitos práticos em trabalhadores e indústrias. Para aprofundar a compreensão sobre os bastidores da política e suas implicações econômicas, explore outras análises em nossa editoria de Análises.

Crédito: Ken Cedeno 19.set.25/Reuters

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