George Santos Liberto: Trump Concede Perdão Presidencial

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O ex-deputado republicano George Santos foi libertado de uma prisão federal nesta terça-feira (13), poucas horas depois de o ex-presidente Donald Trump conceder-lhe um perdão presidencial. A saída de Santos ocorre após sua condenação por fraude e outros crimes que culminaram em sua expulsão histórica da Câmara dos Representantes dos EUA.

A soltura de Santos foi registrada na Instituição Correcional Federal em Fairton, localizada no sul de Nova Jersey, por volta da 0h no horário de Brasília, o que correspondia às 23h do horário local. A informação sobre a libertação do político, filho de imigrantes brasileiros, foi confirmada por seu advogado, Joseph Murray, em contato com o renomado jornal The New York Times, validando o impacto da decisão de clemência emitida por Trump.

George Santos Liberto: Trump Concede Perdão Presidencial

O perdão, formalmente conhecido como comutação de pena, significa que, embora George Santos tenha a duração de sua prisão encurtada, suas condenações judiciais permanecem válidas e registradas. A medida insere-se num contexto mais amplo de decisões políticas de Trump, que já havia concedido clemência a vários aliados durante e após sua presidência. A comutação, publicada por Trump em sua plataforma Truth Social, reiterou a crença do ex-presidente de que Santos, apesar de ser “um tanto ‘desonesto'”, estava “terrivelmente maltratado” durante seu confinamento, justificando assim sua libertação “IMEDIATAMENTE”.

O Perdão Presidencial de Donald Trump

Na sua publicação na Truth Social, Donald Trump descreveu o caso de George Santos como uma exceção em comparação a muitas outras situações similares que não resultaram em encarceramento. Ele teceu um paralelo controverso com o senador democrata Richard Blumenthal, que foi criticado por mentir sobre seu serviço militar na Guerra do Vietnã. Trump afirmou que o comportamento de Blumenthal era “muito pior” do que o de Santos, enfatizando que o ex-deputado sempre votou em consonância com as pautas republicanas. Essas considerações, de acordo com as declarações de Trump, foram fundamentais para sua decisão de conceder o perdão ao seu aliado político. Este episódio faz parte de uma série de perdões controversos concedidos pelo ex-presidente. Para entender mais sobre o histórico de clemências durante a gestão de Donald Trump, você pode consultar fontes como a Reuters, que documentou casos anteriores de perdões presidenciais.

A Trajetória Conturbada e Condenação de George Santos

Nascido em Nova York e filho de imigrantes brasileiros, George Santos teve uma ascensão e queda notáveis na política americana. Ele fez história como o primeiro congressista dos Estados Unidos a ser expulso da Câmara em mais de duas décadas. Santos ganhou notoriedade nacional e internacional por forjar grande parte de sua biografia, inventando desde sua formação acadêmica até seu histórico profissional. Tais fraudes resultaram em sua condenação por diversos crimes, incluindo fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e roubo de identidade. O ex-congressista foi detido em julho e, em abril, sentenciado a sete anos e dois meses de prisão. As investigações revelaram que ele desviou recursos de campanha eleitoral para custear despesas pessoais, como aplicações de botox e assinaturas na plataforma de conteúdo adulto OnlyFans.

Detalhes dos Crimes Atribuídos a Santos

A Promotoria dos EUA descreveu a conduta de Santos como uma “rede descarada de enganos”. De acordo com a denúncia oficial, o ex-deputado induziu eleitores ao erro e orquestrou sua própria ascensão política por meio de um padrão de mentiras, roubos e fraudes de identidade, delineando um vasto esquema. Uma das acusações centrais referiu-se às fraudes em arrecadação de fundos. Promotores alegaram que George Santos, em colaboração com sua então tesoureira de campanha, Nancy Marks — que se declarou culpada e aguarda sentença em junho — manipulou os registros da Comissão Eleitoral Federal (FEC). Isso incluiu a fabricação de contribuições de doadores e o superinflar dos totais de arrecadação, tudo com o objetivo de alcançar o limite de US$ 250 mil (equivalente a cerca de R$ 1,4 milhão na cotação atual), valor essencial para se qualificar na disputa por uma cadeira no Congresso pelo Partido Republicano, representando um distrito de Nova York na campanha eleitoral de 2022.

O modus operandi se estendia a doações falsas: quando notificado de que não havia atingido a meta de arrecadação, Santos instruiu um associado: “Vamos fazer isso de forma um pouco diferente.” Segundo os promotores, essa abordagem incluía o registro de doações fictícias atribuídas a familiares, indivíduos imaginários e até mesmo identidades de apoiadores idosos que foram roubadas para cumprir as metas. Ao todo, o político acumulava 23 acusações criminais, abrangendo fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e desvio de verbas públicas, além de ser investigado por usar dinheiro de campanha para comprar artigos de luxo.

A Declaração de Culpabilidade e Outras Falsidades

Em 2024, George Santos se declarou culpado das acusações, uma decisão que evitou o início de um julgamento prolongado no mesmo ano. Em sua declaração à época, Santos admitiu que “a ambição anulou” seu “juízo”, expressando um profundo remorso. Ele afirmou que “sentir-me culpado é um passo que nunca imaginei dar, mas é necessário, porque é o correto”. Após proferir “sinceras desculpas” à sua família, amigos, simpatizantes e, em particular, aos eleitores de seu distrito, Santos reconheceu abertamente que havia “falhado” com todos eles. Além dos crimes financeiros, o ex-deputado foi exposto por mentir sobre seu currículo profissional, alegando falsamente ter trabalhado em grandes bancos de Wall Street como o Goldman Sachs, e por ter sido uma estrela do voleibol universitário. A extensão de suas mentiras também alcançou seu histórico familiar, onde falsificou ser descendente de judeus sobreviventes do Holocausto que teriam fugido da barbárie nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, a Promotoria o havia acusado de dez crimes em maio de 2023, número que se expandiu para 23 acusações em outubro de 2023. Foi uma investigação detalhada conduzida pelo The New York Times, enquanto ele já estava no Congresso, que expôs suas diversas inverdades, dando início à investigação judicial que resultaria no abrupto encerramento de sua breve e controversa carreira política.

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A libertação de George Santos, concedida pelo perdão presidencial de Donald Trump, representa um ponto final na saga do ex-congressista na prisão, mas não encerra a discussão sobre sua trajetória controversa e as questões levantadas sobre ética na política. Para continuar acompanhando notícias e análises sobre os desdobramentos da política nacional e internacional, convidamos você a explorar outras matérias em nossa editoria de Política.

Crédito da imagem: Adam Gray/13.ago.24/Reuters