Gêmeas Assassinas de SP: Uma planejou, outra executou crimes

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As gêmeas assassinas de SP, Roberta Cristina e Ana Paula Veloso Fernandes, são as principais suspeitas de terem participado de quatro homicídios distintos, segundo a denúncia formulada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e encaminhada à Justiça estadual. A investigação aponta para uma colaboração organizada entre as irmãs na execução dos crimes.

De acordo com o documento do MP-SP, Ana Paula Veloso Fernandes é identificada como a suposta mandante e executora direta dos assassinatos. Sua irmã, Roberta Cristina Veloso Fernandes, desempenhava um papel fundamental no planejamento detalhado das ações criminosas, auxiliando em diversas etapas.

Gêmeas Assassinas de SP: Uma planejou, outra executou crimes

A promotoria descreve as irmãs como “duas assassinas em série”, enfatizando a natureza serial dos delitos. A denúncia sublinha que Roberta teria “instigado” e “encorajado” Ana Paula a cometer os homicídios das quatro vítimas, consolidando o entendimento de que juntas arquitetaram o que o MP-SP denominou de “planos macabros”. Atualmente, Ana Paula está presa desde julho e já figura como ré no processo. Roberta Cristina foi detida em agosto e, recentemente, teve a denúncia acatada pela Justiça.

Estratégia Criminosa e Divisão de Responsabilidades

O inquérito detalha uma nítida divisão de tarefas entre as irmãs. O primeiro ato criminoso atribuído a Ana Paula ocorreu em janeiro deste ano, em Guarulhos (SP), tendo como vítima Marcelo Hari Fonseca. Após a consumação do homicídio, Roberta Cristina teria sido responsável por ajudar Ana Paula a “limpar o lixo”, termo utilizado na investigação para se referir à remoção de provas e evidências que pudessem incriminar a dupla. Ana Paula, inclusive, confessou o assassinato de Fonseca, cuja motivação, conforme apuraram as investigações, seria a apropriação de uma residência.

A sequência de crimes seguiu em abril com a morte de Neil Corrêa da Silva. Neste caso, ocorrido em Duque de Caxias (RJ), Roberta Cristina teve participação ativa. Neil foi vítima de envenenamento após ingerir uma feijoada servida por Ana Paula. O Ministério Público revelou que o crime fora encomendado pela filha da vítima, que também se encontra detida.

A atuação de Roberta Cristina na morte de Neil foi destacada pela polícia, que a apontou como peça chave no planejamento. Investigadores afirmam que ela não apenas discutiu pormenores da execução do assassinato, mas também orientou a irmã sobre os métodos mais eficazes para concretizar o delito sem deixar rastros. A complexidade destas investigações, que desvendaram o elo entre as irmãs e seus métodos, exemplifica o rigor da atuação do Ministério Público de São Paulo no combate à criminalidade organizada.

A terceira vítima foi Maria Aparecida Rodrigues, também assassinada em abril, na cidade de Guarulhos. Ana Paula teria conhecido a mulher por meio de um aplicativo de relacionamento e a envenenou. No momento em que a vítima consumia a substância tóxica, Roberta estava presente, novamente colaborando ativamente para a eliminação das provas que pudessem comprometê-las.

Ainda em Guarulhos, Hayder Mhazares, de nacionalidade tunisiana, tornou-se a quarta vítima. Nesta ocorrência, Roberta também forneceu suporte à irmã para agir sem deixar rastros. A investigação sugere que ela desempenhou um papel significativo no planejamento desse crime, impulsionado por interesses financeiros. Consta ainda que Ana Paula simulou uma gravidez com Hayder Mhazares em uma tentativa de obter vantagens patrimoniais da vítima.

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Imagem: noticias.uol.com.br

Prisão das Gêmeas e Detalhes da Cronologia dos Fatos

Os assassinatos em série foram cometidos em um curto espaço de tempo, abarcando um período de apenas cinco meses. Conforme relato do delegado Halisson Ideião, da 1ª DP de Guarulhos, à reportagem do UOL, as mortes ocorreram em janeiro (Marcelo Hari Fonseca), em 10 de abril (Maria Aparecida), em 26 de abril (Neil) e, finalmente, em 23 de maio (Hayder).

Em julho, Ana Paula foi capturada, e a Justiça Paulista aceitou prontamente a denúncia contra ela pelos quatro homicídios. O Ministério Público de São Paulo reforçou a gravidade do cenário, declarando que, “além da gravidade em concreto das infrações cometidas ser indiscutível, bem como de estarmos diante de uma verdadeira serial killer”. Em agosto, foi a vez de Roberta ser detida, com a polícia afirmando a existência de “fortes indícios de participação dela nos eventos apurados”, o que culminou em sua denúncia pelo MP nesta semana.

A Posição da Defesa das Acusadas

A defesa das irmãs alega que não existem provas conclusivas contra suas clientes. Segundo o advogado responsável, faltam “elementos robustos e definitivos que autorizem conclusão sobre suas participações” nas quatro mortes sob investigação. A defesa argumenta pela presunção de inocência, ignorando a confissão de Ana Paula em pelo menos um dos assassinatos.

O advogado reiterou a inviolabilidade do direito à presunção de inocência, destacando que “qualquer afirmação prematura sobre sua participação, autoria ou responsabilidade é uma violação direta deste princípio fundamental”. Ele reconheceu a “gravidade dos fatos investigados e a comoção social que geram”, mas enfatizou que, nesta etapa processual, onde as provas estão em fase de formação e exame, seria “temerário” afirmar ou negar categoricamente qualquer tese defensiva.

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O caso das gêmeas Ana Paula e Roberta Cristina Veloso Fernandes continua em desenvolvimento, com a Justiça Paulista prosseguindo com as apurações. As denúncias do Ministério Público desenham um cenário de crimes planejados e executados em conjunto, o que desafia o entendimento sobre a premeditação e a colaboração em atos tão graves. Para mais detalhes sobre as últimas notícias e investigações criminais que impactam a sociedade brasileira, acompanhe a nossa editoria de Cidades.

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