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Gelo Marinho na Antártida: 3º Menor Nível em Quase 50 Anos

O gelo marinho na Antártida atingiu em 2025 o seu terceiro menor nível histórico em quase meio século de monitoramento contínuo. Anunciado por pesquisadores nesta terça-feira, o dado alarmante ressalta a crescente e inegável influência das mudanças climáticas sobre o Polo Sul do planeta. Tradicionalmente, o hemisfério sul observa o congelamento do oceano em torno […]

O gelo marinho na Antártida atingiu em 2025 o seu terceiro menor nível histórico em quase meio século de monitoramento contínuo. Anunciado por pesquisadores nesta terça-feira, o dado alarmante ressalta a crescente e inegável influência das mudanças climáticas sobre o Polo Sul do planeta.

Tradicionalmente, o hemisfério sul observa o congelamento do oceano em torno do continente antártico anualmente, expandindo-se por centenas de quilômetros de junho a setembro, o período invernal. Este ciclo culmina em um pico de extensão entre os meses de setembro e outubro, antes que a fase de degelo se inicie.

Recentemente, o ponto culminante dessa extensão gelada foi verificado em 17 de setembro, totalizando quase 18 milhões de quilômetros quadrados. Este patamar confirma que o ano de 2025 testemunha uma diminuição preocupante.

Gelo Marinho na Antártida: 3º Menor Nível em Quase 50 Anos

O levantamento é resultado de dados preliminares fornecidos pelo Centro Nacional de Dados sobre a Neve e o Gelo (National Snow and Ice Data Center), uma prestigiada instituição americana ligada à Universidade do Colorado em Boulder.

As estatísticas de 2025 posicionam este ano como o terceiro com menor cobertura de gelo marinho Antártida desde o início das medições, há 47 anos. Este registro fica apenas atrás dos anos de 2023 e 2024, que detêm os recordes dos menores níveis observados. A persistência de tais baixos patamares nos últimos três anos diverge significativamente dos padrões históricos e da média para a região.

Ted Scambos, pesquisador científico sênior na Universidade do Colorado em Boulder, em declaração à AFP, salientou que até 2016, os dados do gelo marinho no continente polar sul indicavam uma trajetória de “aumento errático, mas leve ao longo do tempo”. Essa tendência foi completamente invertida nos anos seguintes, mostrando uma nova e preocupante fase.

O especialista prossegue explicando a nova dinâmica: “o que parece estar acontecendo é que o aquecimento dos oceanos ao redor do globo agora está se misturando com a água mais próxima da Antártida”. Essa fusão indica, com grande clareza, que os efeitos diretos das alterações climáticas, impulsionadas pela ação humana, finalmente alcançaram as águas geladas mais ao sul do planeta, impactando diretamente o volume do gelo da Antártida.

A diminuição do gelo flutuante da Antártida, embora não contribua diretamente para a elevação do nível do mar ao derreter (pois já está em flutuação), desencadeia outro problema ambiental grave. A substituição da superfície branca e altamente reflexiva por uma extensão de água azul-escura transforma o balanço energético. A água escura tem a capacidade de absorver uma quantidade consideravelmente maior de energia solar, ao contrário do gelo que a reflete de volta para o espaço, criando um ciclo de aquecimento retroalimentado.

Gelo Marinho na Antártida: 3º Menor Nível em Quase 50 Anos - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

Além de sua função de refletir a energia solar, o gelo marinho desempenha um papel crucial como barreira natural estabilizadora. Ele previne que o gigantesco manto de gelo terrestre antártico deslize para o oceano, um evento que resultaria na elevação catastrófica dos níveis dos mares globalmente. Adicionalmente, atua na moderação do impacto das ondas antes que atinjam a costa e minimiza os efeitos erosivos dos ventos sobre as águas oceânicas, protegendo ecossistemas e litorais. Para mais informações sobre os efeitos do aquecimento global nos oceanos, pode-se consultar a documentação da NASA sobre o clima e os oceanos.

Contudo, o Dr. Scambos também aponta para um fenômeno de “efeito contrário” que pode surgir dessa dinâmica. Segundo ele, é possível observar “mais nevascas na Antártida porque o ar úmido sobre o oceano ficaria mais perto da costa… As tempestades que chegam ao manto de gelo levariam mais umidade e, portanto, produziriam mais nevascas no continente, o que compensaria o aumento do nível do mar”. Essa complexidade ressalta a imprevisibilidade de alguns impactos climáticos.

Embora o manto de gelo terrestre antártico detenha um volume de gelo suficiente para provocar inundações em áreas costeiras baixas ao redor do mundo, um cenário de tal magnitude provavelmente se desdobraria ao longo de muitos séculos. É importante diferenciar o gelo marinho (que está na água) do gelo continental (que está sobre a terra e, se derreter, adiciona volume à água).

Vale ressaltar que aproximadamente 90% do calor gerado pelo aquecimento global de origem antropogênica, ou seja, causado pela atividade humana, é atualmente absorvido pelos oceanos. Este dado sublinha o papel crítico dos oceanos como sumidouros de calor e a pressão sem precedentes a que estão submetidos.

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A constante diminuição do gelo marinho Antártida, com o registro de 2025 marcando o terceiro menor nível em 47 anos, oferece uma clara evidência dos avanços das mudanças climáticas no Polo Sul. Pesquisadores apontam para a mistura de águas mais quentes nos oceanos polares como o principal fator para esta reversão de tendências, enfatizando a urgência de discussões sobre o impacto do aquecimento global. Continue acompanhando nossas análises detalhadas e as últimas notícias sobre política climática e economia sustentável na nossa editoria. Para mais informações sobre as questões ambientais globais, confira nosso artigo recente sobre mudanças climáticas e seus impactos no Brasil.

Crédito da imagem: Quark Expeditions

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