Mesmo diante da substancial recuperação que os **Fundos Imobiliários XP** apresentaram ao longo de 2025, a categoria de ativos financeiros permanece com importantes deságios em suas negociações no mercado. Para muitos analistas especializados, o potencial completo desse ciclo ainda não foi totalmente aproveitado pelos investidores. Em um cenário marcado pela persistência de uma taxa Selic elevada e inflação resiliente, a trajetória dos preços dos FIIs é menos influenciada por eventos de curto prazo e mais pelas projeções futuras, especialmente a antecipação de um novo período de flexibilização monetária.
Atualmente, o índice IFIX, que agrega os principais fundos imobiliários, está sendo transacionado a 0,89 vezes o seu valor patrimonial. Essa avaliação reflete um desconto de 11% quando comparado à média histórica do indicador. Esta situação contrasta significativamente com a performance recente do índice, que evidenciou uma ascensão contínua ao longo do ano, impulsionada principalmente pela queda das expectativas para as taxas de juros futuras.
Fundos Imobiliários XP: Ganhos em FIIs Mesmo com Desconto em 2025
Considerando as significativas alterações na composição do IFIX nos últimos anos, que passou a dar maior relevância aos fundos de papel (recebíveis), a XP realizou uma análise segmentada para uma avaliação mais precisa da precificação real de cada grupo. O estudo confirmou que, mesmo após a valorização observada em 2025, a classe de ativos mantém um patamar descontado. Marx Gonçalves, apresentador do programa Liga de FIIs e chefe de fundos listados na XP, apontou detalhes desse diagnóstico.
No segmento de FIIs de recebíveis, o deságio médio é de 7%. Para os fundos de tijolo, que investem em propriedades físicas, o desequilíbrio de preço é ainda mais acentuado, chegando a 15%. Já os Fundos de Fundos (FOFs) são negociados com um desconto que se aproxima de 16%, atingindo níveis que podem ser comparados a um desvio padrão abaixo da sua média histórica, segundo explica Gonçalves.
Os fundamentos que sustentam esses ativos continuam promissores. No segmento de galpões logísticos, por exemplo, a taxa de vacância em âmbito nacional alcançou um mínimo histórico de 7,5%. Este resultado foi atingido mesmo após um período de entregas recorde de novos empreendimentos, fortalecendo a posição dos proprietários. Tal cenário confere-lhes um poder de barganha ampliado, permitindo reajustes consideráveis nos contratos de aluguel durante as renovações, em alguns casos, superando a própria inflação. No setor de lajes corporativas, o processo de reaquecimento também ganhou impulso, com o segmento registrando o menor índice de vacância desde o início da crise sanitária global.
A XP avalia que o mercado se encontra atualmente na Fase IV do ciclo de juros, que é caracterizada por uma política monetária restritiva e uma inflação persistente. Nesta etapa, os fundos de recebíveis, que possuem um risco de baixo a moderado, tendem a demonstrar um desempenho superior. Eles se destacam por entregar resultados mais previsíveis em um ambiente onde o custo de capital é elevado, oferecendo uma relativa estabilidade aos investidores que buscam minimizar as flutuações.
Conforme a Selic persiste em patamares elevados por um período mais estendido, os seus impactos se dispersam gradualmente pela economia. Essa dinâmica cria o ambiente ideal para a transição para a Fase I, que, historicamente, revela-se a mais benéfica para os fundos imobiliários. É nesta fase que, com a redução das taxas de juros e a estabilização da inflação, os fundos de tijolo usualmente sobressaem. Eles são impulsionados pela sensibilidade de seus preços à diminuição da curva de juros, proporcionando oportunidades de valorização significativas para os cotistas que souberem identificar o momento certo. Entender a correlação entre as taxas básicas de juros e o desempenho dos FIIs é crucial para decisões de investimento, conforme detalhado por diversas análises de mercado sobre investimentos em renda variável. Para mais informações sobre a gestão e regulação de ativos financeiros, consulte a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em Valor Investe FII.
A XP recomenda que os investidores fiquem atentos à apresentação do estudo completo, que é discutida em profundidade na edição semanal do programa “Liga de FIIs”. Este programa vai ao ar todas as quartas-feiras, às 18h, no canal oficial do InfoMoney no YouTube. Todas as edições anteriores estão disponíveis para consulta, oferecendo um acervo valioso de análises sobre o universo dos fundos imobiliários.
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A análise da XP reforça a visão de que os Fundos Imobiliários, apesar de um cenário macroeconômico desafiador com Selic elevada e inflação, continuam a oferecer oportunidades estratégicas, especialmente à medida que se vislumbram as diferentes fases do ciclo econômico. Fique atento às futuras projeções e análises para tomar decisões mais informadas. Continue acompanhando nossa editoria de Economia para as últimas novidades do mercado financeiro e as melhores dicas de investimento.
Crédito da imagem: XP.

Imagem: infomoney.com.br

