Feminicídio em Americana: Homem Planejou e Matou Ex-Esposa

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Um trágico evento chocou a cidade de Americana, no interior de São Paulo, na manhã de uma sexta-feira, dia 24, culminando na morte de uma mulher. De acordo com investigações da Polícia Civil, o homem de 38 anos, identificado como Rogério Augusto Cardoso, teria premeditado o crime que ceifou a vida de sua ex-companheira, Gabriela Silva Simão, de 32 anos. O agressor ainda tentou tirar a vida da cunhada, que, felizmente, conseguiu escapar do ataque. Após o ato brutal, Rogério Augusto Cardoso cometeu suicídio no local. A profundidade da premeditação é um dos pontos cruciais apurados pela autoridade policial responsável pelo caso.

O delegado Edson Antonio dos Santos detalhou à imprensa a linha de investigação que levou à conclusão da premeditação. Segundo o delegado, Rogério Augusto Cardoso havia preparado três cartas de despedida. Duas delas eram direcionadas aos seus filhos, enquanto a terceira foi escrita para seus familiares diretos. O teor dessas correspondências, conforme revelado, evidenciava uma despedida, corroborando a tese de um planejamento prévio para o desfecho fatal. A maneira como Rogério se comportou, ciente da rotina da família, sugere que ele sabia exatamente quem estaria presente no estabelecimento e em que momento.

Feminicídio em Americana: Homem Planejou e Matou Ex-Esposa

“Pela dinâmica, ele foi no local para vitimar tanto a esposa quanto os familiares dela que estavam presentes. Porque ele sabia quem estaria no local, né? Quem trabalha naquele horário com ela (…). Ele fez carta despedida pros filhos e carta despedida pros familiares dele, pedindo desculpa”, explicou o delegado Santos, em sua declaração à EPTV, afiliada da TV Globo. A informação é crucial para compreender a motivação e a frieza do ato. A cunhada, que se tornou um segundo alvo, teria, conforme as apurações, “incentivado a irmã a se separar” de Rogério, o que, para os investigadores, pode ter motivado a tentativa de homicídio contra ela. A separação do casal havia ocorrido apenas quinze dias antes da tragédia, um período recente que pode ter sido um fator de agravamento da tensão já existente entre eles.

No momento do crime, os dois filhos de Gabriela com Rogério, de 7 e 11 anos, estavam no imóvel e dormiam no andar superior. Os menores foram acordados pelo som dos disparos e, assustados, buscaram refúgio, sendo acolhidos por vizinhos da família, que prestaram o primeiro socorro às crianças em meio ao terror da situação. A presença das crianças no local adiciona uma camada ainda mais dolorosa ao episódio, destacando a vulnerabilidade dos mais jovens em cenários de violência doméstica extrema.

A marmitaria, onde Gabriela e seus familiares trabalhavam e que funcionava no próprio imóvel, foi o palco do ocorrido. Rogério Augusto Cardoso possuía uma rotina de visitar o estabelecimento diariamente por volta das 8h para buscar os filhos. Contudo, na manhã fatídica, ele rompeu esse padrão, chegando muito antes, aproximadamente às 5h40, horário em que o crime se desencadeou. Essa alteração na rotina também foi apontada pelo delegado como um indicativo de planejamento detalhado, buscando um momento de menor movimento ou supervisão.

A investigação também revelou a utilização de duas armas no crime. Inicialmente, Rogério Augusto Cardoso teria utilizado uma pistola, mirando tanto na cunhada quanto em Gabriela Silva Simão. No entanto, após errar o alvo e possivelmente enfrentar uma falha mecânica com a arma, ele trocou para um revólver. Foi nesse momento que Gabriela tentou intervir, segurando o agressor pelo braço em uma tentativa desesperada de impedi-lo. Foi nesse instante que ela foi baleada, e na sequência, Rogério tirou a própria vida. As perícias realizadas no local confirmaram a utilização de ao menos seis disparos durante toda a ação.

Câmeras de segurança localizadas nas proximidades registraram não apenas o som ensurdecedor dos tiros, mas também o desespero da cunhada do agressor. As imagens mostram-na correndo pela rua em busca de socorro, uma evidência contundente da gravidade e violência do episódio. Os esforços para salvar as vidas de Gabriela e Rogério foram imediatos. Ambos foram socorridos e encaminhados para o Hospital Municipal de Americana, mas, infelizmente, não resistiram aos ferimentos e vieram a óbito. Um entregador de pães que estava próximo ao local no momento dos fatos testemunhou parte da ocorrência do lado de fora do estabelecimento e teve seu depoimento colhido pela polícia, contribuindo para a reconstrução dos momentos críticos.

Feminicídio em Americana: Homem Planejou e Matou Ex-Esposa - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Apesar da intensidade e da violência do crime, a Polícia Militar informou que não havia registros anteriores de boletins de ocorrência relacionados a desentendimentos do casal Rogério e Gabriela. No entanto, familiares da vítima relataram às autoridades policiais que brigas eram frequentes entre eles, um histórico de violência doméstica velada que infelizmente precedeu a tragédia. No local do crime, a perícia recolheu e apreendeu, além das armas — um revólver e uma pistola —, também uma faca e as cartas deixadas por Rogério, que seriam encaminhadas aos filhos e aos seus familiares.

O caso foi formalmente registrado pelas autoridades como feminicídio, suicídio e violência doméstica, refletindo a complexidade e a natureza multifacetada da ação. A investigação segue em andamento e está sob a responsabilidade da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Americana, que continuará apurando todos os detalhes e circunstâncias para garantir a completa elucidação do crime. Para informações sobre como buscar ajuda em casos de violência doméstica, é possível consultar os canais e programas do governo federal. A ocorrência ressalta a importância de denunciar e combater a violência contra a mulher em todas as suas formas.

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A brutalidade do feminicídio de Gabriela Silva Simão, orquestrado por Rogério Augusto Cardoso, serve como um alerta contundente sobre os riscos da violência doméstica e a urgência de identificar e combater esses padrões. Este caso, que deixou marcas profundas na comunidade de Americana, ressalta a necessidade de ações contínuas de conscientização e apoio às vítimas. Para ficar por dentro de outros fatos relevantes e análises sobre a região e suas cidades, continue acompanhando as notícias em nossa editoria de Cidades, sempre com um olhar jornalístico aprofundado.

Crédito da Imagem: Reprodução/EPTV

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