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Fechamento de Agências Bancárias Afeta Cidades no Interior de SP

O fechamento de agências bancárias tem gerado um cenário de considerável impacto para a população do interior de São Paulo, forçando muitos moradores a percorrerem distâncias superiores a 50 quilômetros em busca de atendimento. A redução da estrutura física das instituições financeiras, uma tendência que se acentuou nos últimos anos, reflete diretamente na rotina de […]

O fechamento de agências bancárias tem gerado um cenário de considerável impacto para a população do interior de São Paulo, forçando muitos moradores a percorrerem distâncias superiores a 50 quilômetros em busca de atendimento. A redução da estrutura física das instituições financeiras, uma tendência que se acentuou nos últimos anos, reflete diretamente na rotina de pequenas cidades, onde o acesso aos serviços bancários é, por vezes, uma questão de sobrevivência.

A situação é particularmente crítica para idosos e aqueles com pouca familiaridade com plataformas digitais, que se veem desassistidos frente à modernização. A experiência desses cidadãos demonstra um abismo crescente entre as soluções tecnológicas oferecidas pelos bancos e a realidade de uma parcela significativa da população brasileira, que depende do contato presencial para realizar suas transações.

Fechamento de Agências Bancárias Afeta Cidades no Interior de SP

No município de Boraceia, que abriga pouco mais de quatro mil habitantes no interior paulista, a saída do único banco presente na cidade, após 47 anos de funcionamento, desencadeou uma onda de protestos e insatisfação entre os clientes. A decisão do banco gerou incerteza e dificuldades práticas. “A gente não sabe mexer em tecnologia, eu tenho marido, também, deficiente, que também é afastado pelo INSS, precisa do banco aqui, ele não tem carta para dirigir para outra cidade”, desabafou Aparecida José Garcia, aposentada, exemplificando o dilema vivido por muitos. Outra aposentada, Maria Leonor Barban, expressou seu lamento: “Infelizmente a tristeza veio porque eu tenho dificuldade de outro banco. Eu não mexo com esse negócio de internet.”

Diante do quadro, a prefeitura local recorreu à Justiça, obtendo uma liminar que assegura a continuidade do atendimento bancário por um período adicional de oito meses. Mesmo com a decisão favorável, a agência mais próxima da população de Boraceia encontra-se na cidade de Bariri, distante cerca de 20 quilômetros, uma jornada que demanda tempo e recursos para os residentes sem meios de transporte próprio ou que enfrentam limitações de mobilidade.

Impacto em Presidente Alves: Sem Banco Desde Dezembro

O município de Presidente Alves, também situado no interior de São Paulo, enfrenta uma situação similar e, em alguns aspectos, mais grave. Com quase quatro mil habitantes, a localidade está desprovida de qualquer agência bancária desde dezembro. O encerramento das atividades da única unidade bancária na cidade forçou a população a buscar alternativas. A principal solução encontrada pelos moradores são os dois correspondentes bancários, que funcionam dentro de uma casa de rações. Embora esses pontos ofereçam algumas transações essenciais, suas funcionalidades são limitadas, e não atendem a todas as necessidades bancárias complexas dos clientes.

Para aqueles que mantêm conta no banco que encerrou suas atividades, a situação é ainda mais complicada. Receber a aposentadoria ou realizar outras transações que exigem a presença do banco exige uma viagem de mais de 50 quilômetros até Bauru. Luiz Henrique Lingonoti, aposentado, relatou o custo exorbitante associado a essa necessidade: “O táxi cobra R$ 200 só para levar. Se for para esperar, eles cobram mais”. Tais valores representam um encargo financeiro significativo e inviável para muitos, que veem seus benefícios e economias diminuírem consideravelmente apenas para acessar o próprio dinheiro.

Desafios no Oeste Paulista e o Panorama Nacional

A escassez de acesso a serviços bancários físicos não se restringe às cidades mencionadas, mas é um fenômeno que se replica em diversas outras regiões, incluindo o oeste paulista. O município de Caiuá, com aproximadamente 5.500 habitantes, tem a casa lotérica como sua única opção para o pagamento de boletos, saques e depósitos. No entanto, os moradores relatam que a disponibilidade de dinheiro em caixa nas lotéricas nem sempre é suficiente para atender à demanda, obrigando-os a se deslocar para cidades vizinhas para realizar transações básicas.

Fechamento de Agências Bancárias Afeta Cidades no Interior de SP - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Henrique Gomes da Silva, aposentado, sintetizou o sentimento de muitos: “Ficou muito mais difícil, né? Porque a gente tem que sair daqui para ir lá para Venceslau para poder, alguma vez já aproveita compra alguma coisa lá, e o que fica atrasada é a cidade daqui mesmo”. A análise é corroborada por Nilson Matricardi, também aposentado, que destacou o impacto amplo: “Sem o banco na cidade fez uma falta muito grande para a gente, em tudo né, comércio, para todas as coisas da cidade, fica muito difícil agora.”

Digitalização e Fechamento de Agências Bancárias: A Visão das Instituições

A decisão dos bancos de encerrar as atividades de agências físicas é amplamente justificada pelo avanço e adesão da população às transações digitais. Conforme dados divulgados pelo Banco Central do Brasil, a dinâmica de fechamento de agências é expressiva em nível nacional. Nos últimos dez anos, 7.252 agências bancárias foram desativadas em todo o país. O estado de São Paulo, epicentro econômico do Brasil, concentra o maior volume desses fechamentos, totalizando 2.737 unidades no mesmo período. Você pode encontrar mais informações sobre a evolução do setor financeiro brasileiro acessando dados oficiais do Banco Central do Brasil.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) corrobora essa justificativa, apontando que uma parcela avassaladora, 82% das transações bancárias, já é realizada por meio de telefones celulares ou diretamente nos sites das instituições financeiras. Este cenário tem levado os bancos a intensificarem seus investimentos em canais digitais, buscando aprimorar a experiência do usuário e, simultaneamente, reforçar a segurança contra fraudes cibernéticas. Contudo, essa transição, embora eficiente para muitos, expõe uma vulnerabilidade social significativa para as comunidades do interior que ainda carecem de infraestrutura digital adequada e familiaridade com a tecnologia.

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Este panorama sobre o fechamento de agências bancárias e seus desdobramentos nas comunidades do interior de São Paulo ressalta a complexidade da transformação digital no setor financeiro. A otimização para motores de busca busca garantir que informações cruciais sobre esses desafios cheguem a um público amplo. Para acompanhar mais notícias sobre economia e a realidade das cidades brasileiras, continue explorando nossa editoria de Economia.

Foto: Reprodução/TV Globo

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