Artigos Relacionados

📚 Continue Lendo

Mais artigos do nosso blog

PUBLICIDADE

Família acusa rede de saúde e escola de sucessão de erros que levou a amputação de dedo de estudante em SP

Facebook Twitter Pinterest LinkedInUm incidente grave ocorrido em 21 de agosto de 2025, na Escola Estadual Professor Flavio La Selva, situada no Jardim Ângela, Zona Sul da capital paulista, resultou na amputação de parte do dedo médio de uma estudante de 12 anos. O caso, que provocou a perda definitiva do membro da aluna, vem … Ler mais

Um incidente grave ocorrido em 21 de agosto de 2025, na Escola Estadual Professor Flavio La Selva, situada no Jardim Ângela, Zona Sul da capital paulista, resultou na amputação de parte do dedo médio de uma estudante de 12 anos. O caso, que provocou a perda definitiva do membro da aluna, vem sendo tratado pela família como uma série de falhas sucessivas e atos de negligência que inviabilizaram a tentativa de reimplantação, inicialmente possível logo após o trauma. A irmã da jovem, Bea Pasternack, utilizou plataformas digitais para expor a situação, detalhando o que descreve como descaso desde o ambiente escolar até o atendimento em unidades de saúde.

De acordo com o depoimento da irmã, a cadeia de acontecimentos que levou à amputação se iniciou na própria instituição de ensino. No momento do acidente, que se deu em uma sala de aula e envolveu uma brincadeira entre colegas, não havia um profissional da educação ou funcionário da escola para supervisionar os alunos, fato posteriormente reiterado por outros funcionários da escola que pediram anonimato. A brincadeira em questão consistia em um “pique” no qual “o último a chegar ficaria para fora” da sala, e no meio da agitação, a porta teria sido fechada com força por outras alunas, prensando o dedo da vítima. A ponta do dedo médio da adolescente se desprendeu imediatamente, gerando pânico entre os estudantes presentes.

A reação inicial da equipe escolar frente à lesão grave da menina é um dos pontos mais criticados pela família. Segundo Bea Pasternack, em vez de um encaminhamento emergencial para uma unidade hospitalar com recursos adequados para tratar um caso de amputação, a estudante foi levada para uma Unidade Básica de Saúde (UBS). A situação era ainda mais precária, pois a parte do dedo amputada foi transportada em um copo, conforme relatos. A família enfatizou que unidades como UBSs e AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais) não possuem o suporte técnico e a infraestrutura necessária para procedimentos de reimplante, limitando-se a oferecer curativos e analgésicos.

O deslocamento inicial para a UBS mais próxima, identificada como Santa Lúcia, foi feito por duas professoras. A família expressou surpresa e preocupação com a aparente falta de preparo e espanto das educadoras diante da gravidade da lesão. Além disso, no momento logo após o incidente, a equipe escolar teria minimizado a situação, considerando o ferimento como uma simples pancada, enquanto a menina permanecia sentindo forte dor e caída ao chão da sala de aula. Este lapso na avaliação e na tomada de decisão sobre os primeiros socorros é apontado como um dos primeiros elos da “sucessão de erros”.

Jornada de Atendimento Fragmentada e Atrasos Cruciais

A saga da jovem em busca de tratamento adequado continuou após a passagem pela UBS. Na unidade básica, foram administrados analgésicos, e a estudante foi posteriormente encaminhada para uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA) localizada em Guavirituba. Chegando à AMA, os profissionais reiteraram que não possuíam o suporte adequado para lidar com a natureza e a complexidade de uma lesão traumática como a amputação de um membro. O procedimento realizado na AMA se resumiu à limpeza da lesão. A equipe, então, solicitou a transferência da paciente via Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para um hospital de emergência, uma etapa crucial que, de acordo com o relato da família, enfrentou atrasos significativos.

Diante da demora na chegada do SAMU, a família tomou a decisão de intervir e realizar o transporte por conta própria. A estudante foi retirada da AMA e levada diretamente para o Hospital Geral do M’Boi Mirim. Este período de transição entre as unidades de saúde, agravado pelos procedimentos e pela falta de capacidade das primeiras instituições de atendimento, consumiu tempo valioso. No contexto de reimplantes, o fator tempo é crítico para o sucesso do procedimento, e a família acredita que esses atrasos eliminaram qualquer chance da recuperação do dedo amputado.

Ao chegar ao Hospital Geral do M’Boi Mirim, a jovem foi classificada com prioridade, recebendo a pulseira laranja, que sinaliza a necessidade de atendimento de urgência. Os protocolos hospitalares para pacientes com essa classificação preveem que o atendimento inicial ocorra em até 60 minutos. No entanto, o relato da família indica que a adolescente só foi admitida para os procedimentos médicos após três horas de espera na unidade. Essa nova demora no processo de triagem e admissão, em um ambiente que já era considerado de emergência, intensificou o sentimento de frustração e indignação por parte dos parentes.

Em virtude da série de atrasos e do tempo decorrido desde o acidente, os médicos do Hospital Geral do M’Boi Mirim confirmaram que a reimplantação do dedo médio não era mais uma opção viável. Foi necessário realizar uma cirurgia de amputação de parte do membro lesionado e o subsequente fechamento da área afetada. Apesar da cirurgia de amputação ter sido bem-sucedida, e a estudante estar em repouso e seguindo as orientações médicas, o resultado gerou um profundo sentimento de “indignação, desrespeito, negligência, descaso e falta de preparo” na família.

Indignação Familiar e Clima de Consternação na Escola

Bea Pasternack, a irmã da vítima, expressou sua revolta publicamente com o que descreve como a “sucessão de negligências e descasos” no caso. A família acusa a direção da Escola Estadual Professor Flavio La Selva de negligência grave e exige uma investigação minuciosa e aprofundada dos fatos. Ela salientou que uma escola deveria ser um ambiente seguro para os alunos e que a mutilação de uma criança dentro de sala de aula por uma “suposta brincadeira” é inaceitável. Questionamentos sobre a efetividade da supervisão e a responsabilidade da escola em garantir a integridade dos estudantes foram levantados. A avó da menina, Zenaide Pasternack, corroborou as alegações, afirmando que o diretor da escola não estava presente no momento do incidente e que as crianças se encontravam sem supervisão adequada. A família reforça que não busca exposição, mas sim justiça diante de “danos irreparáveis” que afetarão a vida da jovem.

Família acusa rede de saúde e escola de sucessão de erros que levou a amputação de dedo de estudante em SP - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Na escola, o clima é de consternação entre funcionários e colegas da estudante. Em depoimentos anônimos à imprensa, funcionários da instituição revelaram que, além da ausência de supervisão no momento do ocorrido, apenas uma “conversa com os alunos sobre a gravidade do ocorrido” foi a única providência imediata. Tais relatos detalham que, em outras ocasiões, a direção da unidade instrui professores a acumularem a supervisão de duas ou três salas simultaneamente, em decorrência da crônica falta de profissionais. Funcionários indicam que não é a primeira vez que incidentes e situações de violência ocorrem na escola e que, anteriormente, a direção teria demonstrado omissão, alegando não se responsabilizar por tais eventos.

Um funcionário da escola, em anonimato, revelou que “os alunos que estavam na sala ajudaram na limpeza do sangue, isso é inadmissível”. Segundo a mesma fonte, a família da aluna teria sido notificada do acidente por uma coordenadora que também não estava presente no local na hora do acontecimento. O corpo docente da Escola Estadual Professor Flavio La Selva manifestou a necessidade de maior rigor na aplicação de punições aos estudantes envolvidos e pleiteia que a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP), sob a gestão do governador Tarcísio de Freitas, investigue o caso a fundo. Eles ainda reivindicam que as gravações das câmeras de segurança da sala de aula sejam disponibilizadas à família para esclarecer o que de fato aconteceu. Não é um problema isolado: em 2013, a mesma escola já havia sido pauta de uma reportagem do SPTV, da TV Globo, que abordava justamente a carência de professores na unidade.

Posicionamento Oficial da Seduc-SP e Desdobramentos

Em resposta às denúncias e à repercussão do caso, a Secretaria Estadual da Educação de São Paulo (Seduc-SP) emitiu uma nota oficial. O órgão “lamenta profundamente o ocorrido” e confirmou que o acidente se deu “no retorno do intervalo”. A secretaria afirmou que, logo após o incidente, a gestão da unidade escolar “prestou os primeiros socorros e encaminhou a estudante para atendimento médico, acompanhada de um funcionário”. A nota também informou que a aluna já recebeu alta e se encontra bem.

A Seduc-SP esclareceu que os responsáveis pelos alunos envolvidos na “brincadeira” foram comunicados sobre os fatos e que “medidas disciplinares cabíveis” serão aplicadas. O caso foi devidamente registrado na Plataforma Conviva-SP, e para oferecer apoio psicológico, um profissional do programa “Psicólogo na Escola” foi disponibilizado para atendimento na unidade educacional. A pasta encerrou o comunicado reforçando sua posição de repúdio a “qualquer ato de violência, dentro ou fora do ambiente escolar”, e reiterou que permanece à disposição para prestar os esclarecimentos adicionais que forem necessários.

Paralelamente à apuração dos fatos pela Seduc-SP e às medidas internas, o pai da estudante registrou um boletim de ocorrência sobre o incidente, conferindo um desdobramento policial ao caso. As investigações buscam esclarecer as responsabilidades e circunstâncias que cercam o grave ferimento da aluna dentro do ambiente escolar e a condução subsequente do atendimento médico.

Com informações de g1.globo.com

Links Externos

🔗 Links Úteis

Recursos externos recomendados

Leia mais

PUBLICIDADE

Plataforma de Gestão de Consentimento by Real Cookie Banner
Share via
Share via