As recentes falhas de arbitragem no futebol brasileiro voltaram a ser o foco do debate após o confronto entre Flamengo e Palmeiras. A partida, considerada um dos destaques do Brasileirão, realizada no domingo, dia 19 de novembro, no Estádio do Maracanã, foi palco de lances controversos que reacenderam as discussões sobre a atuação dos árbitros e do Video Assistant Referee (VAR) em campo.
Desde os primeiros minutos do clássico entre as duas potências do futebol nacional, decisões questionáveis pautaram o andamento da disputa. Essas ocorrências levaram treinadores e comentaristas especializados a expressar suas análises sobre os episódios que culminaram em protestos e reflexões acerca da precisão das marcações.
Falhas de Arbitragem: Polêmicas Marcam Flamengo x Palmeiras
Aos dois minutos de jogo, uma jogada na área do Flamengo provocou grande repercussão. Após um cruzamento, o zagueiro Gustavo Gómez, do Palmeiras, subiu para cabecear a bola e foi, supostamente, interceptado pelo meia Jorginho, do Flamengo, que fez contato com o adversário utilizando os braços. Apesar das intensas reclamações do time palmeirense, o árbitro Hilton Pereira Sampaio optou por seguir o jogo. A decisão foi tomada mesmo após orientação do VAR e sem que o juiz precisasse revisar as imagens à beira do campo, gerando um descontentamento visível entre os jogadores e a comissão técnica do Palmeiras.
O técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, expressou sua frustração, declarando que “os lances estão aí. Todos nós vimos, e cada um tira suas ilações”. Complementando a análise, o comentarista de arbitragem PC Oliveira foi categórico ao afirmar que houve penalidade máxima. “A minha avaliação é que houve a penalidade porque em nenhum momento o Jorginho disputou a bola. E foi com os dois braços em riste, empurrou as costas do Gustavo Gómez e causou o impacto na finalização do jogador do Palmeiras”, detalhou Oliveira.
Contudo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou os áudios do VAR relativos ao lance, nos quais a interpretação da equipe de vídeo foi divergente: “Dois braços dele estão estendidos, e não faz a flexão com impacto para empurrão”. A discrepância entre as opiniões levantou questões sobre a interpretação das regras e a comunicação entre o campo e a sala do VAR.
Outras Decisões Controversas no Clássico
Ainda na mesma partida, outro momento de controvérsia envolveu os jogadores Pedro, do Flamengo, e Bruno Fuchs, do Palmeiras. Após um choque inicial, o atacante flamenguista caiu na área adversária, alegando ter sido derrubado pelo zagueiro palmeirense. Novamente, Hilton Pereira Sampaio tomou a decisão de não assinalar a falta nem consultar o monitor do VAR, confiando em sua própria avaliação em campo.
PC Oliveira analisou a jogada, afirmando: “Um choque de jogo, que inclusive foi provocado pelo próprio Bruno Fucks. Houve um encontrão, o que para mim foi absolutamente normal, e na sequência o Bruno Fucks, de maneira imprudente, acaba calçando o Pedro e cometendo a penalidade”. Esses dois episódios intensificaram a sensação de que as arbitragens brasileiras estão lidando com um volume elevado de incidentes contestáveis.
Precedentes no Campeonato Brasileiro
O debate sobre a intervenção do VAR e as decisões tomadas pelos árbitros sem a revisão das imagens não é recente neste Brasileirão. Duas semanas antes do embate entre Flamengo e Palmeiras, um outro clássico envolvendo o time paulista e o São Paulo gerou grande polêmica. Naquela ocasião, com o São Paulo vencendo por 2 a 0, Luciano realizou um passe para Tapia, que se chocou com Allan, jogador do Palmeiras, dentro da área. O árbitro Ramon Abatti também mandou o jogo seguir, sem consultar o vídeo, e o Palmeiras acabou virando a partida para 3 a 2.

Imagem: g1.globo.com
Os áudios do VAR divulgados pela CBF em relação a esse jogo mostraram a seguinte interpretação: “Nós temos uma bola que está saindo da área, nós temos um jogador do Palmeiras que escorrega e ele tem o contato com o seu adversário. Totalmente acidental e é provocado justamente por esse escorregão”. Contudo, PC Oliveira classificou o incidente como um dos maiores equívocos do campeonato. “Um grande erro da arbitragem. Para mim, um dos maiores do campeonato até agora. A arbitragem acabou tendo uma interpretação de um contato acidental, mas de acordo com a regra, o ‘sem querer’ também é pênalti. Foi um erro muito grave, inclusive reconhecido pela própria comissão de arbitragem, que afastou tanto o Ramon Abatti quanto, também, o árbitro de vídeo Ilbert Estevam”, ressaltou o especialista.
O comentarista também enfatizou a prerrogativa do árbitro de campo: “Em situações excepcionais, a revisão pode partir do próprio árbitro de campo. Já a recusa para ir ao monitor, é muito difícil de acontecer. Até porque ele pode ir até o monitor, analisar a jogada e manter a decisão de campo”, elucidou PC Oliveira.
Respostas e Compromissos da CBF
Diante do cenário de recorrentes questionamentos sobre as decisões de arbitragem, a CBF emitiu uma nota destacando seus esforços para aprimorar o nível dos profissionais. A entidade afirmou investir na educação continuada dos árbitros e anunciou a implementação do impedimento semiautomático a partir do próximo ano. Além disso, como medida imediata para as rodadas seguintes do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, a CBF confirmou que escalará árbitros do quadro FIFA para operar o VAR, buscando maior credibilidade e assertividade nas análises dos lances cruciais.
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Os debates sobre as falhas de arbitragem no futebol brasileiro permanecem aquecidos, impulsionados pelos recentes lances polêmicos em jogos importantes. A expectativa é que as medidas anunciadas pela CBF contribuam para minimizar os erros e elevar a confiança na justiça das decisões em campo. Continue acompanhando a cobertura esportiva em nosso portal para não perder os desdobramentos sobre este tema crucial para o esporte.
Foto: Jornal Nacional/ Reprodução



