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Exposição de Beatriz Milhazes revela lado arquitetônico no Rio

A **exposição de Beatriz Milhazes na Casa Roberto Marinho**, localizada no Rio de Janeiro, convida o público a explorar uma faceta menos conhecida e igualmente impactante da célebre artista plástica brasileira: seu trabalho arquitetônico. Longe das tradicionais telas em branco, as obras em exibição demonstram a capacidade de Milhazes em transcender os suportes convencionais, inserindo […]

A **exposição de Beatriz Milhazes na Casa Roberto Marinho**, localizada no Rio de Janeiro, convida o público a explorar uma faceta menos conhecida e igualmente impactante da célebre artista plástica brasileira: seu trabalho arquitetônico. Longe das tradicionais telas em branco, as obras em exibição demonstram a capacidade de Milhazes em transcender os suportes convencionais, inserindo sua arte em espaços já existentes e transformando ambientes ao redor do mundo. A mostra celebra a interação inovadora da artista com estruturas urbanas e edifícios históricos, ressaltando o dinamismo de sua criação.

A artista Beatriz Milhazes expressa que essa abordagem envolve um constante diálogo e colaboração com o ambiente em questão, configurando um exercício singular em sua carreira. “Vou ter que dialogar e colaborar com esse ambiente. Então, isso é um exercício. Porque o trabalho do pintor é muito solitário. E aqui é exatamente o oposto”, explica a artista. Esta declaração sublinha a natureza intrinsecamente colaborativa de suas intervenções arquitetônicas, contrastando com a prática isolada de um atelier de pintura, e revelando a profundidade de sua incursão em projetos de larga escala.

Exposição de Beatriz Milhazes revela lado arquitetônico no Rio

O pontapé inicial para essa jornada no universo arquitetônico de Beatriz Milhazes ocorreu em 2004, quando a artista realizou uma intervenção marcante na fachada de vidro de uma loja situada em Manchester, na Inglaterra. Esse projeto pioneiro abriu caminho para uma série de obras que veriam suas vibrantes cores e formas estampadas em diversas estruturas pelo globo. Subsequentemente, Milhazes estendeu sua arte para colorir uma das estações do metrô de Londres, adicionando vida e vivacidade à cinzenta paisagem subterrânea da metrópole inglesa. Não apenas cidades urbanas, mas também edifícios de grande valor cultural foram tocados por seu gênio, como a deslumbrante Ópera de Viena, na Áustria, que ganhou ainda mais beleza com sua intervenção artística.

A arte de Beatriz Milhazes expandiu-se além desses marcos iniciais, alcançando cidades como Paris, na França, Lisboa, em Portugal, e diversas localidades nos Estados Unidos. Suas intervenções foram classificadas como “pinturas nômades”, um conceito que também intitula a presente exposição. Esta denominação ressalta a natureza itinerante e adaptativa de sua produção, que se molda e se integra a diferentes contextos geográficos e arquitetônicos. O curador da exposição, Lauro Cavalcanti, destaca o valor dessa mostra ao afirmar que os visitantes têm a oportunidade de “viajar” por essa trajetória por meio de desenhos originais, ampliações monumentais e maquetes detalhadas, que desvendam o processo criativo por trás de cada projeto. A experiência se assemelha a um panorama imersivo da versatilidade de Milhazes, cujo trabalho de instalações reflete a tendência moderna de fusão entre arte e espaço.

Um dos exemplos mais comoventes dessa capacidade de interação comunitária se manifestou na ilha de Inujima, no Japão. Ali, Beatriz Milhazes recebeu a missão de decorar um centro comunitário, que possuía o formato de uma flor. O desafio era envolver os 35 habitantes locais, garantindo que se sentissem parte integrante do projeto, promovendo um senso de pertencimento e família. A artista relata que a participação dos moradores era um ponto inegociável para a concepção do trabalho. Segundo ela, “Essas pessoas tinham que fazer parte do projeto, isso era um ponto sem discussão. Essa cor amarela realmente foi muito bem recebida porque ela trouxe uma energia solar”, evidenciando o poder transformador da arte quando conectada às pessoas e ao ambiente.

Depois de circular pelo mundo, esses emblemáticos projetos arquitetônicos de Beatriz Milhazes retornam à sua cidade natal, o Rio de Janeiro, para serem celebrados na Casa Roberto Marinho. A própria artista conta que, ao adentrar o salão principal do espaço, com suas notáveis janelas em arco, sentiu-se imediatamente seduzida e inspirada. Essa atração a levou a conceber uma obra que traria suas cores e formas para iluminar o local, “como se fossem vitrais”, ressignificando o ambiente e integrando sua linguagem artística à arquitetura já existente. A peça em questão, intitulada Corumbê, presta uma homenagem póstuma a outra grandiosa pintora brasileira, Djanira da Motta e Silva, conectando o legado de duas importantes figuras da arte nacional.

Com quatro décadas de carreira dedicadas à expressão artística, Beatriz Milhazes autodenomina-se uma “ativista da arte”, e não há dúvidas sobre a pertinência dessa afirmação. Seu engajamento transcende a mera criação, impulsionando a arte como ferramenta essencial para a sociedade. A artista faz um convite enfático ao público para prestigiar a exposição, ressaltando a importância da experiência presencial: “Eu quero muito que as pessoas venham ver. Número 1: acho que a experiência presencial nada substitui. Número 2: entender que a arte, realmente, é uma coisa importante para vida das pessoas como um todo. Ela vai fazer você pensar diferente, vai fazer você pensar com liberdade. Trazer um pouco de poesia e beleza. Aquela beleza que não é cosmética, mas é também espiritual”, enfatiza. A exposição na Casa Roberto Marinho é, portanto, uma celebração não apenas da obra de Milhazes, mas de sua profunda convicção no poder da arte de inspirar e transformar a percepção humana, um atestado de seu papel como catalisadora cultural e um chamado à reflexão.

A arte como expressão de conceitos é detalhada em diversas obras, e o movimento de inseri-la em ambientes físicos demonstra a crescente busca por imersão e significado no século XXI. Saiba mais sobre o tema de instalações e intervenções artísticas consultando a Enciclopédia Itaú Cultural.

Confira também: artigo especial sobre leis e valortrabalhista

A exposição de Beatriz Milhazes na Casa Roberto Marinho se apresenta como uma oportunidade imperdível para o público explorar a genialidade de uma das mais importantes artistas plásticas contemporâneas do Brasil. A mostra destaca a visão inovadora de Milhazes em intervir e dialogar com a arquitetura, revelando o poder da arte de transcender o espaço e a forma. Não perca a chance de se inspirar com as “pinturas nômades” da artista e continuar explorando conteúdos fascinantes sobre arte e cultura em nossa editoria.

Crédito da imagem: Jornal Nacional/ Reprodução

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