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Exportação de Suco de Laranja do Brasil Cresce nos EUA

A exportação de suco de laranja brasileiro para os Estados Unidos demonstrou um crescimento significativo nos primeiros três meses da safra 2025/26, nadando contra a corrente de uma retração geral no comércio global do setor. O desempenho positivo neste que é o principal mercado consumidor reforça a importância estratégica do país norte-americano para os produtores […]

A exportação de suco de laranja brasileiro para os Estados Unidos demonstrou um crescimento significativo nos primeiros três meses da safra 2025/26, nadando contra a corrente de uma retração geral no comércio global do setor. O desempenho positivo neste que é o principal mercado consumidor reforça a importância estratégica do país norte-americano para os produtores nacionais de citros.

Os dados revelados pela CitrusBR, a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos, mostram um aumento de 37,7% nos embarques de suco entre julho e setembro, período que marca o primeiro trimestre da atual safra. Neste intervalo, 92,7 mil toneladas do produto foram exportadas para os EUA, gerando uma receita de US$ 310,2 milhões, o equivalente a R$ 1,668 bilhão. No mesmo período da safra anterior, os volumes foram de 67,3 mil toneladas, com receita de US$ 264,5 milhões (R$ 1,423 bilhão), o que significa que, embora o volume tenha crescido substancialmente, a receita teve um aumento um pouco mais modesto de 17,3%.

Nesse cenário de ascensão, o mercado norte-americano consolidou sua posição de liderança, absorvendo 49% do total de 189,2 mil toneladas de suco de laranja exportadas pelo Brasil no trimestre, o que correspondeu a US$ 713,6 milhões (R$ 3,839 bilhões). Este número geral, no entanto, representa uma queda de 4,4% no volume exportado pelo Brasil globalmente em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Exportação de Suco de Laranja do Brasil Cresce nos EUA

O dinamismo da exportação brasileira para os Estados Unidos é atribuído, em grande parte, à diminuição drástica da produção de laranja na Flórida, historicamente uma gigante citrícola. Segundo Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR, o setor brasileiro tem atuado como um importante contrapeso a essa lacuna de oferta. “É uma boa notícia, o mercado americano continua aberto, continuamos exportando para lá e o setor tem de certa maneira compensado a queda de produção na Flórida”, destacou Netto. Ele explicou que a produção no estado norte-americano despencou de impressionantes 150 milhões de caixas (com 40,8 kg cada) para menos de 12 milhões de caixas.

Diversos fatores contribuíram para essa queda expressiva na produção de citros da Flórida. A região foi severamente afetada pelo “greening”, considerada a principal praga da citricultura, que provoca o ressecamento da planta e compromete a qualidade do fruto. Além disso, a passagem de eventos climáticos extremos, como o furacão Ian, causou danos generalizados aos pomares, destruindo plantações e infraestruturas e inviabilizando grandes áreas de cultivo. Apesar da redução na oferta interna, o consumo de suco nos Estados Unidos manteve-se relativamente estável, oscilando entre 500 mil e 550 mil toneladas no período, o que abriu uma oportunidade considerável para o suco brasileiro.

Ibiapaba Netto também ressaltou que o mercado americano não se destaca apenas pelo volume, mas pela preferência por produtos de maior valor agregado. A demanda lá se concentra no NFC (Not From Concentrate, ou suco fresco), em oposição ao FCOJ (Frozen Concentrated Orange Juice, ou suco reconstituído), que é mais comum em outros mercados. “Quando a gente coloca as exportações convertidas para FCOJ equivalente, na verdade tem muito NFC embarcado. É um mercado que paga bem”, afirmou o executivo, indicando a rentabilidade da janela de mercado nos EUA. Esta predileção por suco fresco no país do norte representa um nicho lucrativo para as exportadoras brasileiras.

Enquanto as vendas para os Estados Unidos disparavam, a **exportação de suco de laranja** brasileiro enfrentou desafios em outros três mercados cruciais. A Europa, embora tenha adquirido 88,9 mil toneladas, o equivalente a 47,8% do volume total de exportações no trimestre, registrou uma diminuição de 22,8% em seus embarques. Este recuo foi notado durante o Juice Summit, evento setorial na Bélgica, onde Netto acompanhou a avaliação de que os preços elevados da safra anterior, somados a problemas de qualidade da fruta influenciados pelo clima, levaram consumidores europeus a buscar alternativas em outras bebidas e produtos. Isso exige, por parte do Brasil, um esforço estratégico para reconquistar a fidelidade dos compradores no continente.

No Extremo Oriente, os números também apontaram retração. As exportações para a China atingiram 3,4 mil toneladas, uma queda de 44% em relação ao primeiro trimestre da safra 2024/25, correspondendo a apenas 1,8% da participação total brasileira. Similarmente, o Japão recebeu 1,6 mil toneladas de suco de laranja do Brasil, uma redução ainda mais drástica de 68,7%, representando 0,9% do volume total exportado. Essas quedas em mercados asiáticos importantes destacam a concentração do bom desempenho no período recente na região norte-americana.

Apesar do cenário favorável com os EUA, o diretor da CitrusBR alerta que a disponibilidade geral de suco ainda é um fator a ser monitorado. “É importante destacar que a disponibilidade de suco ainda é pequena por causa do início de safra mais lento e a partir dos próximos meses veremos como fica essa demanda”, comentou Netto. Dados fornecidos pelo Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) indicam que, até meados de agosto, apenas cerca de 25% da safra atual havia sido colhida, um ritmo notavelmente inferior ao dos anos anteriores, quando aproximadamente 50% já tinha sido coletado no mesmo período. Esse atraso na colheita é atribuído, principalmente, a um clima mais frio registrado em importantes regiões produtoras em comparação com os anos anteriores, o que desacelerou o processo de maturação dos frutos. Netto vislumbra, no entanto, que após uma acomodação de preços, possa haver espaço para o aumento dos volumes negociados futuramente.

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Em síntese, o panorama da **exportação de suco de laranja** do Brasil para os Estados Unidos revela um movimento anticíclico e promissor, impulsionado pela fragilidade da produção na Flórida e pela demanda contínua por suco fresco. O setor citrícola brasileiro mostra resiliência ao aproveitar essas oportunidades, embora precise também focar na reconquista de mercados importantes como a Europa e na gestão da lenta colheita interna. Para ficar por dentro de outros temas relevantes para a economia brasileira, como o desempenho do agronegócio e as movimentações de mercado, acesse nossa seção de Economia.

Crédito da imagem: Joel Silva-17.abr.24/Folhapress

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