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Exoneração em Conjunto Penal de Eunápolis: Diretor é substituído após sofrer atentado

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O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, do Partido dos Trabalhadores (PT), realizou nesta quinta-feira, 28 de agosto de 2025, a exoneração de Jorge Magno Alves do cargo de diretor do Conjunto Penal de Eunápolis. A unidade prisional em questão está localizada na região do extremo sul do estado baiano. Para assumir a posição de diretor do complexo penitenciário, Fabrizio Gama e Narici foi nomeado como substituto. As decisões relativas a estas mudanças administrativas foram oficialmente divulgadas por meio do Diário Oficial do Estado na mesma data.

Além da substituição na direção geral, a estrutura gerencial do presídio também sofreu alterações. Sergio Vinicius Tanure dos Santos foi indicado para preencher a função de diretor-adjunto do estabelecimento penal. Em concomitância, a exoneração de Jefferson Oliveira Perfentino da Cruz da posição de diretor-adjunto também foi oficializada e publicada.

A saída de Jorge Magno Alves ocorre em um contexto de relevância para a segurança pública na região. Em 21 de maio deste ano, o então diretor foi alvo de um atentado a tiros ocorrido nas imediações da própria unidade prisional sob sua gestão. Na ocasião do ataque, um motorista terceirizado que prestava serviços ao Conjunto Penal de Eunápolis sofreu ferimentos graves. Jorge Magno Alves não estava presente no veículo alvejado no momento do incidente e, consequentemente, não foi atingido.

A gestão de Jorge Magno à frente do complexo penal teve início em um período de instabilidade anterior. Sua posse se deu após a fuga de 16 detentos da unidade prisional, um evento que aconteceu no ano de 2024. Anteriormente, Joneuma Neres havia ocupado a diretoria e deixou o cargo na mesma ocasião da mencionada fuga em massa. Atualmente, Joneuma Neres é objeto de investigações policiais por suspeita de ter facilitado a evasão dos internos e por possível envolvimento com organizações criminosas que atuam na região. As apurações buscam determinar a extensão de sua participação e de seus laços com tais grupos.

Joneuma Silva Neres esteve à frente do Conjunto Penal de Eunápolis por um período de nove meses, marcando sua passagem por ser a primeira mulher a exercer um cargo dessa natureza em todo o estado da Bahia. Apesar do caráter histórico e representativo de sua nomeação, o que se revelou posteriormente, principalmente após uma série de prisões e aprofundamento das investigações, indica que a unidade prisional poderia estar, na verdade, sob a influência e o controle de grupos criminosos organizados.

As investigações sobre a ex-diretora indicam um cenário complexo que envolve elementos de relacionamento amoroso com detento, suspeitas de corrupção ativa e passiva e comprovado envolvimento com facções criminosas. Tais informações vieram à tona após as diligências policiais, configurando um quadro alarmante sobre a administração do Conjunto Penal durante aquele período.

Detenções Relacionadas ao Atentado e Histórico de Jorge Magno

As autoridades policiais têm avançado nas apurações sobre o atentado direcionado ao então diretor Jorge Magno. Em 4 de agosto de 2025, um indivíduo identificado como Romildo Ramos de Moraes foi detido sob a suspeita de envolvimento direto na tentativa de homicídio. A prisão de Moraes não foi a única; um dia após o ataque ocorrido em maio, outro homem já havia sido interceptado e preso pelas forças de segurança em conexão com o incidente.

Conforme informações divulgadas pela polícia, o suspeito Romildo Ramos de Moraes não era figura nova para as autoridades. Ele foi implicado na fuga dos 16 detentos da unidade prisional de Eunápolis, que se deu em dezembro do ano passado (2024). Ademais, Moraes possuía ligações com o advogado que foi preso pelo mesmo crime em julho, na cidade de Serrinha, reforçando o escopo das investigações. As autoridades ainda atribuem a Moraes a responsabilidade por emitir ordens a seus comparsas para atacar policiais e seus familiares, denotando a gravidade das acusações.

A localização e prisão de Romildo Ramos de Moraes ocorreram em uma residência situada no distrito de Pindorama, localizado em Porto Seguro, na mesma região geográfica do estado da Bahia. A operação foi deflagrada com o propósito de cumprir mandados de busca e apreensão. Durante a abordagem, constatou-se que Moraes possuía cinco mandados de prisão em aberto, todos os quais foram executados no ato da detenção. Além de Moraes, a ação policial também resultou na descoberta de outro indivíduo, que é acusado de homicídio, porém, detalhes específicos sobre ele não foram amplamente divulgados pelas autoridades. Os indivíduos presos foram encaminhados para a realização de exames de lesões corporais, seguindo posteriormente para o sistema prisional, onde permanecerão à disposição da Justiça para as devidas providências legais.

Detalhes da Tentativa de Homicídio em Maio

A ação criminosa que resultou na tentativa de homicídio e tinha como alvo Jorge Magno Alves foi minuciosamente detalhada pela polícia. O ataque aconteceu no final da tarde do dia 20 de maio de 2025. O motorista do Conjunto Penal de Eunápolis estava conduzindo o veículo oficial na Avenida Alcides Lacerda, situada no bairro Arisvaldo Reis, quando foi emboscado. O automóvel foi surpreendido por um grupo de homens, que estavam armados e com rostos cobertos por capuzes. Os agressores empregaram um armamento de grosso calibre, que incluía fuzis dos modelos 7,62 mm e 5,56 mm.

O veículo utilizado na ocasião era comumente usado pelo então diretor do presídio, Jorge Magno Alves. Contudo, no momento do atentado, apenas o motorista estava no interior do automóvel, um funcionário da empresa cogestora Reviver, conforme informações fornecidas pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap). Mesmo gravemente ferida pelos disparos, a vítima demonstrou notável resiliência, conseguindo dirigir o carro por alguns metros antes de ser alcançada e socorrida por policiais militares que foram acionados para a ocorrência. O motorista foi prontamente encaminhado a uma unidade hospitalar, onde precisou ser submetido a uma intervenção cirúrgica. Ele permaneceu internado, mas seu estado de saúde foi considerado sem risco iminente de morte.

Após o ataque ao motorista do presídio, uma operação conjunta e intensiva foi rapidamente mobilizada. Aproximadamente 100 policiais, provenientes tanto das Forças Estaduais quanto das Forças Federais, uniram esforços em ações integradas. O principal objetivo dessas operações foi identificar e prender os responsáveis pelo ataque armado, intensificando a presença e a busca na região.

As investigações conduzidas após o atentado apontaram que a ação criminosa foi planejada e coordenada por Ednaldo Pereira Souza, amplamente conhecido pelo apelido “Dadé”. Ele é reconhecido como o líder da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), grupo que, no presente momento, possui ligações estreitas com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). “Dadé” também figura como um dos principais mandantes da fuga dos 16 detentos ocorrida em dezembro do ano anterior (2024), e ele próprio estava entre os fugitivos daquela ocasião.

Exoneração em Conjunto Penal de Eunápolis: Diretor é substituído após sofrer atentado - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Um dos indivíduos identificados como executor material do atentado foi José Rubens Alves de Assis Filho, popularmente conhecido como “Rubão”. José Rubens e sua namorada, Letícia Rodrigues, foram presos em 21 de maio, na cidade de Itapebi, em uma operação que resultou em sua captura um dia após a divulgação de Jorge Magno como alvo. No momento da abordagem policial, José Rubens portava uma pistola calibre 9mm, acompanhada de dois carregadores e um total de oito munições. Este armamento, com características de ter sido utilizado no atentado, foi encaminhado para exames de microcomparação balística. O procedimento busca cotejar as marcas da arma com os estojos deflagrados encontrados na cena do crime, visando confirmar sua utilização no ataque.

Depoimentos Confessos e Contradições Durante a Investigação

No decorrer do processo de interrogatório conduzido pela polícia de Eunápolis, foram verificadas contradições relevantes nos depoimentos dos acusados. José Rubens Alves de Assis Filho negou categoricamente seu envolvimento direto na tentativa de homicídio contra Jorge Magno. Em sua versão, alegou que estava em uma área de mata nas proximidades do local onde a ação policial aconteceu, afirmando ter apenas ouvido barulhos de disparos. Por outro lado, Letícia Rodrigues, namorada de José Rubens, apresentou uma confissão, admitindo que ele realmente participou da emboscada criminosa.

Diante das evidências e da natureza do crime, ambos foram autuados em flagrante pelos crimes de tentativa de homicídio triplamente qualificado, que acarreta maior rigor penal devido às qualificadoras específicas do delito. As investigações ainda revelaram que José Rubens já possuía histórico criminal anterior. Ele já havia sido preso por roubo qualificado a uma joalheria. Além disso, “Rubão” é investigado por envolvimento na ocultação do cadáver de um homem identificado como Lucas Phelipe Costa Lemos, cujo homicídio ocorreu em 17 de maio deste ano. Ele também é suspeito no caso do homicídio do motorista de aplicativo Weverton Antônio dos Santos, ocorrido cinco dias antes do atentado ao diretor, evidenciando um histórico de crimes violentos.

Durante seu depoimento, segundo informações da polícia, José Rubens admitiu ter transportado sacos plásticos que foram utilizados para o acondicionamento de partes do corpo da vítima no caso de Lucas Phelipe. No entanto, o suspeito afirmou ter agido a pedido de um outro homem, cuja identidade ele se recusou a revelar para as autoridades investigativas, dificultando a elucidação completa desse crime.

A Grande Fuga de 16 Detentos em 2024

O episódio de evasão prisional que precedeu a nomeação de Jorge Magno ocorreu na noite de 12 de dezembro de 2024, quando um total de dezesseis detentos do Conjunto Penal de Eunápolis conseguiu fugir da custódia. O evento se desenrolou após um grupo de indivíduos armados invadir o interior da unidade prisional e deflagrar um confronto armado, trocando tiros com os agentes de segurança responsáveis pela vigilância. Após a gravidade da ocorrência, os diretores e coordenador da unidade penal foram imediatamente afastados de suas funções, e a Seap determinou uma intervenção com duração de 30 dias no local, visando restabelecer a ordem e apurar as responsabilidades.

Os desdobramentos da fuga resultaram em atualizações sobre o paradeiro dos evadidos. Em 16 de janeiro deste ano (2025), um dos dezesseis presos foi morto após um intenso confronto armado com policiais civis, durante uma operação de recaptura. Os outros quinze detentos envolvidos na fuga permanecem foragidos, e as forças de segurança continuam as diligências para localizá-los e reintegrá-los ao sistema prisional. Uma semana após o óbito de um dos fugitivos, em 23 de janeiro, a ex-diretora da unidade, Joneuma Silva Neres, foi presa. Sua prisão ocorreu sob forte suspeita de ter desempenhado um papel crucial na facilitação da fuga dos presos, e as investigações posteriores indicaram uma conexão da ex-diretora com uma organização criminosa que atua na cidade de Eunápolis.

Conforme informações pontuadas pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), o incidente de 12 de dezembro de 2024 marcou um precedente no estado da Bahia. A ocorrência foi o primeiro registro de uma invasão a um presídio realizada dessa maneira, por um grupo externo, com a finalidade de resgate. As investigações posteriores detalharam que a ação contou com a participação de oito homens, que, após trocarem tiros com os agentes de segurança da unidade, facilitaram a evasão dos internos.

Identidade dos Foragidos e Suas Conexões

As identidades dos dezesseis detentos que lograram escapar do Conjunto Penal de Eunápolis foram oficialmente confirmadas pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização, contribuindo para as operações de busca e inteligência. A lista detalhada dos fugitivos inclui:

  • Ednaldo Pereira Souza, conhecido como “Dadé”, apontado como chefe da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis (PCE);
  • Sirlon Risério Dias Silva, identificado pelo apelido “Saguin”, que é sublíder da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis (PCE);
  • Rubens Lourenço dos Santos, conhecido como “Binho Zoião”, membro da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis (PCE);
  • Altieri Amaral de Araújo, cujo apelido é “Leleu”, sublíder da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis (PCE);
  • Mateus de Amaral Oliveira;
  • Geifson de Jesus Souza;
  • Anderson de Oliveira Lima;
  • Anailton Souza Santos, o único entre os fugitivos que, até o momento, foi morto em janeiro deste ano;
  • Fernandes Pereira Queiroz;
  • Giliard da Silva Moura;
  • Valtinei dos Santos Lima;
  • Romildo Pereira dos Santos;
  • Thiago Almeida Ribeiro;
  • Idário Silva Dias;
  • Isaac Silva Ferreira;
  • William Ferreira Miranda.

Os esforços para recapturar os demais quinze foragidos seguem intensificados, com as autoridades mobilizadas para reintegrá-los ao sistema prisional e concluir as investigações relacionadas à fuga e aos envolvimentos criminosos.

Com informações de G1 Bahia

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