Fabiano Silva dos Santos, ex-presidente dos Correios, foi recentemente alvo de sondagens para assumir a posição de presidente da Invepar, empresa proeminente no setor de infraestrutura brasileiro. A companhia detém concessões estratégicas em rodovias e opera o Aeroporto Internacional de Guarulhos, um dos mais movimentados do país.
A estrutura de capital da Invepar revela uma forte ligação com o setor público, com 75,6% de seu capital pertencente a fundos de pensão vinculados a estatais. São eles: Previ (do Banco do Brasil), Funcef (da Caixa Econômica Federal) e Petros (da Petrobras), evidenciando a influência governamental sobre a gestão da empresa. O restante do capital pertence ao fundo FIP Yosemite.
Ex-presidente dos Correios é sondado para Invepar
Atualmente, o cargo de diretor-presidente da Invepar é ocupado por Osvaldo Garcia. Ele também acumula a função de presidente da GRU Airport, a concessionária do aeroporto de Guarulhos, na qual a Invepar possui uma participação majoritária de 80%. Os mandatos de Garcia estão previstos para se encerrar em 2027 na Invepar e em 2026 na GRU Airport. No entanto, informações próximas indicam que o executivo manifestou a intenção de deixar as posições antes do término dos seus mandatos.
A Invepar, que opera importantes ativos de infraestrutura, enfrenta desafios financeiros consideráveis. A empresa encontra-se em processo de negociação com seus credores para gerenciar uma dívida expressiva de R$ 1,5 bilhão. Em junho deste ano, uma parcela significativa dos credores já aprovou a continuidade de um *standstill*, mecanismo utilizado para suspender a cobrança de dívidas, buscando evitar um pedido de recuperação judicial.
O cenário financeiro da companhia é complexo, com a Invepar reportando um prejuízo líquido de R$ 880 milhões no ano de 2024. Este resultado ressalta a pressão sob a qual a empresa opera, apesar de controlar um portfólio relevante de concessões de rodovias e aeroportos.
Em declaração à Folha de S.Paulo, Fabiano Silva dos Santos negou ter sido contactado para discussões sobre a presidência da Invepar. Ele informou que, após sua saída do comando dos Correios, pretende cumprir o período de quarentena. Este é um intervalo remunerado no qual ex-funcionários de cargos estratégicos ficam impedidos de exercer funções que possam gerar potenciais conflitos de interesse com suas responsabilidades anteriores. Santos ressaltou que, neste momento, não possui planos de assumir outro cargo executivo.
A Invepar, por sua vez, optou por não emitir manifestação oficial sobre as especulações acerca da sucessão de sua presidência, mantendo discrição sobre o tema.
Fabiano Silva dos Santos possui uma sólida trajetória profissional e acadêmica. É advogado de formação, atua como professor universitário e detém especialização em gestão estratégica de empresas. Ele é também uma figura ativa no cenário político, sendo um dos coordenadores do movimento Prerrogativas, grupo composto por advogados que declaram apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sua experiência profissional inclui passagens importantes pelo Ministério do Trabalho e Emprego, pela Fundação dos Economiários Federais e pelo Instituto de Previdência do Município de São Paulo, quando a entidade estava sob a gestão de Marta Suplicy (MDB).
Imagem: www1.folha.uol.com.br
À frente dos Correios desde fevereiro de 2023, Fabiano Silva dos Santos entregou sua carta de demissão em julho deste ano, com a saída sendo formalmente oficializada apenas em setembro. A decisão de deixar o cargo foi, em parte, impulsionada pela grave crise financeira enfrentada pela estatal.
Os Correios reportaram um prejuízo de R$ 2,64 bilhões no segundo trimestre de 2025. Este valor representa quase cinco vezes o montante negativo registrado no mesmo período de 2024, que foi de R$ 553,2 milhões, sinalizando uma acentuada piora em suas finanças.
No acumulado do primeiro semestre de 2025, o rombo financeiro da empresa de logística alcançou R$ 4,37 bilhões. Tal cifra é o triplo do prejuízo observado em igual período de 2024, que somava R$ 1,35 bilhão, consolidando uma tendência de deterioração fiscal.
O desempenho adverso dos Correios reflete uma combinação preocupante: a rápida perda de receitas simultânea ao crescimento constante de suas despesas operacionais, criando um cenário desafiador para a sustentabilidade da estatal. Esse contexto de dificuldade da estatal, incluindo o peso dos fundos de pensão de estatais como Previ, que possui participação relevante em companhias como a Invepar, reflete a interconexão de desafios no setor público-privado brasileiro. Para saber mais sobre o fundo de pensão Previ, uma das principais instituições de previdência complementar do Brasil, acesse o site oficial da Previ.
Conforme noticiado pela Folha, a própria companhia já alertou o governo Lula sobre a possível necessidade de um aporte de recursos da União para evitar um desequilíbrio ainda maior em seu caixa.
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A potencial mudança de Fabiano Silva dos Santos para a presidência da Invepar, negada pelo próprio executivo no momento, coloca em foco tanto a reestruturação de importantes players do setor de infraestrutura quanto as implicações das finanças das estatais. Para aprofundar a compreensão sobre os bastidores da política e da economia, continue explorando nossas análises e notícias detalhadas na editoria de Economia.
Crédito da imagem: Fernando Donasci/Divulgação
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