Estratégia do Muro do Bope em favelas do Rio detalhada

Economia

A recente megaoperação nas comunidades da Penha e do Alemão, localizadas na Zona Norte do Rio de Janeiro, teve sua principal estratégia do Muro do Bope em favelas do Rio revelada. O Secretário de Polícia Militar, Marcelo Menezes, detalhou nesta quarta-feira a tática utilizada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), que consistiu na criação de uma barreira ostensiva na área de mata adjacente aos complexos, um plano desenhado para conter e direcionar a movimentação de grupos criminosos durante a intervenção policial.

Menezes explicou que a força-tarefa tinha como meta principal resguardar os moradores, minimizando o confronto em áreas densamente povoadas. A manobra forçou os criminosos para setores específicos, onde as tropas já estavam estrategicamente posicionadas. Durante a operação, o secretário informou que houve a opção de rendição para os que desejassem se entregar e que diversos indivíduos mortos foram encontrados portando vestimentas táticas. Esta ação policial, que lamentavelmente resultou em ao menos 120 mortes inicialmente divulgadas, é classificada como uma das mais letais já conduzidas por forças policiais no país, sublinhando a intensidade e a complexidade do cenário de segurança pública no estado.

Estratégia do Muro do Bope em favelas do Rio detalhada

A implantação do que foi chamado de “muro do Bope” visava primordialmente empurrar os grupos armados para as áreas mais elevadas da Mata da Misericórdia, longe das residências e comércios das comunidades. “Incluímos a incursão de tropas do Bope para a parte mais alta da mata da Misericórdia criando um muro do Bope, fazendo com que os marginais fossem empurrados para a área mais alta pelas outras incursões. Nosso objetivo principal era proteger as pessoas de bem da comunidade”, enfatizou Menezes. Ele complementou que grande parte dos embates ocorreu justamente nesse perímetro de mata, conforme o planejado, por ser “uma opção dos marginais” buscar refúgio nesses locais, ao invés de confrontar em áreas urbanas.

Reforçando a linha estratégica, o Secretário de Segurança Pública, Victor Santos, reiterou que a decisão de levar os enfrentamentos para a área de vegetação das favelas foi deliberada para preservar a vida de cidadãos inocentes. “Optamos por deslocar o contato com os criminosos para a área de mata, onde eles efetivamente se escondem e atacam os policiais. A opção foi feita para preservar a vida dos moradores”, afirmou Santos. Ele reconheceu a ocorrência de um “dano colateral pequeno”, com quatro moradores inocentes sofrendo ferimentos leves, indicando a tentativa de contenção dos impactos à população.

Balanço Oficial e Reações Políticas à Megaoperação

Após a megaoperação, o governador Cláudio Castro (PL) declarou o sucesso da ação que, na época, contabilizou um alto número de vítimas fatais, afirmando que as únicas vítimas do lado da segurança seriam os próprios policiais. Essa declaração foi proferida na quarta-feira pela manhã, após um encontro no Palácio da Guanabara com a cúpula da segurança pública estadual e governadores aliados de direita. A reunião tinha como objetivo fazer um balanço da intervenção contra o Comando Vermelho. Coincidentemente, no momento de sua fala, 60 corpos eram recolhidos por moradores e levados para a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, e subsequentemente encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para identificação.

Em uma teleconferência crucial, Castro dialogou com governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos) de São Paulo, Romeu Zema (Novo) de Minas Gerais, Ronaldo Caiado (União Brasil) de Goiás, Jorginho Mello (PL-SC) de Santa Catarina, e Mauro Mendes (União Brasil) de Mato Grosso. O governador expressou satisfação ao ver que seus pares percebiam o “impacto de algumas ações judiciais” no avanço das facções criminosas no Rio. “Os governadores percebem isso claramente. Vejo como o início de um novo momento em que poderemos livrar os fluminenses, mas também os brasileiros, da criminalidade”, destacou Castro. Ele assegurou o compromisso do estado em atuar firmemente contra a criminalidade, ressaltando: “Nós não furtaremos de fazer a nossa parte, mostramos um duro golpe na criminalidade”.

Respondendo às críticas e manifestações de autoridades do governo federal, o governador adotou um tom incisivo. “Eu queria deixar uma fala muito clara. O governador desse estado e nenhuma secretaria vai ficar respondendo qualquer ministro ou outro agente que queira transformar esse momento em uma batalha política. Quem quiser somar, estará muito bem-vindo. Aos outros, o nosso único recado é suma. Ou soma, ou suma. Não entraremos nessa armadilha de ficar querendo polarizar ou politizar uma das maiores ações que já fizemos. Esperamos um foco no Rio de Janeiro, de integração e de financiamento, já que há tanta preocupação, espero que eles nos ajudem sim”, declarou Castro, manifestando a necessidade de cooperação técnica e financeira, sem envolvimento em embates políticos. Para mais detalhes sobre as estratégias de combate à criminalidade, consulte informações governamentais sobre o tema em veículos de notícias confiáveis, como o G1, que frequentemente cobre temas de segurança pública no Rio.

Ainda na ocasião, o governador adiantou que aguardava um novo contato do governo federal e o envio de um representante de alto escalão a Brasília. Ele notou que os governadores aliados tinham a clara percepção de que muitas das lideranças criminosas atuantes em seus estados possuem bases ou passam pelo Rio de Janeiro. Reforçando seu posicionamento, Castro disse que “Toda ajuda será bem-vinda, mas será técnica e ordeira, sem politicagem”, solidificando a demanda por apoio pragmático, distante de qualquer interferência partidária. Segundo o balanço oficial apresentado por Castro na reunião, o número de mortos confirmados até aquele momento era de 58, sendo 54 supostos criminosos e quatro policiais, destacando, porém, que os números eram provisórios e sujeitos a alterações com o avanço das perícias pelo IML.

Debate sobre Segurança e Cooperação Estadual

O governador explicou o porquê da discrepância nos números. “Nós não contabilizamos imagens e fotos a partir do momento que eles chegam ao IML. A polícia faz esse trabalho. Daqui a pouco fica uma guerra dos números. Por enquanto, são 58, sendo os 54 suspeitos e quatro policiais. E esse dado vai mudar, e não é maior ainda porque o trabalho da perícia não terminou. Nós garantimos hoje que são criminosos”, garantiu. Mais cedo, Ronaldo Caiado havia expressado ao GLOBO a intenção do grupo de governadores de visitar o Rio para discutir medidas de combate ao crime organizado e ofertar o apoio de suas respectivas forças estaduais de segurança. O grupo de mandatários já havia se posicionado contra a PEC da Segurança Pública proposta pelo governo federal no ano anterior. Durante um encontro do Consórcio Sul-Sudeste, em novembro, assinaram um documento que alegava que a proposta centralizaria os sistemas de segurança estaduais, enfraquecendo suas administrações.

Apesar do histórico de oposição à PEC, o governador Cláudio Castro negou veementemente que o assunto tivesse sido pautado na recente reunião com os governadores. “A agenda aqui não é política, não foi tratado sobre a PEC, ninguém falou de PEC. O assunto foi 100% do Rio de Janeiro. E o problema das lideranças criminosas deles (de outras unidades da federação), que estão aqui no Estado. Não teve essa conversa”, frisou o governador, reafirmando o foco exclusivo nas questões de segurança e controle das organizações criminosas que impactam não apenas o Rio, mas também outros estados da federação. A união entre os governadores ressaltou a percepção de que o problema do crime organizado transcende fronteiras estaduais, exigindo uma abordagem coordenada e focada na estratégia de segurança pública.

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Em suma, a megaoperação no Complexo da Penha e do Alemão representou um marco nas estratégias de segurança do Rio de Janeiro, com a adoção do “muro do Bope” na mata como tática central. Enquanto o governo estadual, sob a liderança de Cláudio Castro, defendeu a ação como um sucesso e pediu apoio federal sem interferências políticas, a discussão sobre o número de vítimas e a cooperação entre estados segue em pauta. Para se manter atualizado sobre os desdobramentos e outras notícias relacionadas à segurança pública e aos acontecimentos que afetam as grandes cidades do Brasil, continue explorando a editoria de Cidades do nosso blog.

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