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Escândalo Espert: Dinheiro de Tráfico Agrava Crise de Milei

Uma nova e complexa crise política envolvendo Javier Milei abala o cenário argentino às vésperas das eleições legislativas. A tensão escalou após a divulgação de um extrato do Bank of America na noite de quinta-feira, dia 2 de novembro, que apontou um repasse de US$ 200 mil – montante equivalente a cerca de R$ 1 […]

Uma nova e complexa crise política envolvendo Javier Milei abala o cenário argentino às vésperas das eleições legislativas. A tensão escalou após a divulgação de um extrato do Bank of America na noite de quinta-feira, dia 2 de novembro, que apontou um repasse de US$ 200 mil – montante equivalente a cerca de R$ 1 milhão – a José Luis Espert, o principal candidato a deputado de A Liberdade Avança pela província de Buenos Aires, de uma fonte com suspeitas de envolvimento com narcotráfico internacional.

José Luis Espert, que no dia anterior havia se recusado a comentar a jornalistas em um programa televisivo sobre supostos pagamentos de Fred Machado, argentino investigado nos Estados Unidos por alegada participação em atividades ilícitas, viu-se obrigado a se manifestar. Através de um vídeo em suas redes sociais, o parlamentar forneceu sua versão dos fatos a respeito do documento bancário, cuja revelação inicial se deu por meio do periódico La Nacion, aumentando a pressão sobre o partido e, por extensão, sobre o presidente Milei.

Escândalo Espert: Dinheiro de Tráfico Agrava Crise de Milei

No material gravado e divulgado por Espert, ele confirmou ter recebido valores da empresa de mineração guatemalteca Minas del Pueblo, vinculada a Machado. No entanto, o deputado argumentou que esses pagamentos eram estritamente relacionados à sua atuação como consultor econômico. Ele detalhou que, apesar de Machado ter sido um colaborador de sua campanha presidencial em 2019, o recebimento dos fundos agora questionados estaria atrelado a serviços prestados em caráter privado e não eleitoral.

O parlamentar reforçou sua defesa, afirmando que “Machado foi um dos tantos colaboradores na campanha de 2019; além disso, me disse que uma empresa de mineração vinculada a ele necessitava de meus serviços como economista.” Ele prosseguiu, garantindo sua integridade: “Nunca recebi dinheiro que não fosse devidamente justificado ou dos quais se pudesse suspeitar de origem ilícita.” Espert admitiu uma possível falha de julgamento ao interagir com Machado, declarando: “Posso ter pecado por ser ingênuo, mas nunca criminoso,” em sua tentativa de se desvincular das acusações enquanto busca um novo mandato.

Fred Machado, a figura central deste desdobramento, encontra-se atualmente em prisão domiciliar na cidade argentina de Viedma. Sua situação jurídica é complexa, com a Justiça dos Estados Unidos solicitando sua extradição. Os norte-americanos investigam a fundo seu possível envolvimento em uma ampla rede de narcotráfico, com indícios de que Machado operaria na vertente logística, supostamente utilizando uma empresa de aviões particulares para facilitar o transporte de drogas ilícitas.

As conexões de Machado com Espert vão além dos pagamentos por consultoria. O empresário chegou a disponibilizar uma aeronave para que Espert pudesse viajar para o interior da Argentina para o lançamento de um livro, evento que ocorreu antes mesmo de sua eleição como deputado. Esta proximidade prévia ao cargo público adensa o mistério e as questões em torno da relação entre o político e o empresário sob investigação.

A publicação do vídeo explicativo de Espert reverberou intensamente nas plataformas digitais, gerando um debate polarizado. De um lado, seus defensores argumentam que o episódio é uma “crise fabricada” orquestrada por opositores kirchneristas, visando prejudicá-lo politicamente. De outro, críticos se apressaram em questionar veementemente a procedência do capital recebido, alimentando a narrativa de uma nova complicação para o governo de Javier Milei.

Analistas da oposição, em particular os ligados à sigla A Liberdade Avança, rapidamente destacaram uma perceptível alteração no discurso de José Luis Espert. Antes da revelação, o deputado tendia a minimizar qualquer papel significativo de Machado em sua campanha ou vida profissional. Agora, a admissão do recebimento de fundos, embora com a alegação de desconhecer sua origem ilícita, marca uma mudança de postura que levantou sobrancelhas e dúvidas sobre a real extensão de seu conhecimento a respeito dos envolvidos.

Um fato que adicionou camadas ao embate político foi a antiga crítica de Espert a José Bonacci, presidente do partido Unite, por este ter, segundo Espert, utilizado recursos de Machado. Em resposta, Bonacci retrucou as acusações, argumentando que Espert, o candidato de Milei, possuía sim ciência sobre a origem dos recursos envolvidos, criando um confronto público direto entre os dois políticos e seus aliados.

Javier Milei, por sua vez, manifestou-se em apoio a Espert em sua plataforma X (antigo Twitter), defendendo a conduta do candidato. O presidente argentino compartilhou o vídeo de Espert e proferiu: “O professor Espert desmantelando a operação imunda e grosseira montada pelo kirchnerismo. Os kirchneristas estão envolvidos em casos de corrupção e, como qualquer ladrão, acreditam em outros da sua laia.” Tal posicionamento reiterou a linha de defesa do governo, que busca deslegitimar as acusações como táticas políticas da oposição.

A escolha de Milei de endossar a candidatura de Espert como deputado nacional em Buenos Aires gerou apreensão nos bastidores da Casa Rosada, faltando apenas poucos dias para as eleições legislativas nacionais marcadas para 26 de outubro. Este apoio firme reflete uma postura similar àquela adotada pelo presidente durante o escândalo dos áudios de Diego Spagnuolo, ex-diretor da Andis (agência para pessoas com deficiência), que sugeriam um possível esquema de propinas na aquisição de medicamentos, implicando a irmã de Milei, Karina.

O episódio dos áudios teve um impacto negativo no governo semanas antes das eleições legislativas locais na província de Buenos Aires, realizadas em 7 de setembro, onde o partido de Milei experimentou uma derrota significativa, com uma diferença de 13 pontos percentuais. Esse precedente contribui para o nervosismo atual dentro do governo quanto às repercussões do caso Espert nas urnas.

Dentro do próprio governo, nem todos compartilham da mesma visão otimista de Milei. Membros de destaque, como a Ministra da Segurança Patricia Bullrich, avaliam que a janela para Espert se justificar de forma crível já se fechou. Na visão de Bullrich, seria tarde demais para uma explicação eficaz, e o candidato deveria considerar a desistência. A principal preocupação da ministra, que aspirava a uma eleição mais tranquila para o Senado em outubro, é que o recente escândalo de **José Luis Espert** possa corroer a base de votos dos mileístas e impactar a performance eleitoral de todo o partido.

A despeito da gravidade e da amplificação que o escândalo tomou nos últimos dias, o parlamentar José Luis Espert não sinalizou intenção de retirar sua candidatura. Inclusive, caso uma eventual desistência ocorra, seu nome e fotografia permaneceriam nas cédulas eleitorais, já impressas, ao lado do símbolo do partido de Javier Milei. Isso significa que, independentemente de sua decisão, o vínculo político com o presidente seguirá evidente para os eleitores.

A situação de Espert é ainda mais complexa pelo fato de ele presidir a importante comissão de Orçamento na Câmara dos Deputados. Outros parlamentares já se manifestam solicitando que ele se afaste dessa função de relevo, demonstrando o impacto multifacetado que a denúncia trouxe à sua trajetória política e funcional. Em um contexto de crescente pressão sobre a **crise que abala o governo Milei**, a pauta da transparência na gestão de recursos públicos e financiamento de campanhas ganha um peso adicional.

Historicamente, Espert é reconhecido por seu discurso incisivo e frequentemente agressivo no que tange ao combate à criminalidade, posicionando-se de maneira inflexível contra os infratores. Ele já havia manifestado publicamente sua visão extrema sobre o tratamento de pessoas associadas ao narcotráfico, argumentando que elas não mereceriam os direitos humanos em certos contextos. Em entrevista anterior, o político declarou frases de forte impacto como “Contra o delinquente, é cadeia ou bala; contra o narcotraficante, só bala”, declarações que agora são postas à prova diante das recentes acusações de seus laços com figuras investigadas no tráfico internacional, ampliando o alcance da **crise que envolve o candidato de Javier Milei**.

Para um panorama mais amplo sobre a transparência na administração pública e o financiamento de atividades políticas, em um cenário global de crescente atenção à origem de recursos financeiros em campanhas políticas, organizações como o Banco Central do Brasil têm enfatizado a importância da conformidade e da fiscalização rigorosa das movimentações financeiras. Por exemplo, relatórios e diretrizes sobre combate à lavagem de dinheiro e crimes financeiros são temas de interesse contínuo para autoridades e o público, sendo o cumprimento de tais normativas fundamentais para a estabilidade e integridade dos sistemas financeiros, conforme se pode verificar em debates sobre diretrizes financeiras internacionais. Organismos internacionais e instituições financeiras de prestígio, como o Banco Central Europeu ou o Fundo Monetário Internacional (FMI), em `https://www.imf.org/pt/` , constantemente publicam estudos e recomendações sobre boas práticas e governança que podem evitar situações como a vivenciada pelo candidato argentino.

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O desdobramento da **crise envolvendo o candidato José Luis Espert** e o recebimento de dinheiro de um suspeito de narcotráfico promete ser um dos pontos cruciais que moldarão as próximas semanas políticas na Argentina, testando a resiliência do governo de Javier Milei. Acompanhe os próximos capítulos dessa investigação e outras análises aprofundadas sobre o cenário político da América Latina na nossa editoria de Política.

Crédito da imagem: Agustin Marcarian/Reuters

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