Eleições Bolívia 2º Turno: Candidatos de Direita Encerram Campanhas

As Eleições Bolívia 2º Turno presidencial atingiram sua fase decisiva. Nesta quarta-feira, 15 de outubro, os postulantes Rodrigo Paz Pereira e Jorge Tuto Quiroga realizaram seus últimos compromissos de campanha, marcando o encerramento oficial do período de atos públicos e propagandas televisivas, visando o pleito do dia 19 de outubro. Este segundo turno inédito acontece após o resultado das eleições de 17 de agosto.

Paz, representante do Partido Democrata Cristão (PDC), dedicou a reta final da campanha a intensificar críticas ao modelo político do Movimento ao Socialismo (MAS). Suas promessas incluíam a defesa de um “capitalismo para todos”, facilitando o acesso ao crédito e implementando uma política de impostos reduzidos. O candidato também enfatizou a necessidade prioritária de combater a corrupção no país antes de buscar qualquer tipo de auxílio financeiro internacional.

Eleições Bolívia 2º Turno: Candidatos de Direita Encerram Campanhas

Os eventos de campanha de Rodrigo Paz incluíram um grande comício em Cochabamba na segunda-feira, 13 de outubro. Na quarta-feira, ele se dirigiu à sua região de origem, Tarija, no sul da Bolívia, onde sua coalizão culminou oficialmente as atividades eleitorais. Em suas declarações, Paz criticou abertamente o governo do atual presidente Luis Arce, citando a escassez de combustíveis e o aumento da inflação como problemas centrais. O candidato prometeu interceder diretamente com distribuidores para mitigar a crise do setor de combustíveis, caso seja eleito. “Quero ordenar ao presidente que libere os combustíveis que estão guardando para prejudicar a população”, declarou.

Estratégias de Campanha de Quiroga

Do outro lado da disputa, Jorge Quiroga e seu vice, Juan Pablo Velasco, da coalizão Aliança Livre, organizaram um grande evento em Santa Cruz na terça-feira, 14 de outubro. O encerramento da jornada eleitoral ocorreu em La Paz, no dia seguinte. Quiroga não poupou referências ao adversário, mencionando a “idade do meu irmão” e alegando que estão “há 20 dando voltas por aí”, ao comentar a retórica de “renovação” dos oponentes. Ele concentrou seus argumentos na importância de modernizar o Estado e investir massivamente em tecnologia. Outra pauta crucial de sua campanha era a atração de capital estrangeiro para fortalecer a economia, buscando o suporte de entidades como o Fundo Monetário Internacional (FMI) para solucionar deficiências econômicas, como a falta de divisas e a pressão inflacionária. Com uma fala assertiva, Quiroga provocou: “O altiplano da Bolívia é o melhor lugar do mundo para a tecnologia. As seleções de Brasil e Argentina sofrem e perdem aqui no estádio de Al Alto, se queixam da altitude. Que sigam chorando, vamos seguir ganhando até o Mundial.”

O Inédito Cenário do Segundo Turno na Bolívia

A eleição de 17 de agosto não definiu um vencedor direto, levando os eleitores bolivianos a um segundo turno que é inédito desde a aprovação da atual Constituição do país em 2009. O cenário se mostra particularmente notável por apresentar dois candidatos oriundos do campo da direita, após duas décadas dominadas por vitórias da esquerda, iniciadas com a ascensão de Evo Morales ao poder.

As Perspectivas das Pesquisas Eleitorais

Os levantamentos de intenção de voto na Bolívia historicamente enfrentam desafios significativos para captar com precisão as preferências do eleitorado, especialmente em regiões como as áreas amazônicas e andinas. Uma prova dessa dificuldade ocorreu nas pesquisas pré-eleitorais de agosto, que sequer indicavam Rodrigo Paz como um provável finalista do segundo turno. Apesar de aparecer, no máximo, em terceiro lugar nas projeções, Paz surpreendeu e concluiu a primeira votação na liderança.

Imagem: www1.folha.uol.com.br

No domingo, 12 de outubro, foi divulgada uma pesquisa da Ipsos-Ciesmori para o canal Unitel, realizada entre 6 e 9 de outubro, com 2.500 entrevistas. O estudo posicionava Jorge Quiroga na dianteira, com 44,9% das preferências. Rodrigo Paz aparecia com 36,5%. Os indecisos somavam 9,3%, enquanto 5,6% declaravam voto nulo e 3,7% optavam por branco. O nível de confiança da pesquisa foi de 95%, com uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Caso os resultados da pesquisa se concretizem no dia do pleito, Quiroga retornará à presidência do país, cargo que já ocupou entre 2001 e 2002, quando assumiu para concluir o mandato de Hugo Banzer após a renúncia por questões de saúde.

Em contraponto às pesquisas, o senador Paz, que também possui experiência como prefeito da cidade de Tarija, demonstrou ceticismo quanto à sua eficácia e expressou confiança na vitória. “No dia 17 iniciamos um caminho para não voltar ao passado”, afirmou Paz em um de seus últimos eventos, aludindo ao governo do MAS e à trajetória de seu adversário no segundo turno.

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A reta final das eleições presidenciais bolivianas de outubro de 2025 consolidou o debate em torno de propostas da direita, com Rodrigo Paz e Jorge Quiroga defendendo visões distintas para o futuro econômico e político da Bolívia. Acompanhe a nossa editoria de Política para se manter atualizado sobre os desdobramentos eleitorais e os desafios do país.

Crédito da Imagem: Martin Bernetti/AFP