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Eduardo Bolsonaro: Ofensiva da Câmara Intensifica Risco de Cassação

Nesta terça-feira, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi alvo de uma coordenada ofensiva tripla na Câmara dos Deputados, um claro indicativo da crescente ameaça sobre seu mandato parlamentar. Paralelamente a essas ações internas, o filho do ex-presidente assistiu a um sinal de simpatia do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao atual presidente brasileiro, […]

Nesta terça-feira, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi alvo de uma coordenada ofensiva tripla na Câmara dos Deputados, um claro indicativo da crescente ameaça sobre seu mandato parlamentar. Paralelamente a essas ações internas, o filho do ex-presidente assistiu a um sinal de simpatia do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao atual presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em Washington. As pressões políticas intensificam-se após o parlamentar ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sob acusação de, desde os EUA, patrocinar esforços para coagir o sistema de Justiça do Brasil, conforme divulgado na véspera.

A situação escalou com uma sequência de decisões e revelações significativas. A postura do presidente da Câmara em relação à liderança, o início de um processo de cassação e a inclusão em um cadastro de devedores apontam para um cerco ao político do PL. Esses eventos ocorreram em um contexto de movimentações nos bastidores do Congresso e repercussão internacional.

Ofensiva na Câmara e o Risco de Cassação para Eduardo Bolsonaro

A manhã de terça-feira marcou o início da jornada de desafios para Eduardo Bolsonaro com a notícia de que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), havia negado a indicação do PL para que o deputado assumisse a liderança da minoria na Casa. Essa manobra do partido visava especificamente criar uma blindagem contra a possível perda do mandato de Bolsonaro por acúmulo de faltas injustificadas. Há meses, o deputado está nos Estados Unidos, de onde coordena uma campanha junto ao governo norte-americano com o objetivo de pressionar autoridades brasileiras a frearem processos que afetam seu pai. Segundo relatos de integrantes do PL, Motta inicialmente havia sinalizado positivamente para a indicação, mas recuou sob suposta pressão de membros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial aqueles próximos ao ministro Alexandre de Moraes.

A decisão de Hugo Motta é percebida nos corredores da Câmara como um gesto em direção à ala do STF ligada a Moraes, inserindo-se no contexto de um acordo informal entre o centrão e esses ministros. O objetivo do pacto seria viabilizar uma redução das penas para os condenados pelos atos golpistas de janeiro, contrariando a proposta bolsonarista de anistia ampla. Vale ressaltar que a Constituição Federal estabelece claramente que a perda do mandato parlamentar pode ocorrer caso um deputado ou senador falte de forma injustificada a um terço das sessões ordinárias em um ano legislativo, o que se torna um ponto crucial na situação do deputado federal. Para mais informações sobre o funcionamento do mandato legislativo, confira o site oficial da Câmara dos Deputados.

Horas após a negativa da liderança da minoria, outra frente de ataque se abriu: o Conselho de Ética da Câmara instaurou formalmente um processo de cassação contra o parlamentar. A iniciativa tem como base acusações de ataques reiterados ao STF e ameaças à integridade da realização das eleições de 2026. A escolha do relator responsável pelo caso será realizada pelo presidente do Conselho, Fabio Schiochet (União Brasil-SC), a partir de uma lista tríplice sorteada, composta pelos deputados Duda Salabert (PDT-MG), Paulo Lemos (PSOL-AP) e Delegado Marcelo Freitas (União Brasil-MG).

A série de infortúnios para o deputado não parou por aí. A Folha de S.Paulo revelou, em seguida, que a Câmara planeja incluir o nome de Eduardo Bolsonaro no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin). A medida se justifica por um débito de R$ 13.941,00, referente a faltas injustificadas registradas no mês de março. A inscrição no Cadin adiciona mais uma camada de preocupação às finanças e à imagem pública do deputado.

Paralelamente às pressões domésticas, Eduardo Bolsonaro e seus apoiadores foram surpreendidos por um evento de repercussão internacional. Em meio à Assembleia-Geral das Nações Unidas, um breve encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente norte-americano Donald Trump chamou a atenção. Na ocasião, Trump descreveu ter tido uma “excelente química” com o líder brasileiro, uma declaração que ecoou nos bastidores da política nacional e entre os bolsonaristas.

Eduardo Bolsonaro: Ofensiva da Câmara Intensifica Risco de Cassação - Imagem do artigo original

Imagem: atuação no exterior via www1.folha.uol.com.br

O deputado utilizou suas redes sociais para destacar os momentos em que Donald Trump proferiu críticas ao governo brasileiro, citando suposta perseguição judicial e censura. Segundo Eduardo Bolsonaro, o gesto de Trump de se aproximar de Lula não seria uma fragilização da sua base, mas, ao contrário, uma reafirmação da sua “genialidade de negociador”. Em suas postagens, ele chegou a especular sobre um eventual encontro entre Trump e Lula no Salão Oval da Casa Branca, afirmando que Lula “não terá escolha” a não ser comparecer, sob as condições e o local definidos por Trump, o que, em sua visão, anularia o poder de articulação prévia do Itamaraty.

No entanto, nos bastidores do Congresso, especialmente entre integrantes do centrão, a “excelente química” mencionada por Trump é vista de forma distinta. A percepção é de que o encontro representa um “arranho” adicional no envolvimento político do bolsonarismo com o ex-presidente dos EUA, corroendo a imagem de apoio incondicional. Essas tensões internacionais somam-se às dificuldades internas enfrentadas pelo deputado.

Em mais um sinal de um aparente isolamento político e de atitudes que divergem das posições de seu próprio grupo, Eduardo Bolsonaro também teria confidenciado a mais de um interlocutor sua intenção de ser candidato à Presidência da República em 2026, com ou sem o apoio formal de Jair Bolsonaro. Para viabilizar sua candidatura, ele expressou o desejo de deixar o Partido Liberal (PL) e se filiar a uma agremiação política menor.

A ambição pessoal do parlamentar, entretanto, entra em choque com a estratégia majoritária do centrão e de uma parte significativa do bolsonarismo. Esses grupos articulam-se para apoiar a candidatura presidencial do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Na leitura de Eduardo Bolsonaro e de alguns de seus apoiadores mais próximos, os políticos do centrão estariam tentando se apropriar do legado político do ex-presidente, induzindo Jair Bolsonaro a crer que a melhoria de sua própria condição jurídica estaria condicionada ao apoio a outro candidato.

Confira também: artigo especial sobre redatorprofissiona

A situação do deputado federal Eduardo Bolsonaro permanece tensa e em constante desenvolvimento, com as ofensivas na Câmara dos Deputados intensificando o risco de cassação de seu mandato, ao mesmo tempo em que reveses no cenário internacional adicionam complexidade à sua trajetória. As articulações políticas internas e as declarações do próprio parlamentar sobre suas ambições eleitorais de 2026 moldam um cenário de incertezas. Para continuar acompanhando os desdobramentos na esfera política e judicial, bem como as análises aprofundadas sobre o panorama nacional, mantenha-se conectado à nossa editoria de Política.

Saul Loeb – 20.fev.25/AFP

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