A aguardada dragagem em Itapoá, no litoral Norte de Santa Catarina, representa um marco histórico para o setor portuário brasileiro, configurando-se como a maior obra de seu tipo já realizada no país. O projeto ambicioso não apenas aprofundará o canal de acesso ao Complexo Portuário da Baía da Babitonga, mas também promoverá um significativo alargamento de 8 quilômetros da faixa de areia da praia de Itapoá, transformando a paisagem local e a capacidade operacional da região.
A cerimônia de assinatura da ordem de serviço, realizada nesta terça-feira (23), contou com a presença do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e marca o início de uma iniciativa estratégica que visa modernizar a infraestrutura logística catarinense. A expectativa é que as intervenções comecem até dezembro deste ano, com projeção de término para o segundo semestre de 2026.
Dragagem em Itapoá será Maior do Brasil com Praia Alargada
Conforme divulgado pelo Porto de São Francisco do Sul, entidade pública gerida pela SCPar do Governo de Santa Catarina e co-responsável pela execução da obra, os números envolvidos neste projeto de engorda de praia em Itapoá e dragagem são superlativos. A operação será a maior do Brasil em volume e escopo, beneficiando diretamente a extensa faixa costeira de 8 quilômetros na cidade de Itapoá, reconhecida por ter a maior extensão litorânea do estado.
Um dos aspectos mais inovadores da empreitada é o modelo de destinação dos sedimentos. Pela primeira vez em solo nacional, o material dragado do fundo do canal será integralmente aproveitado para a alimentação da orla, sem a necessidade de descartes tradicionais que não contribuam diretamente para a proteção costeira. Além disso, a iniciativa inaugura um formato de parceria inédito no Brasil, onde um porto público, o de São Francisco do Sul, firma contrato com um terminal privado, o Porto de Itapoá, para a concretização de uma obra dessa magnitude.
A otimização do canal de navegação é um dos pilares do projeto de dragagem em Itapoá. Com a profundidade aumentada de 14 para 16 metros, o Complexo Portuário da Baía da Babitonga estará apto a receber navios de dimensões impressionantes, com até 366 metros de comprimento. Este incremento representa um salto significativo na capacidade logística, já que atualmente o limite operacional para as embarcações é de 336 metros. Essa capacidade aprimorada colocará o complexo entre os primeiros do país com tal estrutura, consolidando sua relevância no comércio marítimo.
Detalhes Técnicos e Investimento da Grande Obra em Itapoá
A execução da obra de alargamento da praia de Itapoá e aprofundamento do canal está a cargo da empresa belga Jan De Nul, selecionada via licitação pública por sua expertise em grandes projetos de engenharia marítima. A Jan De Nul será responsável pela remoção estratégica de areia e sedimentos do leito da Baía da Babitonga, uma intervenção fundamental para os objetivos de navegação e revitalização costeira.
O vultoso investimento necessário para a concretização desta obra está orçado em R$ 324 milhões. Os recursos serão aportados por meio de uma colaboração público-privada entre os Portos de São Francisco do Sul e Itapoá. O modelo financeiro prevê que o montante investido seja integralmente reembolsado em parcelas, com a quitação total programada até dezembro de 2037, aproximadamente 11 anos após a conclusão estimada das obras. Para mais informações sobre projetos de infraestrutura e transporte portuário no país, é possível consultar o portal do Ministério da Infraestrutura.
A fiscalização de uma obra dessa magnitude é crucial e, para tanto, as empresas Geplan e Prosul foram contratadas, com um custo de R$ 9 milhões. Elas terão a incumbência de monitorar todas as fases dos trabalhos, garantindo a conformidade com as especificações técnicas e os prazos estabelecidos. A principal ferramenta utilizada na dragagem será a imponente draga Galileo Galilei, que já tem um histórico de sucesso no Brasil, tendo sido empregada na conhecida engorda da Praia Central de Balneário Camboriú. A previsão é que esta draga de alta capacidade chegue à região até o final de dezembro, dando início às operações em larga escala.
Reutilização Sustentável e Potencial de Replicação Nacional
O volume de material a ser dragado da Baía da Babitonga atinge a expressiva marca de 12,5 milhões de metros cúbicos de areia. Deste total, uma parcela substancial, estimada em 6,4 milhões de metros cúbicos, será utilizada diretamente para o alargamento dos 8 quilômetros da orla de Itapoá. Essa abordagem de reuso da areia removida não só resolve o problema do descarte, como também fortalece a faixa de areia da praia, contribuindo para a proteção contra a erosão costeira e valorizando o balneário.
O sedimento excedente que não for empregado na “engorda” será transportado para uma área de descarte previamente definida em alto-mar, conhecida como “bota-fora”, seguindo rigorosos padrões ambientais. De acordo com os portos envolvidos, o êxito e a metodologia empregada neste projeto de engorda de praia em Itapoá têm potencial para servir como modelo e serem replicados em outros complexos portuários e áreas costeiras ao redor do sistema portuário nacional, consolidando práticas mais sustentáveis e eficientes para o desenvolvimento da infraestrutura marítima do Brasil.
Confira também: artigo especial sobre redatorprofissiona
A mega obra de dragagem e engorda de praia em Itapoá é um exemplo concreto de como a infraestrutura portuária pode se expandir e, ao mesmo tempo, promover benefícios diretos para as comunidades costeiras e o meio ambiente. Este investimento bilionário em Santa Catarina não apenas aumentará a competitividade do complexo portuário da Baía da Babitonga, mas também deixará um legado de revitalização para a orla local, consolidando a região como um polo de desenvolvimento. Continue acompanhando nossas notícias sobre projetos de infraestrutura e economia em nossa editoria de Cidades para mais atualizações relevantes.
Crédito da imagem: Governo de SC/Dvulgação
🔗 Links Úteis
Recursos externos recomendados