O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou sua firme convicção de que os dias de Nicolás Maduro à frente da Venezuela “estão contados”. A contundente afirmação veio à tona durante uma entrevista concedida à emissora norte-americana CBS, gerando intensa repercussão e adicionando um novo capítulo às complexas relações diplomáticas na região. A declaração foi posteriormente amplificada por meio de uma publicação oficial do governo dos Estados Unidos na plataforma X.
No decorrer da entrevista, ao ser questionado por uma repórter sobre a durabilidade do mandato de Maduro, Trump respondeu de maneira enfática: “Eu diria que sim, acho que sim”, indicando sua expectativa de uma mudança iminente na liderança venezuelana. Posteriormente, a discussão avançou para a possibilidade de intervenções militares na Venezuela, especificamente sobre a veracidade de potenciais ataques terrestres. Trump, mantendo uma postura estratégica, recusou-se a confirmar ou negar tal cenário, justificando que não revelaria seus planos operacionais à imprensa.
Donald Trump: “Dias de Maduro na Venezuela Estão Contados”
As palavras do ex-mandatário norte-americano ressoam em um cenário já carregado de tensões no Caribe. Desde o início da sua administração, Trump tem mantido uma postura crítica e assertiva em relação ao regime de Nicolás Maduro, considerado por Washington um governo ilegítimo. Esta mais recente fala reitera a posição dos Estados Unidos de pressionar por uma transição política na nação sul-americana.
Trinidad e Tobago Elevam Nível de Alerta em Meio a Crise Regional
Paralelamente à declaração de Trump, a nação caribenha de Trinidad e Tobago anunciou na sexta-feira, dia 31, a elevação do nível de alerta de seu Exército, com todas as tropas recebendo ordens para retornar imediatamente aos quartéis. Esta decisão, revelada em uma mensagem das Forças de Defesa do país acessada pela agência de notícias AFP, ocorre em resposta à intensificação da mobilização militar dos Estados Unidos na bacia do Caribe. Essa operação é oficialmente direcionada ao combate ao narcotráfico, mas é percebida pela Venezuela como uma provocação militar e parte de uma estratégia maior para a mudança de regime.
O comunicado interno das Forças Armadas de Trinidad e Tobago especificava: “Alerta máximo: com efeito imediato, as Forças de Defesa de Trinidad e Tobago (TTDF) estão em NÍVEL DE ALERTA UM. Todos os membros devem se apresentar em suas respectivas bases”. A mensagem prosseguia recomendando que os militares realizassem “os arranjos necessários com suas famílias e os preparativos pessoais necessários para o confinamento”, sublinhando a seriedade da situação. Um navio de guerra americano, inclusive, participou de exercícios conjuntos em Trinidad e Tobago entre o domingo anterior e a quinta-feira, dia 30, momento que Caracas interpretou como uma explícita provocação militar visando a geração de um conflito regional.
Operação Antinarcóticos dos EUA e as Tensões na Venezuela
No mês precedente à essas ocorrências, os Estados Unidos iniciaram uma vasta operação militar contra embarcações suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas, atuando tanto no Mar do Caribe quanto no Pacífico Oriental. Esta campanha intensificada seguiu-se diretamente às acusações de Washington de que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, estaria diretamente envolvido com cartéis de drogas. Acusações essas veementemente negadas por Maduro, que as descreve como uma manobra dos Estados Unidos para justificar uma intervenção e tomar o controle das riquezas naturais da Venezuela. Mais de 60 indivíduos foram mortos desde o começo da referida operação militar, revelando a escala e a intensidade do esforço de Washington.
Apesar da intensa mobilização, o presidente Donald Trump afirmou, também na sexta-feira, dia 30, que não havia planos para atacar a Venezuela. Contudo, essa declaração de Donald Trump contrastou fortemente com informações divulgadas um dia antes, quinta-feira, 29, pelo renomado jornal “The Wall Street Journal”, que reportava estudos internos em Washington sobre a possibilidade de bombardeios contra bases militares venezuelanas, acirrando ainda mais a atmosfera de incerteza e especulação em torno das intenções norte-americanas.

Imagem: g1.globo.com
Imagens de Fuzileiros Navais Americanos e Reforço Militar no Caribe
O Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM) divulgou na quinta-feira, dia 30, imagens impactantes de fuzileiros navais em plena operação de fogo real no Mar do Caribe. O vídeo exibe os militares operando metralhadoras a bordo de um bote, reforçando visualmente a presença e a capacidade operacional americana na região. Uma declaração do Comando Sul elucidou que “As forças militares americanas estão destacadas na região em apoio à missão do Comando Sul, a operações determinadas pelo Departamento de Guerra e às prioridades do presidente para interromper o tráfico ilícito de drogas e proteger o território americano”.
O significativo reforço militar americano na área caribenha não se restringe apenas à presença de fuzileiros navais; ele engloba também a participação de destróieres lançadores de mísseis, caças F-35, um submarino nuclear e milhares de outros militares. Esta escalada demonstra a envergadura do compromisso dos EUA na região, que, desde o início de setembro, já testemunhou o bombardeamento de mais de dez embarcações suspeitas de estarem envolvidas com o narcotráfico. A mobilização sem precedentes tem sido um catalisador para o aumento das tensões entre os governos de Washington e Caracas, com relatórios da imprensa americana indicando que o objetivo último da complexa operação, conforme afirmado por autoridades de defesa, seria a remoção do governo de Nicolás Maduro.
ONU Critica Ataques dos EUA e Alega “Execuções Extrajudiciais”
Em um desenvolvimento adicional que complexifica o cenário geopolítico, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de seu alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, apelou diretamente ao governo de Donald Trump na sexta-feira, dia 31, para que interrompa os ataques a embarcações suspeitas de narcotráfico. Türk qualificou esses ataques no Caribe e no Pacífico como “execuções extrajudiciais”, um termo de peso que intensifica a crítica internacional à conduta militar dos EUA.
“Esses ataques, com seu crescente custo humano, são inaceitáveis. Os Estados Unidos devem pôr fim a tais ataques e tomar todas as medidas necessárias para evitar as execuções extrajudiciais de pessoas a bordo dessas embarcações, independentemente de qualquer suposta atividade criminosa”, declarou Volker Türk em um comunicado oficial. A Colômbia, uma semana antes, já havia expressado publicamente críticas semelhantes aos ataques, também os caracterizando como execuções extrajudiciais, somando-se à voz venezuelana que persistentemente argumenta que toda a operação dos Estados Unidos tem como meta principal uma mudança de regime no país. Para uma compreensão mais profunda da complexa diplomacia entre Estados Unidos e Venezuela e seus impactos na região, recomendamos acompanhar as análises especializadas sobre o cenário geopolítico em importantes veículos de notícias como a UOL Notícias.
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Em suma, as recentes declarações de Donald Trump sobre os dias contados de Nicolás Maduro na Venezuela, somadas à intensa mobilização militar dos Estados Unidos no Caribe e as críticas de órgãos internacionais como a ONU, pintam um quadro de crescente tensão e incerteza na América Latina. Continue acompanhando nossa editoria de Política para se manter informado sobre os desdobramentos desta e de outras notícias internacionais cruciais.
Crédito da imagem: Kevin Lamarque e Manaure Quintero/Reuters



