A **cotação do dólar hoje** registrou um novo avanço frente ao real nesta quarta-feira, consolidando uma valorização que contraria o movimento observado nos mercados internacionais. A moeda norte-americana, que vinha recuando globalmente, encontrou impulso no Brasil a partir de dinâmicas políticas voltadas para as eleições de 2026, além das expectativas em relação às decisões de política monetária.
Ao término da sessão, o dólar à vista (BRBY) encerrou o pregão em alta de 0,49%, alcançando a marca de R$ 5,4675. Apesar da escalada recente, a divisa norte-americana acumula um decréscimo de 11,51% no decorrer deste ano. Em relação ao mercado futuro, o contrato de dólar para janeiro (DOLc1), o mais negociado na B3 atualmente, valorizou 0,53%, atingindo R$ 5,4900 às 17h02. Os dados de fechamento indicaram compra a R$ 5,468 e venda a R$ 5,469 para o dólar à vista, enquanto o contrato futuro apresentava compra a R$ 5,505 e venda a R$ 5,685.
Dólar Hoje Sobe para R$ 5,46: Política e Juros Inflam Cotação
A volatilidade foi a tônica do dia. O dólar chegou a operar no território negativo durante a abertura da sessão, exibindo um mínimo de R$ 5,4195 com queda de 0,40% às 9h08. No entanto, rapidamente a moeda reverteu essa tendência, impulsionada por uma crescente cautela dos investidores em relação ao cenário eleitoral brasileiro. A moeda alcançou sua máxima de R$ 5,4956, uma valorização de 1,00%, por volta das 12h39, mantendo a alta até o encerramento do pregão.
Cenário Político Nacional e Pressão nos Ativos
A percepção de risco político tem sido um vetor fundamental para a valorização do dólar no mercado interno. Desde a sexta-feira anterior, o anúncio de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro – que atualmente enfrenta acusações de tentativa de golpe de Estado – à candidatura de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL), à Presidência da República, provocou um movimento de pressão sobre os ativos financeiros brasileiros. O mercado interpreta que a possível candidatura de Flávio Bolsonaro apresenta menores chances de vitória contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comparado a outros nomes, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, ressaltou durante a tarde a aversão a risco gerada pela indicação de Flávio Bolsonaro. Ele comentou que, embora haja esforços para suavizar a leitura dessa candidatura, associando-a a tentativas de anistia ou redução de pena para o ex-presidente, a realidade é que o senador não possui o mesmo apelo popular para competir de forma efetiva com Lula em um embate eleitoral. Essa avaliação do mercado contribuiu para manter a divisa norte-americana em patamares elevados ao longo da sessão.
Impacto das Decisões de Juros no Âmbito Global e Nacional
Paralelamente ao contexto político doméstico, as decisões de juros exercem forte influência no mercado cambial. Globalmente, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, promoveu um corte de 25 pontos-base em sua taxa de referência. A medida reduziu a taxa para uma faixa entre 3,50% e 3,75%, em linha com as expectativas dos analistas. Além disso, as projeções do Fed indicaram a possibilidade de mais dois cortes de 25 pontos-base em cada um dos anos de 2026 e 2027. O desfecho da reunião do Fed influenciou a desvalorização do dólar frente a uma cesta de outras seis divisas no exterior, onde o índice DXY registrava queda de 0,52%, aos 98,701, às 17h07. Para mais informações sobre a política monetária global e seus impactos nos mercados, confira os relatórios e análises de mercado em Reuters.

Imagem: infomoney.com.br
No Brasil, a atenção se voltou para o anúncio da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, previsto para ocorrer após as 18h30. Embora as projeções indiquem uma manutenção quase unânime da taxa Selic em 15% neste encontro, os investidores e analistas estarão particularmente focados nas sinalizações do Copom sobre o início do próximo ciclo de cortes. A expectativa é de que o ciclo possa ser iniciado tanto em janeiro quanto em março, um ponto crucial para a definição do rumo da política econômica.
O diferencial entre as taxas de juros praticadas no Brasil e nos Estados Unidos tem se mostrado um fator relevante para manter o país atrativo para o capital estrangeiro. Essa diferença, que resulta em retornos mais elevados para os investimentos aqui, historicamente contribui para conter a valorização do dólar, mantendo suas cotações em patamares mais baixos. Qualquer mudança nessas políticas, tanto nos EUA quanto no Brasil, é capaz de alterar a balança, como visto nas reações do mercado nesta quarta-feira.
Entrada de Capital Estrangeiro no Brasil
Dados divulgados pelo Banco Central durante a tarde revelaram que o Brasil registrou um ingresso líquido de US$ 4,710 bilhões na semana passada. Desse montante, US$ 2,373 bilhões entraram no país por meio da via financeira, categoria que engloba uma variedade de operações como investimentos estrangeiros diretos e em carteira, além de remessas de lucros e pagamentos de juros. Esse fluxo positivo de capitais demonstra um contínuo interesse internacional pelos ativos brasileiros, apesar das incertezas no cenário doméstico.
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Diante do avanço do dólar impulsionado por fatores políticos internos e expectativas de juros, o cenário financeiro brasileiro se mantém dinâmico e exigente para investidores. Para continuar acompanhando as análises mais recentes e aprofundadas sobre o panorama político-econômico e as Eleições 2026, visite a nossa editoria de Eleições 2026.
