A concorrência pela construção da Linha 19-Celeste do Metrô de São Paulo, que promete conectar o coração da capital paulista a Guarulhos, entrou em fase decisiva. Grandes grupos de engenharia, como a construtora brasileira Odebrecht, que atua como OECI S.A., e a gigante chinesa Power China, sob o nome Yellow River Co Ltd, figuram entre os principais concorrentes no processo licitatório de R$ 19,5 bilhões.
De acordo com informações divulgadas pelo Metrô de São Paulo, o processo de avaliação das propostas das empresas deve se estender por até três meses. A meta é selecionar as entidades responsáveis pela execução desta obra de infraestrutura essencial, cujo orçamento inicial alcança a vultosa cifra de 19,5 bilhões de reais, sendo segmentada em três lotes distintos para otimizar o progresso dos trabalhos.
Disputa Acirrada pela Linha 19-Celeste do Metrô de SP
A estratégia do governo paulista consiste na contratação simultânea de três consórcios diferentes, cada um encarregado de um lote, com o objetivo claro de acelerar significativamente a construção da Linha 19-Celeste. A etapa de abertura dos envelopes eletrônicos, concluída na quarta-feira (24), revelou o interesse de 15 companhias no projeto, com cinco delas postulando para cada um dos três segmentos.
Após a apresentação formal dos preços pelos consórcios em sessões públicas realizadas entre segunda-feira (22) e quarta-feira (24), as propostas estão agora sob criteriosa análise da equipe técnica do Metrô. Esta fase inclui a avaliação de qualificação dos participantes, seguida da possível apresentação de recursos. Somente após essa sequência, a homologação dos resultados será efetuada, culminando com o anúncio oficial dos consórcios vencedores para cada um dos três lotes.
A previsão é que os contratos sejam assinados até o início de 2026. A partir da assinatura, a execução da obra levará 75 meses, o equivalente a seis anos e dois meses, projetando o início dos trabalhos para 2027 e a conclusão total para 2033. Posteriormente à entrega da Linha 19-Celeste, a operação será cedida à iniciativa privada, reforçando o modelo de gestão pública-privada na infraestrutura de transportes do estado.
O edital de licitação foi lançado em março, estabelecendo prazos para que as empresas elaborassem suas proposições, fundamentadas em um minucioso relatório técnico com critérios e requisitos mandatórios. Os participantes que não atenderam às especificações foram devidamente desclassificados do certame. Os principais destaques entre os licitantes incluem a OECI S.A., denominação adotada pela Odebrecht em 2019 para reestruturar sua imagem, que apresentou as propostas mais baixas para dois lotes, e a Yellow River Co Ltd, parte do conglomerado chinês Power China, que ofertou o melhor valor para um dos lotes. Vale ressaltar, conforme comunicação do Metrô de São Paulo, que a decisão final não se baseará unicamente no preço, mas sim no balanço entre custo e benefício técnico, garantindo a qualidade do empreendimento.
Lotes e Consórcios Destaque no Projeto Linha 19-Celeste
As propostas com os menores valores apresentados pelos consórcios, que aguardam análise técnica e homologação final, foram as seguintes:
- Lote 1 – R$ 4,98 bilhões: Consórcio Nove de Julho, composto por Yellow River Co Ltd, Mendes Júnior e Highland Build.
- Lote 2 – R$ 6,70 bilhões: Consórcio Via Celeste 2, integrado por OECI S.A., Álya Construtora S.A. e Ghella S.p.A.
- Lote 3 – R$ 6,89 bilhões: Consórcio Via Celeste 3, também formado por OECI S.A., Álya Construtora S.A. e Ghella S.p.A.
Divisão Geográfica Detalhada dos Lotes do Projeto Metroviário
Cada lote compreende trechos estratégicos para a expansão da malha metroviária paulista:
- Lote 1: Abrange a área entre a estação Bosque Maia e Itapegica, contemplando cinco estações, além de poços de ventilação e saídas de emergência cruciais para a segurança da Linha 19-Celeste.
- Lote 2: Estende-se da estação Jardim Julieta à Vila Maria. Este segmento também incluirá a construção de cinco estações, infraestruturas de ventilação e emergência, e a vital instalação do pátio de manutenção de trens na Zona Norte da capital paulista.
- Lote 3: Cobre a região mais central de São Paulo, com estações em pontos-chave como Catumbi, Anhangabaú, São Bento e Zona Cerealista. Adicionalmente, este lote prevê a construção de 18 poços de ventilação e saída de emergência (VSE), e a adequação das estações São Bento (Linha 1-Azul) e Anhangabaú (Linha 3-Vermelha), visando a perfeita integração com a nova Linha 19-Celeste.
A concepção inclui ainda a implantação de sistemas auxiliares modernos, como escadas rolantes, elevadores, sistemas de ventilação avançados, iluminação, detecção de incêndio e painéis elétricos robustos, garantindo a funcionalidade e segurança da Linha 19-Celeste.

Imagem: g1.globo.com
A Futura Linha 19-Celeste: Impacto e Características Essenciais
A nova Linha 19-Celeste terá uma extensão de 17,6 quilômetros e 15 estações, com uma expectativa de transporte de 630 mil passageiros por dia. Este projeto marca a inauguração da primeira conexão metroviária direta entre Guarulhos, a segunda cidade mais populosa do estado de São Paulo, e o Centro da capital. A estimativa é que a linha promova uma redução de até uma hora no tempo de percurso entre as duas localidades, além de oferecer integrações essenciais com as Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô, e futuras conexões com a CPTM. O governo estadual definirá, em um estágio posterior, os detalhes da operação da linha, que será atendida por 31 modernos trens.
A licitação, iniciada com a publicação do edital, engloba tanto a fase de elaboração do projeto executivo quanto a efetiva execução das obras civis. Segundo projeções do governo liderado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), a concretização deste megaempreendimento gerará mais de 28 mil postos de trabalho, diretos e indiretos. Adicionalmente, prevê-se um impacto ambiental positivo, com uma redução anual de 131 mil toneladas de gases de efeito estufa, contribuindo significativamente para a sustentabilidade da mobilidade urbana.
Estações Programadas para a Linha 19-Celeste
As 15 estações que farão parte do trajeto da Linha 19-Celeste são: Bosque Maia, Guarulhos-Centro, Vila Augusta, Dutra, Itapegica, Jardim Julieta, Vila Sabrina, Cerejeiras, Santo Eduardo, Vila Maria, Catumbi, Silva Teles, Cerealista, São Bento e Anhangabaú.
Conforme informações da gestão Tarcísio de Freitas, o projeto demanda um esforço colossal, com a escavação de mais de 5,7 milhões de metros cúbicos de terra, a utilização de 1,37 milhão de metros cúbicos de concreto, 187 mil toneladas de aço e 610 mil metros cúbicos de calda de cimento. Para as complexas obras da Linha 19-Celeste, serão empregados métodos construtivos avançados, como três tuneladoras (popularmente conhecidas como “tatuzões”), o Método Austríaco de Escavação (NATM) e valas a céu aberto. Especial atenção será dada aos trechos mais desafiadores, caracterizados por grandes profundidades e condições geológicas complexas, como nas áreas das estações Cerealista, São Bento e Anhangabaú, onde predominam solos arenosos e um lençol freático elevado. Para saber mais sobre projetos de grande impacto, consulte a página oficial do Metrô de São Paulo.
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A Linha 19-Celeste representa um marco fundamental para a infraestrutura de transporte e o desenvolvimento urbano de São Paulo e Guarulhos, conectando regiões vitais e fomentando a economia local. Para aprofundar a compreensão sobre os investimentos em infraestrutura e seus impactos nas grandes metrópoles, explore nossos artigos sobre cidades e desenvolvimento urbano em nossa editoria. Continue acompanhando as notícias sobre mobilidade urbana e as transformações em curso em suas regiões.
Crédito da imagem: Divulgação/GESP
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