TÍTULO: Diego Higa: Piloto de drift é alvo após manobras perigosas
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META DESCRIÇÃO: Piloto de drift Diego Higa gerou controvérsia ao realizar manobras perigosas em rota proibida para ciclistas em SP. Saiba quem é o campeão e as sanções.
Diego Higa, reconhecido piloto de drift e campeão brasileiro da modalidade, tornou-se figura central em uma polêmica recente. As críticas surgiram nas redes sociais após a publicação de um vídeo em que o esportista executa manobras perigosas em uma rota expressamente destinada a ciclistas e pedestres. O local das filmagens foi identificado como a rota de cicloturismo Márcia Prado, que estabelece a ligação entre as cidades de São Paulo e Santos, cruzando uma significativa área de proteção ambiental.
A repercussão das imagens foi imediata e nacional, com internautas expressando sérias preocupações acerca dos riscos impostos tanto ao ecossistema local quanto aos frequentadores da área. Em resposta à situação, a Fundação Florestal, órgão subordinado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), divulgou nota informando a abertura de um processo administrativo para apurar detalhadamente a infração ambiental registrada em vídeo. A equipe de jornalismo do g1 tentou contato com o piloto em busca de um posicionamento, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem original.
Diego Higa: Piloto de drift é alvo após manobras perigosas
Aos 28 anos, Diego Higa acumula um vasto histórico de conquistas no automobilismo. Ele ganhou notoriedade ao se sagrar campeão brasileiro de drift por oito vezes consecutivas na SuperDrift Brasil, uma das ligas mais prestigiadas da América Latina, além de ter vencido um reality show mundial de automobilismo, conforme apurado em 6 de novembro. Natural de Santos, no litoral paulista, Higa iniciou sua carreira sobre quatro rodas aos 13 anos, começando no kart. A transição para o drift se deu por influência de seu pai, Walter Santana Neto, considerado um dos pioneiros da modalidade na região da Baixada Santista.
Aos 17, o piloto já havia conquistado seu primeiro título em um campeonato, graças a uma carteira especial de competição autorizada pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). Após atingir a maioridade, suas vitórias no SuperDrift Brasil o levaram a competir no Fórmula Drift dos Estados Unidos, um dos maiores eventos globais do esporte, onde atualmente desafia outros pilotos de elite. Com um currículo que ostenta 38 troféus, Higa também expandiu sua presença para as plataformas digitais, onde compartilha vídeos de drift, contando com mais de 700 mil seguidores. Além disso, ele se dedica ao ensino da modalidade, oferecendo aulas em sua própria escola de drift, que funciona em um autódromo na cidade de Registro, no interior de São Paulo.
A projeção de Diego Higa atingiu um patamar ainda mais elevado em 2019, quando triunfou no reality show “Hyperdrive”, da Netflix. Na competição, ele superou adversários de diversos países a bordo de um Ford Mustang GT 2006, veículo que foi meticulosamente adaptado por ele e seu pai.
Manobras em Rota Proibida e Riscos à Biodiversidade
As imagens controversas das manobras perigosas foram divulgadas por Diego Higa em 11 de setembro, mostrando o piloto conduzindo um Nissan 350z. A gravação foi realizada na Estrada de Manutenção da Rodovia dos Imigrantes, uma via que também serve como parte da rota de cicloturismo Márcia Prado, cruzando o Parque Estadual da Serra do Mar. Dias antes, Higa compartilhou os bastidores das filmagens, revelando que contava com uma equipe em outro automóvel para o registro, além de um carro de apoio que apresentou uma falha durante o percurso, produzindo intensa fumaça no local.
O piloto, embora tenha partido de Santos, manteve em sigilo o local exato onde testava o veículo, que havia recebido uma nova bomba de direção hidráulica, referindo-se a ele como um “lugarzinho secreto”. Em trechos do vídeo, Higa comentou a natureza desafiadora do asfalto, que alternava entre condições secas e molhadas, e a visibilidade reduzida pela neblina, reconhecendo a elevação dos riscos. No entanto, ele celebrou a aprovação de seu carro e concluiu a filmagem com uma declaração sobre ultrapassar limites: “O asfalto, vocês viram, é perigoso porque hora está seco, hora está molhado. Com essa neblina impedindo a visibilidade, fica mais perigoso ainda. Mas, Zetinha [carro], o nosso guerreiro, está testado e aprovado […] Passamos um pouco do limite, a gente sempre passa um pouco, mas foi top”, afirmou Diego Higa, sinalizando a intencionalidade de suas ações.
Consequências Legais e Alerta de Autoridades
A repercussão do incidente ganhou ainda mais força após a intervenção da vereadora paulistana Renata Falzoni (PSB), ativista proeminente na defesa da mobilidade sustentável e dos direitos dos ciclistas. Em um vídeo postado em suas redes sociais, Falzoni classificou as manobras do piloto como um “completo absurdo” e expressou sua indignação com as implicações:

Imagem: g1.globo.com
“Alta velocidade e manobras perigosas. Uma farra. Sem falar no barulho, na poluição dentro de uma reserva de Mata Atlântica”, disse a vereadora. “Agora, imagina. Se em uma dessas manobras arriscadas, o piloto topa de frente com um ciclista, um caminhante ou mesmo um dos vários animais que a gente vê de montão por ali”, complementou, evidenciando os potenciais riscos para a vida e o meio ambiente.
Renata Falzoni comunicou ter encaminhado um ofício à Fundação Florestal, reiterando que a área é de uso exclusivo para ciclistas, pedestres e veículos oficiais autorizados, sublinhando que “Invadir a trilha com carros não é ousadia, é crime”. A Fundação Florestal enfatizou que quaisquer atividades que causem impactos diretos ou indiretos ao Parque Estadual da Serra do Mar, como a perturbação da fauna, a contaminação de recursos hídricos ou a fragmentação de habitats, configuram infração ambiental e estão passíveis de sanções rigorosas. O órgão estadual declarou que “A conduta observada está sendo analisada conforme a legislação ambiental vigente, com vistas a caracterizar eventuais responsabilidades administrativas”. Para um aprofundamento sobre a legislação que rege a proteção das unidades de conservação, consulte as diretrizes governamentais pertinentes.
É importante frisar, conforme anteriormente esclarecido pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) nas redes sociais, que o drift é uma manobra técnica em que o motorista provoca a perda intencional da tração das rodas traseiras, controlando o deslizamento lateral do veículo. No entanto, essa prática deve ser executada apenas em ambientes seguros e devidamente autorizados. A realização de manobras perigosas em locais não permitidos constitui infração gravíssima, sujeitando o condutor a sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), uma multa de R$ 2.934,70, a suspensão do direito de dirigir e a remoção do veículo. Tais condutas, quando praticadas fora de ambientes controlados e sem supervisão profissional, comprometem severamente a segurança do motorista e de todos os demais usuários da via.
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O caso envolvendo Diego Higa e suas manobras perigosas destaca a crucial importância da observância das leis de trânsito e da preservação ambiental, independentemente da fama ou habilidade do esportista. As autoridades competentes seguem com as investigações para assegurar a proteção do Parque Estadual da Serra do Mar e a integridade dos frequentadores da rota Márcia Prado. Para manter-se atualizado sobre questões urbanas, políticas públicas e notícias que impactam a vida nas cidades, continue acompanhando a editoria Cidades do nosso portal.
Foto: Reprodução/Instagram
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