Dados recentes do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 9 de novembro, oferecem uma visão detalhada sobre o tempo médio que os residentes da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), conhecida como Grande BH, dedicam ao **deslocamento ao trabalho Grande BH**. A pesquisa revela tendências importantes sobre mobilidade urbana e a logística diária de milhares de trabalhadores.
As estatísticas demonstram que, em sete das dez cidades mais populosas que compõem a Grande BH, uma parcela significativa da força de trabalho – superior a 30% – leva entre 30 minutos e uma hora para alcançar o local de trabalho. Na capital mineira, Belo Horizonte, essa proporção atinge 32% da população trabalhadora. Em contraste, no município de São Joaquim de Bicas, o percentual cai para 27%, evidenciando variações regionais substanciais dentro da mesma área metropolitana. A análise do IBGE estendeu-se a outros municípios chave, como Contagem, Betim, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Sabará, Esmeraldas, Ibirité e Vespasiano.
Censo 2022: Deslocamento ao Trabalho na Grande BH Analisado
No panorama nacional, a situação do deslocamento de casa para o emprego também foi detalhada. De acordo com o Censo, dois terços dos trabalhadores brasileiros, ou 67% do total, conseguem chegar aos seus locais de ocupação em até meia hora. Contudo, 14,5 milhões de pessoas (20% do contingente) dedicam entre 30 minutos e uma hora ao trajeto. Além disso, 7,4 milhões (10%) despendem de uma a duas horas, e cerca de 1,3 milhão (1%) precisam de mais de duas horas. Esses números refletem uma realidade similar àquela observada no Censo de 2010, indicando uma persistência nas características de mobilidade do país ao longo da última década.
A metodologia adotada pelo IBGE para essas mensurações considera exclusivamente o tempo direto entre o domicílio e o principal local de trabalho, excluindo qualquer tipo de parada intermediária, como a jornada para deixar filhos na escola ou para realizar compras. Para os casos em que o indivíduo parte de outro local que não seja a residência, como uma instituição de ensino, o tempo contabilizado refere-se ao percurso de retorno para casa. Os dados levantados para esta pesquisa abrangem especificamente a semana compreendida entre 25 e 31 de julho de 2022 e se limitam a indivíduos que se deslocam para o trabalho principal ao menos três vezes por semana.
Diversidade de Tempos na Região Metropolitana
A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) se destaca pela diversidade dos tempos de deslocamento entre seus diversos municípios. Nas dez cidades mais populosas da Grande BH, a predominância dos trabalhadores realiza seus percursos diários em uma janela de 15 minutos a uma hora. No coração da metrópole, em Belo Horizonte, 28% dos trabalhadores relatam trajetos de quinze minutos a meia hora. Paralelamente, em cidades como Ribeirão das Neves e Santa Luzia, um cenário de desafios é observado, onde mais de um quarto dos moradores enfrenta viagens mais longas, que se estendem de uma a duas horas, denotando a complexidade da infraestrutura e dos fluxos de tráfego regionais.
Analisando os dados desagregados por município, percebe-se a amplitude das experiências de mobilidade:

Imagem: g1.globo.com
- Belo Horizonte: 5% levam até cinco minutos; 15% de seis a quinze minutos; 28% de quinze a trinta minutos; 32% de trinta minutos a uma hora; 17% de uma a duas horas; 1% de duas a quatro horas; e 0% acima de quatro horas.
- Contagem: 7% levam até cinco minutos; 17% de seis a quinze minutos; 27% de quinze a trinta minutos; 31% de trinta minutos a uma hora; 16% de uma a duas horas; 1% de duas a quatro horas; e 0% acima de quatro horas.
- Betim: 6% levam até cinco minutos; 17% de seis a quinze minutos; 32% de quinze a trinta minutos; 28% de trinta minutos a uma hora; 15% de uma a duas horas; 1% de duas a quatro horas; e 0% acima de quatro horas.
- Ribeirão das Neves: Apenas 4% chegam em até cinco minutos; 10% de seis a quinze minutos; 20% de quinze a trinta minutos; 30% de trinta minutos a uma hora; e 31% de uma a duas horas, indicando um dos maiores percentuais de viagens longas, somando a esse dado mais 4% de duas a quatro horas.
- Santa Luzia: Semelhante a Ribeirão das Neves, apenas 4% chegam em até cinco minutos; 11% de seis a quinze minutos; 23% de quinze a trinta minutos; 33% de trinta minutos a uma hora; e 26% de uma a duas horas, com 2% adicionais de duas a quatro horas.
- Sabará: 4% em até cinco minutos; 13% de seis a quinze minutos; 25% de quinze a trinta minutos; 33% de trinta minutos a uma hora; 22% de uma a duas horas; e 2% de duas a quatro horas.
- Esmeraldas: 6% em até cinco minutos; 13% de seis a quinze minutos; 22% de quinze a trinta minutos; 28% de trinta minutos a uma hora; 27% de uma a duas horas; e 3% de duas a quatro horas.
- São Joaquim de Bicas: Destaca-se com 8% em até cinco minutos; 20% de seis a quinze minutos; e 35% de quinze a trinta minutos, o maior percentual para este intervalo. 27% levam de trinta minutos a uma hora, 9% de uma a duas horas, e 1% de duas a quatro horas.
- Ibirité: 4% em até cinco minutos; 11% de seis a quinze minutos; 23% de quinze a trinta minutos; 31% de trinta minutos a uma hora; 27% de uma a duas horas; e 2% de duas a quatro horas.
- Vespasiano: 4% em até cinco minutos; 13% de seis a quinze minutos; 23% de quinze a trinta minutos; 31% de trinta minutos a uma hora; 26% de uma a duas horas; e 2% de duas a quatro horas.
As preferências modais dos trabalhadores também foram levantadas, revelando que o automóvel particular se mantém como o principal meio de transporte para o trabalho na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entretanto, outros modais desempenham um papel crucial na mobilidade urbana: 21% dos trabalhadores utilizam ônibus para seus deslocamentos diários, e 18% optam por se deslocar a pé. Esses dados complementam a compreensão sobre como a população se movimenta e quais os desafios para o planejamento urbano e a infraestrutura de transporte na região. A coleta dessas informações foi parte integrante do Censo Demográfico 2022, que é fundamental para a elaboração de políticas públicas eficazes e que atendam às necessidades reais da população brasileira.
Para um entendimento aprofundado dos dados demográficos e econômicos que fundamentam análises como esta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibiliza diversas publicações e conjuntos de dados em seu portal oficial.
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Esta análise do Censo 2022 sobre o deslocamento ao trabalho na Grande BH oferece insights valiosos sobre a vida diária dos trabalhadores e as demandas por melhorias na infraestrutura e nos sistemas de transporte. Continuaremos acompanhando as notícias e os impactos dessas estatísticas em nossas editorias de Cidades e Economia. Para se manter atualizado sobre o cenário urbano e suas transformações, explore mais conteúdos em nossa seção de Cidades.
Foto: Cadu Passos


