Promotoria denuncia Lucas Bove e pede prisão por violações

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O Ministério Público de São Paulo apresentou denúncia formal contra o deputado estadual Lucas Bove (PL), acompanhada de um pedido de prisão preventiva para o parlamentar. As acusações incluem perseguição, violência psicológica e física, praticadas contra sua ex-esposa, a influenciadora Cíntia Chagas. A solicitação de prisão baseia-se em reiterados descumprimentos das medidas protetivas que foram previamente concedidas em favor de Chagas.

As primeiras alegações de abusos físicos e psicológicos surgiram em setembro de 2024, quando Cíntia Chagas detalhou os acontecimentos à polícia. O inquérito policial referente ao caso foi oficialmente concluído em 15 de setembro deste ano e, posteriormente, remetido à Justiça para prosseguimento.

Promotoria denuncia Lucas Bove e pede prisão por violações

Diante da repercussão do caso, a assessoria de comunicação de Lucas Bove optou por não emitir manifestação oficial quando procurada pela imprensa. Contudo, o próprio deputado utilizou sua conta pessoal no Instagram para comentar a situação. Em sua publicação, ele teceu críticas ao que chamou de “militância feminista que alcançou o poder público”, alegando que “se você for mulher, não precisa cumprir as regras impostas pela Justiça, sua palavra vale mais que suas ações, do que seu histórico”. Bove também expressou sentir “vergonha em nome de milhares de vítimas reais de violência que muitas vezes deixam de denunciar justamente pela descredibilização que as falsas denúncias trazem à causa”, ao defender sua posição.

Detalhamento das Acusações e Justificativa da Prisão Preventiva

No documento que fundamenta o pedido de prisão preventiva, protocolado na última quinta-feira (23), a promotora Fernanda Raspantini Pellegrino destacou a necessidade da medida. A promotora argumenta que “o autor possui a devida ciência acerca da necessidade de respeitar as medidas protetivas, porém, ele não o faz por acreditar que não será responsabilizado pelas consequências de seus atos”. Esta avaliação aponta para uma falha no cumprimento das determinações judiciais por parte do deputado, tornando insuficientes as alternativas à detenção para garantir a segurança da vítima.

O Ministério Público justifica ainda que a prisão de Bove é imperativa, considerando que “todas as medidas alternativas já não são suficientes para salvaguardar a integridade física e psíquica de Cíntia”. A promotoria enfatiza a gravidade dos reiterados descumprimentos como fator preponderante para a solicitação da medida mais rigorosa, buscando interromper o ciclo de violações e garantir a proteção efetiva de Cíntia Chagas, em linha com a Lei Maria da Penha, que visa coibir e prevenir a violência doméstica e familiar. Para mais informações sobre a importância das medidas protetivas, acesse o portal do Conselho Nacional de Justiça sobre violência doméstica.

A Evolução do Inquérito e a Divergência com a Investigação Policial

A denúncia formalizada pelo Ministério Público representa um avanço em relação às conclusões preliminares do inquérito policial. Na etapa inicial da investigação, a delegada responsável pelo caso havia decidido não indiciar Lucas Bove pela prática de lesão corporal envolvendo uma faca, citando uma suposta ausência de provas materiais para essa parte específica da acusação. Essa decisão, à época, foi criticada veementemente pela defesa da vítima. A advogada Gabriela Manssur, que representa Cíntia Chagas, havia afirmado publicamente: “Entendo que a denúncia deve englobar a violência física, comprovada nos autos”, indicando insatisfação com a não inclusão da agressão com faca no relatório policial.

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Imagem: www1.folha.uol.com.br

Divergindo da análise da autoridade policial, a Promotoria acolheu o relato da ex-esposa, considerando-o para a formalização da denúncia por lesão corporal. Após a decisão do MP, Cíntia Chagas também se manifestou nas redes sociais, escrevendo: “Para quem duvidou: lesão corporal. Hoje, durmo aliviada. Sigo acreditando na Justiça”, demonstrando seu alívio e reafirmando a confiança no processo judicial diante da inclusão do incidente com a faca.

Detalhes do Histórico de Abusos Alegados

Em seu depoimento à Polícia Civil em setembro do ano passado (2024), Cíntia Chagas descreveu um padrão de abusos que se desenrolou durante o relacionamento de pouco mais de dois anos com o deputado Lucas Bove, culminando no divórcio em agosto daquele mesmo ano. Segundo a influencer, os episódios de ciúme excessivo por parte de Bove marcavam o início da dinâmica abusiva. Ela relatou que o parlamentar questionava incessantemente seu paradeiro e exigia provas, como fotos e vídeos, de suas atividades e localização. Essa conduta evoluiu, de acordo com o relato, para ataques verbais e físicos. Cíntia afirmou ter sido alvo de humilhações e xingamentos depreciativos, como “burra”. A influenciadora também narrou agressões físicas que resultaram em lesões e mencionou um incidente no qual Bove teria arremessado uma faca contra ela, que acabou atingindo sua perna. Após a denúncia detalhada, a 3ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) instaurou o inquérito policial e solicitou medidas protetivas para Cíntia Chagas, as quais foram devidamente concedidas pela Justiça.

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A denúncia do Ministério Público e o pedido de prisão de Lucas Bove reforçam o debate sobre a proteção de vítimas de violência doméstica e a importância da atuação da Justiça para coibir tais atos, especialmente em casos envolvendo figuras públicas. Para mais informações e notícias aprofundadas sobre o cenário político e os desdobramentos deste e outros casos relevantes, continue acompanhando a seção de Política em nosso portal.

Crédito da imagem: O deputado estadual Lucas Bove (PL) e a influenciadora Cíntia Chagas – Reprodução

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