A região do Alto Tietê vivenciou uma significativa redução nos diagnósticos de dengue, marcando uma diminuição de 95,9% nos casos notificados. Este declínio é observado ao comparar os dados do período entre janeiro e setembro de 2024 com o mesmo intervalo de 2023. O número de registros caiu drasticamente de 59.520 para apenas 2.419, conforme apontam as informações divulgadas pelo Painel de Arboviroses do estado de São Paulo.
Em um balanço que evidencia o sucesso das estratégias de combate à doença, Mogi das Cruzes, município que antes apresentava o maior índice na região com 19.180 casos nos primeiros nove meses de 2023, viu esse número recuar para 253 no mesmo período de 2024. Em contrapartida, Salesópolis, que registrava 336 casos em 2023, consolidou-se como a cidade com o menor volume, somando apenas 57 notificações no ano de 2024. Estas cifras revelam um esforço coordenado e um resultado animador para a saúde pública local na batalha contra a dengue.
Dengue Alto Tietê: Redução de 95,9% dos Casos
Apesar dos dados promissores de dengue no Alto Tietê, as autoridades de saúde reforçam o alerta, pois a proximidade da primavera e do verão geralmente acarreta um aumento nos focos da doença. O período entre outubro e maio é propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, impulsionado pelos elevados índices de chuvas e ondas de calor. Diante deste cenário sazonal, os municípios do Alto Tietê já implementaram uma série de iniciativas preventivas com o objetivo de frear uma possível nova epidemia.
Estratégias Municipais de Combate ao Aedes aegypti
Cidades como Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Santa Isabel e Suzano estão ativamente engajadas na formulação e execução de ações robustas para impedir a proliferação da doença transmitida pelo mosquito. Dentre as estratégias adotadas, destacam-se visitas domiciliares de equipes especializadas para inspeção de possíveis focos, a realização de bloqueios em áreas com detecção do mosquito e o desenvolvimento de campanhas educativas abrangentes, visando conscientizar a população sobre a importância da prevenção da dengue. No entanto, os municípios de Arujá, Biritiba-Mirim, Poá e Salesópolis não forneceram detalhes sobre suas respectivas ações à reportagem até o momento.
Orientações Essenciais para a Prevenção da Dengue
O diretor da Vigilância em Saúde de Mogi das Cruzes, o veterinário Jefferson Renan de Araújo Leite, sublinhou a necessidade primordial de eliminar os potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti. Ele enfatizou a relevância de identificar e remover locais com água limpa parada. Entre as recomendações cruciais, incluem-se a verificação e vedação adequada de caixas d’água, a limpeza constante de calhas, a remoção de sacolas plásticas e a atenção a cacos de vidro em muros que possam acumular água. Embora o mosquito demonstre preferência por águas limpas e estagnadas, Leite advertiu que a fêmea pode, ocasionalmente, depositar seus ovos em águas sujas, como córregos ou empoçamentos, embora seja um cenário menos frequente.
Adicionalmente, desde fevereiro de 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) ampliou as ferramentas de prevenção, oferecendo a vacina contra a dengue. O imunizante está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de toda a região, com foco no público-alvo de crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos, reforçando a barreira contra a enfermidade.
Entendendo o Ciclo de Vida do Mosquito da Dengue
Apenas a fêmea do mosquito Aedes aegypti é responsável pela transmissão do vírus da dengue, através de sua picada. Para amadurecer os ovos, a fêmea necessita de uma fonte de repasse sanguíneo, obtida de seres humanos ou animais. O especialista Jefferson Leite detalha que ela escolhe recipientes escuros com água e bordas para a postura dos ovos. Com as chuvas, o nível da água nesses locais aumenta, promovendo a eclosão dos ovos, que levam aproximadamente uma semana para se desenvolverem em mosquitos adultos. Surpreendentemente, esses ovos possuem a capacidade de permanecer viáveis em um recipiente seco por até um ano, aguardando o contato com a água para completar seu ciclo vital. A fêmea adulta é capaz de depositar uma média de 1.200 ovos em um período de vida que dura entre 30 a 40 dias.
Os mosquitos machos, ao contrário das fêmeas, não se alimentam de sangue, mas sim de seiva de plantas, e portanto não são vetores do vírus. Leite elucidou o ciclo de transmissão mais comum: uma fêmea pica uma pessoa infectada, adquire o vírus que se replica em seu organismo e, subsequentemente, transmite a doença ao picar um ser humano saudável. Uma forma menos comum envolve o nascimento de mosquitos já infectados, quando a fêmea já portava o vírus e o transmite à sua prole. É crucial notar que o pernilongo, mosquito comum e de hábitos diferentes, não possui a capacidade de transmitir o vírus da dengue. Para aprofundar a compreensão sobre os vetores e as estratégias de erradicação da doença, é possível consultar o site oficial do Ministério da Saúde, que oferece informações detalhadas sobre a dengue e suas medidas de controle no Brasil.
Ações de Enfrentamento à Dengue por Município no Alto Tietê
Ferraz de Vasconcelos: No primeiro semestre de 2024, o município registrou 183 casos de dengue, uma queda significativa em relação aos 3.181 casos do mesmo período de 2023. A prefeitura informou que equipes realizam visitas casa a casa, bloqueio contra criadouros, vistorias em pontos estratégicos e de denúncias, além de ações educativas em escolas e Unidades Básicas de Saúde. A partir de novembro, as ações de controle e prevenção de arboviroses serão intensificadas na região.

Imagem: g1.globo.com
Guararema: Foram 55 casos de dengue no primeiro semestre de 2024, comparado aos 1.080 do ano anterior. A administração municipal executa visitas a imóveis para identificar focos do mosquito, distribui materiais educativos e organiza campanhas de conscientização. A Secretaria de Saúde acompanha os casos e mapeia os bairros mais afetados para priorizar as intervenções de controle da dengue.
Itaquaquecetuba: A cidade reportou 324 casos de dengue no primeiro semestre de 2024, contrastando com 6.412 no mesmo período de 2023. As equipes municipais realizam visitas casa a casa e utilizam nebulização com inseticida como forma de combater o mosquito transmissor e diminuir a incidência de dengue.
Mogi das Cruzes: De 18.950 casos no primeiro semestre de 2023, Mogi das Cruzes teve 241 casos no mesmo período de 2024. As ações incluem visitas casa a casa, bloqueio de criadouros, tratamento químico em áreas de alto risco, monitoramento de pontos estratégicos e o uso de drones para aplicar larvicida. O “Zap Dengue” serve como canal para denúncias e informações. A vacina está disponível nas UBS para o público-alvo, e repelentes são oferecidos a gestantes em acompanhamento pré-natal.
Santa Isabel: Em 2024, a cidade contabilizou 308 casos nos primeiros seis meses, uma redução considerável frente aos 4.456 registrados em 2023. A prefeitura promove visitas domiciliares, palestras educativas, acompanhamento de casos, contratações de agentes de combate a endemias e a aquisição de um nebulizador veicular para controle químico de mosquitos adultos, a ser utilizado em picos da doença.
Suzano: Suzano registrou 376 casos no primeiro semestre de 2024, em comparação com os 8.753 do mesmo período de 2023. As medidas adotadas envolvem visitas casa a casa, bloqueio de focos, orientações em escolas e empresas, avaliação de densidade larvária (ADL) e a disponibilização da vacinação para crianças e adolescentes elegíveis, fortalecendo a prevenção da dengue localmente.
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Em suma, a notável redução dos casos de dengue no Alto Tietê demonstra a eficácia das ações integradas de saúde e a importância da colaboração comunitária. É fundamental que a população mantenha a vigilância e continue participando ativamente nas medidas preventivas, especialmente com a chegada das estações mais quentes, para consolidar esses resultados positivos e manter a doença sob controle. Para mais notícias e análises sobre o cenário da saúde em diversas localidades, explore nossa editoria de Cidades e mantenha-se informado.
Crédito da Imagem: MS/Divulgação


