TÍTULO: Delegado e Coronel Afastados: Casos de Repercussão em Goiás
SLUG: delegado-coronel-afastados-goias
META DESCRIÇÃO: Delegado Carlos Alfama e Coronel Edson Raiado foram afastados após discussões na web. Entenda os detalhes e os casos de destaque que eles investigaram em Goiás.
Delegado e Coronel Afastados: Carlos Alfama, da Polícia Civil de Goiás, e Edson Raiado Rocha, da Polícia Militar, foram afastados de suas funções e posteriormente transferidos após uma polêmica e pública discussão em rede social. Os dois agentes de segurança, reconhecidos por seu envolvimento em investigações de grande repercussão no estado, como a prisão da advogada Amanda Partata e as exaustivas buscas por Lázaro Barbosa, tiveram suas atribuições administrativas redefinidas conforme anunciado pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás.
A controvérsia que resultou no afastamento dos policiais e na subsequente modificação de suas atribuições emergiu de trocas de ataques virtuais. A causa central da discórdia girou em torno da forma como foi conduzida a investigação do caso da morte da servidora pública Nádia Gonçalves de Aguiar, de 47 anos, que faleceu em Roselândia, um distrito de Bela Vista de Goiás, situado na Região Metropolitana de Goiânia. A exposição da divergência institucional nas plataformas digitais levou as autoridades a adotarem medidas administrativas.
Coronel e Delegado Afastados
Na sequência da ampla repercussão do incidente nas plataformas digitais, as direções da Polícia Militar e da Polícia Civil de Goiás emitiram um comunicado oficial conjunto, direcionado ao g1. A nota informava que todas as medidas de caráter administrativo, internas aos órgãos, já haviam sido integralmente adotadas pelas respectivas instituições. Este posicionamento buscou reafirmar a ação dos organismos de segurança pública no manejo do impasse envolvendo o delegado e o coronel, visando preservar a disciplina e a integridade de seus quadros.
A Atuação de Carlos Alfama no Caso Amanda Partata
Um dos inquéritos de maior destaque e complexidade sob a liderança do **Delegado Carlos Alfama** foi a prisão da advogada Amanda Partata. Ela é apontada como a principal suspeita do duplo homicídio por envenenamento de Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, seu ex-sogro, e de Luzia Tereza Alves, de 86 anos, mãe de Leonardo. As mortes, ocorridas em Goiânia em 2023, chocaram a população goiana pela natureza hedionda e os detalhes que foram desvendados pela investigação.
A investigação detalhada, conduzida por Alfama e sua equipe, revelou que Amanda Partata teria adquirido e preparado alimentos envenenados para um café da manhã familiar. O delegado relatou na época que a advogada comprou biscoitos, pão de queijo, suco de uva e bolos de pote. Poucas horas após o consumo desses itens, Leonardo e Luzia começaram a sentir intensas dores abdominais, acompanhadas de vômitos e diarreia severa. Ambos foram rapidamente hospitalizados no Hospital Santa Bárbara, na capital goiana, mas, apesar dos esforços médicos, não resistiram e vieram a óbito.
A Polícia Civil, sob a supervisão atenta do delegado, apurou que a motivação principal por trás dos crimes residia em um profundo sentimento de rejeição que Amanda teria experimentado após o término de seu relacionamento com o filho de uma das vítimas. As investigações adicionais indicaram que a advogada chegou a simular uma gravidez e a proferir ameaças contra seu ex-namorado e os membros de sua família, demonstrando um padrão de manipulação e atos criminosos. Ao ser detida e apresentada na delegacia, Amanda Partata negou de forma contundente qualquer envolvimento nos homicídios. Contudo, ela responde legalmente por duplo homicídio duplamente qualificado, crimes agravados pelo motivo torpe e pela utilização de envenenamento como método. A atuação perspicaz do **Delegado Carlos Alfama** foi crucial para a elucidação das evidências e a identificação da autoria neste complexo e perturbador caso.
A Liderança de Edson Raiado na Caçada a Lázaro Barbosa
O **Coronel Edson Raiado Rocha** obteve grande visibilidade nacional ao desempenhar um papel de liderança nas desafiadoras buscas por Lázaro Barbosa. Lázaro era o principal investigado por uma série de crimes brutais, incluindo o assassinato de uma família em Ceilândia, localizado no Entorno do Distrito Federal. A extensa e complexa operação de caçada a Lázaro iniciou-se em 9 de junho de 2021, quando a polícia o identificou como o principal autor dos homicídios que mobilizaram as forças de segurança.
Nos primeiros estágios da investigação, os corpos do pai e de seus dois filhos foram descobertos sem vida na propriedade da família. Dias após, o corpo da mãe também foi encontrado, completando a extensão da tragédia. Durante sua fuga, Lázaro subtraiu um veículo e se deslocou até a cidade de Cocalzinho de Goiás, uma distância de aproximadamente 80 quilômetros. Em sua trajetória criminosa de evasão, ele invadiu múltiplas residências, onde chegou a manter uma família seminua, compelindo uma mulher a preparar alimentos. Todavia, a filha adolescente do casal conseguiu esconder-se debaixo de uma cama e, a salvo, enviou uma mensagem de socorro às autoridades. Os três familiares foram subsequentemente encontrados em um rio horas depois, ilustrando o grau de periculosidade do fugitivo.
A grandiosidade e a intensidade da operação de buscas foram notáveis, empregando recursos avançados como cães farejadores treinados, drones de vigilância aérea, helicópteros de patrulhamento, uma ampla rede de rádios comunicadores e um caminhão especializado, equipado com uma plataforma elevada para videomonitoramento. No decorrer da perseguição, Lázaro Barbosa invadiu, ao menos, onze fazendas, protagonizou diversos confrontos armados e baleou moradores da região, dois policiais militares e até um oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), conforme detalhado pelas informações divulgadas pela força-tarefa de segurança. A liderança e coordenação do **Coronel Raiado** foram um marco nas operações policiais.
Após uma exaustiva perseguição que durou 20 dias, Lázaro foi finalmente localizado, interceptado e morto em um confronto policial ocorrido em Águas Lindas de Goiás. A sua neutralização representou o desfecho de uma das mais complexas e desafiadoras caçadas criminais já registradas no país. Em 2022, o **Coronel Edson Raiado Rocha** imortalizou sua experiência e as ações da equipe no livro intitulado “Contagem Regressiva”, no qual relata os intensos onze dias de dedicação de oito policiais que foram cruciais na localização e neutralização do criminoso, consolidando a memória da operação.
Imagem: g1.globo.com
A Discussão em Rede Social: Cronologia e Desdobramentos
O episódio que deflagrou o afastamento do **delegado e coronel** teve início com uma postagem efetuada pelo **Coronel Edson Raiado** em suas redes sociais. A publicação apresentava um vídeo do promotor Danni Sales, de Bela Vista de Goiás, tecendo severas críticas à maneira como foi conduzida a investigação acerca da morte de Nádia Gonçalves de Aguiar, uma servidora pública de 47 anos. No vídeo, o promotor descrevia o crime e expressava seu descontentamento com a postura da delegada encarregada do caso. Na legenda do post, o coronel elogiou efusivamente a atuação do promotor, manifestando um apoio público às suas críticas.
Em reação direta, o **Delegado Carlos Alfama** utilizou seus próprios canais nas redes sociais para publicar um vídeo em defesa de sua colega de corporação, a delegada Magda D’Avila. Em sua argumentação, Alfama esclareceu que, sob a ótica dos procedimentos legais, não existia uma situação de flagrante que justificasse a prisão imediata do suspeito, como era apontado pelas críticas. Ele destacou que a delegada, em vez de realizar uma prisão em flagrante que já não era mais pertinente conforme a legislação, efetuou o cumprimento de um mandado de prisão cautelar devidamente expedido por um juiz, agindo, assim, em estrita conformidade com todas as formalidades jurídicas e reforçando a retidão da conduta policial em Goiás. É importante que agentes públicos atuem em conformidade com as diretrizes do Governo de Goiás, que regem a conduta ética no serviço público.
O embate virtual intensificou-se no dia seguinte, quando o coronel divulgou um trecho de um depoimento onde um policial militar era submetido a interrogatório pelo **Delegado Alfama**, direcionando críticas explícitas à atuação deste. “É inaceitável que um delegado desrespeite o próprio inquérito, ignorando protocolos e colocando em dúvida a credibilidade da investigação”, declarou o coronel em sua postagem, expondo uma notória tensão interinstitucional.
Ainda no mesmo dia, Alfama não tardou em replicar diretamente ao **Coronel Raiado**, reiterando seu profundo respeito pela Polícia Militar como instituição, mas deixando claro que sua crítica era direcionada à conduta do policial em questão, e não à corporação como um todo. Com uma declaração incisiva, Alfama fez menção ao seu vasto histórico profissional: “Eu estou há quatro anos em uma delegacia de homicídios, foram mais de uma centena de homicidas presos. Enquanto você estava pedindo licença para ser segurança de candidato a político”, rebateu o delegado, sublinhando a natureza pessoal do conflito e intensificando o acalorado debate online.
Como consequência direta da publicação dos vídeos e da repercussão gerada pelas declarações nas plataformas digitais, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás confirmou prontamente o afastamento de ambos os agentes de suas funções originais. Posteriormente, o **Delegado Carlos Alfama** foi transferido para a Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), uma unidade de elite da Polícia Civil especializada no combate ao tráfico de drogas, em uma clara movimentação estratégica na gestão policial. Por sua vez, o **Coronel Edson Raiado Rocha** foi realocado para a PM-8, setor encarregado da prospecção de recursos da Polícia Militar, o que sugere um remanejamento de suas responsabilidades e um ajuste em sua posição hierárquica na corporação, buscando atenuar as tensões e manter a ordem interna.
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Os recentes desdobramentos envolvendo o **delegado e coronel afastados** Carlos Alfama e Edson Raiado Rocha realçam a importância de uma coesão institucional sólida dentro das forças de segurança, especialmente quando confrontadas com situações de alta visibilidade e sensibilidade. Para se manter sempre atualizado sobre estes e outros temas relevantes que delineiam o cenário político, social e de segurança em Goiás, convidamos você a continuar explorando nossas análises e reportagens aprofundadas em nossa editoria de Goiás.
Crédito da imagem: Reprodução/Instagram do coronel Edson Rocha e do delegado Carlos Alfama
