O processo de decidir, especialmente no ambiente corporativo, é fundamental para o sucesso e crescimento. No entanto, tarefas como ajustar orçamentos, lançar novos produtos ou recalcular preços frequentemente esbarram em complexidades inesperadas, desafiando a premissa de que a tomada de decisões pode ser rápida, assertiva e eficaz. Em um estudo global realizado pela McKinsey & Company, ficou evidente que somente 20% das corporações se consideram altamente proficientes nesse aspecto. A pesquisa também revelou que a grande maioria, 61% das empresas, reconhece que uma parcela significativa do tempo dedicado às decisões é empregada de forma improdutiva, resultando em um impacto financeiro substancial. Uma empresa de porte médio na lista Fortune 500, por exemplo, pode perder cerca de US$ 250 milhões (equivalente a R$ 1,3 bilhão, na cotação atual) em produtividade devido a essas dificuldades.
É neste cenário desafiador que o **DecisionOps**, frequentemente referido como DecOps, surge como uma inovadora abordagem. Ele representa um conjunto articulado de metodologias, processos operacionais e ferramentas tecnológicas desenhadas para aprimorar significativamente a maneira como as empresas realizam suas escolhas estratégicas e operacionais.
DecisionOps: Otimização Crucial Para Decisões Empresariais
A origem do DecOps remonta ao período entre 2007 e 2008, conforme detalhado em um artigo da Atlassian, uma renomada empresa de software. Naquela época, profissionais de tecnologia da informação (TI) e desenvolvimento de software estavam empenhados em solucionar os impactos negativos resultantes da operação isolada de suas respectivas áreas e das frequentes barreiras de comunicação. O desafio motivou a busca por mecanismos que promovessem uma integração mais eficaz de fluxos de trabalho, conjuntos de dados e processos decisórios.
Conforme elucidado por Rodrigo Santos, CEO e cofundador da Abaccus, uma empresa especializada em sistemas de gerenciamento de regras de negócio (BRMS – Business Rules Management System), o DecOps configura-se como uma evolução natural da inteligência operacional, inspirado pelo movimento RevOps. Ele tem a missão de interligar dados, parâmetros lógicos e inteligência artificial (IA) em uma sequência contínua, elevando as decisões ao status de ativos gerenciáveis e dinâmicos. Os fundamentos do DecisionOps são delineados por pilares como a modelagem e versionamento de decisões, a automatização de regras de negócio, a aplicação de IA e o processamento de dados em tempo real, bem como a meticulosa mensuração do impacto de cada escolha realizada.
De forma simplificada, o DecisionOps estabelece um ecossistema operacional dedicado à tomada de decisão. Ele centraliza informações e critérios que antes se encontravam dispersos em diversas planilhas, múltiplos sistemas, mensagens eletrônicas e até mesmo entre indivíduos. O resultado é um circuito decisório que se perpetua, plenamente auditável e inteligente. Neste ciclo, os dados capturados retroalimentam as deliberações, que, por sua vez, são automaticamente convertidas em ações. Os resultados dessas ações são então reincorporados ao sistema, viabilizando um aprendizado contínuo e a realização de ajustes estratégicos.
Um dos diferenciais mais proeminentes do DecOps reside em sua capacidade de harmonizar e integrar tecnologias que, historicamente, funcionavam de maneira autônoma e em compartimentos estanques, os chamados silos. Ele estrutura uma camada de orquestração superior, onde cada tecnologia adquire e desempenha um papel específico e complementar dentro do amplo processo decisório.
Como o Ecossistema de Decisões Impulsiona a Eficiência
Dentro desse modelo integrado do DecOps, diversas tecnologias convergem para otimizar as operações. O Business Rules Management System (BRMS), por exemplo, atua como a infraestrutura central. Ele é incumbido da tarefa de estruturar, validar e administrar as diretrizes operacionais do negócio, funcionando como o componente lógico essencial de todas as decisões. A Inteligência Artificial (IA), por sua vez, contribui fornecendo análises preditivas, insights valiosos e probabilidades que alimentam o BRMS, orientando a seleção da melhor opção dentre as múltiplas alternativas possíveis.
O Business Process Management (BPM) tem o encargo de executar e integrar as escolhas tomadas nos variados fluxos operacionais da empresa. Sua função primordial é assegurar que a determinação mais apropriada seja implementada no instante exato dentro da sequência de atividades. Para o Customer Relationship Management (CRM), o DecOps entrega automaticamente, em tempo real, as decisões concernentes à segmentação de clientes, à priorização de leads potenciais e à concepção de ofertas direcionadas. Analogamente, o Enterprise Resource Planning (ERP) interliga as decisões de caráter operacional e financeiro, garantindo uma coesão perfeita entre as políticas de precificação, as diretrizes de crédito e a concretização das operações.

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Em suma, Rodrigo Santos enfatiza que, por meio do DecisionOps, essas múltiplas tecnologias passam a operar como um “ecossistema inteligente de decisão”. Neste sistema interconectado, os dados transitam desde as plataformas de Business Intelligence (BI) até o BRMS, são subsequentemente enriquecidos e otimizados pela IA, concretizados e executados por intermédio do BPM, refletindo-se nos sistemas de CRMs e ERPs, e são constantemente retroalimentados pelos resultados alcançados. Assim, cada decisão não é apenas um evento isolado, mas sim um vetor de aprendizado contínuo e aprimoramento progressivo para a organização.
A Abaccus, no que lhe concerne, desenvolveu uma tecnologia robusta que oferece suporte às equipes para automatizar as deliberações mais complexas. Sua solução é capaz de substituir os incontáveis parâmetros e cálculos que hoje estão espalhados em uma miríade de sistemas, planilhas e macros – ferramentas ainda largamente utilizadas em empresas que não implementaram uma gestão decisória centralizada. Por meio de uma camada tecnológica que se conecta de forma dinâmica a fontes de dados, IA e a sistemas corporativos através de APIs REST, as informações anteriormente dispersas podem ser centralizadas, versionadas e submetidas a auditoria. Santos afirma que as organizações que adotam a tecnologia da Abaccus conseguem reduzir em até 90% o tempo necessário para a adaptação de processos de negócio, conferindo autonomia a profissionais sem background técnico a realizar ajustes sistêmicos com grande agilidade e menor dependência das equipes de tecnologia.
A cultura de improvisação, que ainda se manifesta em muitas empresas brasileiras, é um alvo direto da tecnologia desenvolvida pela Abaccus, segundo o executivo. Contudo, a adoção de novas tecnologias no ambiente corporativo não está isenta de desafios, conforme evidenciado por uma pesquisa conjunta da Data-Makers e da CDN, publicada na Forbes. Este levantamento aponta que 77% das companhias entrevistadas não possuem uma cultura de transformação digital estabelecida, e uma expressiva parcela, 62% dos executivos ouvidos, admitiu que suas lideranças não estão preparadas para enfrentar o tema com eficácia. Apesar desses obstáculos, Rodrigo Santos mantém um olhar otimista quanto ao vasto potencial do DecisionOps. Ele ressalta o compromisso da Abaccus em “torná-lo uma prática concreta”, empoderando as empresas a disporem de um “cérebro operacional” que pensa rapidamente, age corretamente e delibera com precisão e consciência. “Este é o novo paradigma da eficiência: decisões transformadas em vantagem competitiva”, reitera Santos.
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Em síntese, o DecisionOps (DecOps) emerge como uma ferramenta indispensável na modernização da tomada de decisões empresariais, combatendo a ineficácia e perdas financeiras. Ao integrar inteligentemente dados, inteligência artificial e processos de gestão, essa abordagem promete transformar a maneira como empresas como a Abaccus operam, impulsionando agilidade e assertividade. Continue explorando as tendências e análises do mundo corporativo em nossa editoria de Análises para se manter sempre à frente.
Crédito da Imagem: Divulgação/Abaccus

