A **contaminação no Hospital Santa Rita**, em Vitória, Espírito Santo, registrou um aumento no número de funcionários afetados. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) divulgou atualizações preocupantes sobre os casos detectados na instituição, que é referência nacional em tratamento oncológico. O panorama, conforme informado até o domingo (26), aponta para um cenário que exige atenção e aplicação de rigorosos protocolos de segurança.
De acordo com os dados mais recentes apresentados pela Sesa, um total de 33 profissionais do Hospital Santa Rita foram confirmados com a infecção. Deste grupo, oito permaneciam internados até a tarde do domingo em unidades de saúde na Grande Vitória. Detalhes específicos indicam que três desses funcionários estão sob cuidados intensivos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), enquanto outros cinco recebem tratamento em enfermarias. A situação levou as autoridades de saúde a intensificarem a apuração sobre a origem e a contenção do surto.
Contaminação Hospital Santa Rita: Casos Aumentam em Vitória
Adicionalmente, a investigação da Sesa se estende a novos potenciais casos. Mais sete profissionais foram identificados com a contaminação, somando-se aos 26 inicialmente divulgados. No âmbito dos pacientes e seus acompanhantes, 12 novas situações consideradas suspeitas passaram a ser analisadas, indicando uma expansão das apurações para além do corpo funcional direto. Acelerando a resposta à crise, a Sesa emitiu uma nota técnica detalhada, na mesma tarde de domingo, com o intuito de fornecer diretrizes claras e estratégias para que todas as unidades hospitalares no estado possam prevenir novas contaminações e gerenciar eficientemente qualquer caso suspeito que possa surgir. Este documento visa garantir a segurança em todo o sistema de saúde capixaba.
As orientações contidas na nota técnica da Sesa para as unidades hospitalares são categóricas. Em situações de pacientes com suspeita de contaminação, as visitas devem ser rigorosamente evitadas para minimizar o risco de propagação da infecção. Outra medida essencial é restringir movimentações desnecessárias de pacientes dentro das instituições. Além disso, a Sesa enfatiza a crucial importância da higienização das mãos, exigindo que profissionais de saúde, pacientes e acompanhantes sejam instruídos sobre sua correta execução e que essa prática seja monitorada continuamente para assegurar sua efetivação e, consequentemente, reduzir os índices de contaminação. Estas diretrizes visam fortalecer as barreiras de controle epidemiológico.
Os Primeiros Sinais e a Resposta Hospitalar
A cronologia dos acontecimentos foi detalhada por Carolina Salume, coordenadora de Controle de Infecção Hospitalar do Santa Rita. Segundo ela, o ponto de partida da contaminação foi entre os funcionários da ala oncológica. É relevante notar que, apesar de ser o epicentro inicial da detecção, nenhum dos pacientes do setor foi infectado, o que ressalta a importância das medidas de isolamento adotadas. A área em questão foi prontamente isolada e submetida a uma higienização profunda, enquanto os pacientes imunodeprimidos — aqueles com o sistema imunológico debilitado devido aos tratamentos contra o câncer — foram realocados para outra ala da unidade, como uma medida preventiva crítica para a sua saúde e segurança.
Salume relatou que os primeiros sinais da doença chegaram de forma esparsa no hospital, com casos individuais de colaboradores apresentando sintomas. Foi apenas na manhã de domingo que a equipe médica começou a perceber uma semelhança marcante entre os exames de imagem, como raios-X e tomografias de tórax, dos funcionários afetados. Essa consistência levantou o alerta de que estavam diante de algo novo e concentrado especificamente naquele setor de internação. A coordenadora enfatizou: “os casos começaram a chegar separados e no domingo pela manhã que a gente começou a observar que eles eram muito parecidos, com os exames de imagem muito parecidos, os raios X de tórax, as tomografias de tórax e aí que a gente começou a associar um ao outro e entender que se tratava de alguma coisa nova, focada nesse setor de internação, porque a gente só tinha funcionários, não tínhamos pacientes acometidos e os todos os funcionários era desse setor. É importante dizer, os pacientes desse setor são pacientes oncológicos, são imunodeprimidos e eles não ficavam doentes, mas sim os funcionários que são imunocompetentes.”
Essa observação crucial levou à compreensão de que a infecção estava se propagando entre os funcionários que, ao contrário dos pacientes oncológicos, possuem um sistema imunológico funcional. As equipes agiram rapidamente, iniciando as investigações e implementando precauções de barreira, como o uso obrigatório de máscaras e o isolamento de contato para pacientes que desenvolviam quadros pneumônicos. Para informações sobre a prevenção e controle de infecções em ambientes de saúde, pode-se consultar as diretrizes do Ministério da Saúde que abordam cuidados com a saúde em ambiente hospitalar, o que reforça a seriedade de protocolos como os adotados no Santa Rita.
Investigação da Origem e Testagens
As investigações sobre a origem da infecção no Hospital Santa Rita continuam em curso. As autoridades de saúde trabalham com a hipótese de que a contaminação pode ter sido causada por uma bactéria ou um fungo. As equipes buscam as prováveis fontes do surto, explorando possíveis falhas em sistemas críticos como o abastecimento de água ou o ar-condicionado da instituição. A coordenadora Salume esclareceu que os primeiros casos reportados com sintomas gripais similares a uma pneumonia foram recebidos pelo hospital no dia 19 de outubro. Após a identificação e a correlação dos casos, uma análise aprofundada foi iniciada na ala de oncologia, local onde os colaboradores afetados exerciam suas atividades.
Conforme o relato de Salume, a linha de investigação se aprofundou na suposição de que a causa era de natureza ambiental, visto que os pacientes não foram acometidos, apenas os funcionários. “A gente começou a investigar, a entender que como não tínhamos pacientes acometidos, entendemos que fazia parte de alguma coisa transmitida por ambiente e aí já na segunda-feira a gente mexeu em caixa d’água, em sistema de ar-condicionado, fizemos coleta de água, de ar, começamos precaução de barreira, máscara, isolamento de contato para esses pacientes que estivessem internados com o quadro pneumônico e começamos a investigar tudo que a gente podia com exames clínicos também dos pacientes, exame de sangue, exame de urina, imagem”, descreveu a coordenadora. Essa abordagem multidisciplinar incluiu a coleta de amostras ambientais e biológicas.

Imagem: g1.globo.com
Essas amostras cruciais estão sendo processadas pelas equipes do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Espírito Santo (Lacen/ES), que realiza exames complexos para determinar com precisão o agente etiológico responsável pela contaminação. A expectativa é que os resultados dessas análises laboratoriais sejam liberados até o final da próxima semana, o que permitirá um avanço significativo na compreensão do surto e na implementação de medidas de controle mais direcionadas e eficazes, solidificando a segurança do Hospital Santa Rita e de seus usuários.
Monitoramento e Protocolos Reforçados
O monitoramento dos casos segue em plena execução. Segundo a administração do Hospital Santa Rita, dos 33 funcionários com testes confirmados para a infecção, oito permanecem sob internação até a tarde do domingo, recebendo os cuidados necessários. Entre os internados, há 3 pacientes com quadros confirmados na UTI e 5 em enfermarias. Ao longo do período do surto, 14 pacientes necessitaram de internação. Não houve novas internações no Hospital Santa Rita desde o dia 22 de outubro, uma medida para reforçar a segurança interna.
Além dos casos confirmados, a Sesa está analisando de perto a situação de 12 indivíduos com suspeita de contaminação. Esses incluem 2 casos em investigação com necessidade de UTI e outros 10 em investigação em enfermarias. Esses pacientes estão distribuídos em leitos de isolamento em diferentes hospitais do estado, com as equipes de saúde coletando amostras de sangue, urina e realizando exames pulmonares. O objetivo é identificar se esses novos casos suspeitos estão relacionados à mesma infecção do Hospital Santa Rita e, ao mesmo tempo, conduzir uma investigação social para determinar se houve contato desses indivíduos com a ala onde as infecções entre funcionários ocorreram, solidificando o foco na segurança.
As equipes de vigilância da Secretaria de Estado de Saúde permanecem ativamente no Hospital Santa Rita desde a segunda-feira, dia 20 de outubro. Seu trabalho consiste em avaliar todas as condutas e medidas adotadas pela unidade para conter o avanço da contaminação. A atenção se estende também ao monitoramento do quadro clínico de quaisquer pessoas que tenham vínculo com o hospital e que venham a manifestar sintomas em outras unidades de saúde espalhadas pelo Espírito Santo. Esse esforço conjunto busca prevenir a propagação da infecção em larga escala e assegurar que as medidas de prevenção e controle de contaminação no Hospital Santa Rita e adjacências sejam eficazes e prontamente aplicadas. Paralelamente, hospitais como Unimed Vitória e Vitória Apart, situados na Serra, já reforçaram seus próprios protocolos de segurança. Dentre as ações primordiais, destaca-se a imposição do uso obrigatório de máscaras em todas as áreas assistenciais e o monitoramento rigoroso dos profissionais que possam ter tido contato com o Hospital Santa Rita.
O secretário de saúde do Espírito Santo salientou a responsabilidade institucional: “A nossa orientação, todo hospital, seja ele público ou privado, obrigatoriamente tem uma comissão interna que trata de infecção hospitalar. Então agora é a hora dessas comissões estarem em alerta máximo, todas elas trabalhando pela desinfecção dos hospitais, evitando que esse caso possa se propagar para outras unidades de saúde no estado”, frisou. Este posicionamento reforça a necessidade de vigilância constante e a implementação de protocolos robustos para gerenciar a saúde pública de forma proativa. O Hospital Santa Rita segue com suas operações normais, e até o momento, não houve cancelamento de cirurgias ou outros procedimentos, indicando a capacidade da equipe de manter a funcionalidade da unidade enquanto lida com o surto.
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A situação de contaminação no Hospital Santa Rita destaca a complexidade e a importância da vigilância sanitária contínua em ambientes de saúde. A mobilização da Sesa e a pronta resposta do hospital sublinham a dedicação em salvaguardar a saúde tanto dos profissionais quanto dos pacientes. Para acompanhar mais notícias e análises sobre saúde, cidades e eventos relevantes, continue explorando nossa editoria no site.
Crédito da imagem: Reprodução/TV Gazeta



