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Claudia Sheinbaum Celebra Primeiro Ano na Presidência do México

Claudia Sheinbaum celebra o primeiro ano na Presidência do México neste domingo, 5 de outubro, em um evento grandioso que reuniu milhares de apoiadores na capital do país. A festividade marca um ano desde que a política de esquerda assumiu o cargo, sendo a primeira mulher a comandar o México. Enquanto a celebração evidencia a […]

Claudia Sheinbaum celebra o primeiro ano na Presidência do México neste domingo, 5 de outubro, em um evento grandioso que reuniu milhares de apoiadores na capital do país. A festividade marca um ano desde que a política de esquerda assumiu o cargo, sendo a primeira mulher a comandar o México. Enquanto a celebração evidencia a satisfação popular com suas políticas sociais, projeções indicam que a continuidade desses programas pode enfrentar desafios significativos diante de um cenário de aperto financeiro.

Embora a data oficial da sua posse tenha sido 1º de outubro, a presidente optou por comemorar o marco no domingo, no emblemático Zócalo da Cidade do México, a principal praça pública da nação. A mobilização de apoiadores reflete a base de suporte que a gestora acumulou ao longo dos últimos doze meses, consolidando sua imagem política no cenário nacional.

Claudia Sheinbaum Celebra Primeiro Ano na Presidência do México

Pesquisas de opinião divulgadas nesta semana apontam para um índice de aprovação da presidente que supera a marca de 70%, conforme levantamentos de três renomados veículos de comunicação. Este sólido respaldo popular é largamente atribuído à implementação e continuidade de programas de assistência social, que incluem pensões, bolsas de estudo e outras formas de auxílio direto à população. Tais iniciativas têm sido um pilar central de sua administração, gerando benefícios tangíveis para milhões de mexicanos.

O investimento em políticas sociais alcançou cifras expressivas neste ano, totalizando cerca de 54,3 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 290 bilhões, conforme a cotação atual), o que corresponde a cerca de 12% do orçamento total do governo federal. Para o ano de 2026, a previsão é de que um montante similar seja direcionado a essas ações, reiterando o compromisso da presidente com a área social. Sheinbaum, de inclinação política de esquerda, tem enfatizado a importância de cumprir as promessas feitas à população, caracterizando sua gestão como uma “luta pelo bem-estar”. Além disso, sua habilidade na condução da relação com o volátil presidente americano, Donald Trump, também tem recebido avaliações positivas.

Apesar das constantes ameaças de Trump relacionadas à imposição de altas tarifas e à aplicação de medidas de força contra os cartéis de narcotráfico mexicanos, Sheinbaum tem conseguido manter uma linha diplomática eficaz, demonstrando capacidade de gestão em um dos eixos mais sensíveis da política externa mexicana.

Popularidade e os Desafios Financeiros no Horizonte

A popularidade da Doutora em engenharia energética, de 63 anos, reflete, em grande parte, o prolongamento de uma “lua de mel” com o eleitorado, beneficiando-se da significativa queda da pobreza iniciada sob a gestão de seu antecessor e correligionário, Andrés Manuel López Obrador (2018-2024). Estima-se que aproximadamente 8,3 milhões de cidadãos mexicanos, em um país de 130 milhões de habitantes, saíram da situação de pobreza entre os anos de 2020 e 2024, um dado que fortalece a imagem de continuidade e progresso social.

Entretanto, as mesmas pesquisas de opinião, publicadas pelos jornais El País e El Financiero, também destacam os principais pontos fracos da administração Sheinbaum. Entre eles, figuram a efetividade no combate ao crime organizado e a gestão econômica, fatores que são considerados cruciais para a sustentabilidade e expansão dos ambiciosos programas de bem-estar social em curso. A capacidade de lidar com essas questões será fundamental para consolidar os ganhos sociais alcançados.

A economia mexicana, a segunda maior da América Latina, atrás apenas do Brasil, enfrenta um cenário de desaceleração, com projeções de crescimento de apenas 0,5% para o ano corrente e 1,4% para 2026, segundo estimativas de instituições privadas e do Banco do México. Essas baixas taxas de crescimento representam uma constante no país por anos, que se mantém fortemente dependente de sua relação comercial com os Estados Unidos.

Claudia Sheinbaum Celebra Primeiro Ano na Presidência do México - Imagem do artigo original

Imagem: noticias.uol.com.br

O desempenho econômico atual do México é impactado por diversos elementos, incluindo “contas fiscais mais apertadas e um setor externo vulnerável”, conforme explicou Gerónimo Ugarte, economista-chefe da gestora da bolsa Valmex, em entrevista à AFP. Esse cenário levanta questionamentos pertinentes sobre a capacidade de manutenção dos programas sociais existentes e se um eventual enfraquecimento da economia poderá comprometer o ambicioso projeto político e social liderado por Claudia Sheinbaum.

De fato, o déficit fiscal do país registrou uma ampliação, resultante do “aumento do gasto social e do maior custo financeiro da dívida pública”, observa Ugarte. Essa realidade adiciona uma camada de complexidade aos desafios que a presidência de Sheinbaum precisará enfrentar para garantir a solidez fiscal sem comprometer os investimentos em políticas sociais.

Desafios Econômicos e Queda nas Remessas Externas

Somando-se aos desafios econômicos internos, há também a preocupante queda na receita proveniente das remessas de dinheiro. A maior parte desses valores tem origem nos Estados Unidos e representa um alívio financeiro essencial para milhões de famílias mexicanas. Em agosto, essas remessas registraram o quinto mês consecutivo de redução, um declínio que coincide com a implementação de políticas mais agressivas de deportação por parte da administração do então presidente americano Donald Trump.

No ano passado, as remessas de dinheiro totalizaram 64,74 bilhões de dólares (equivalente a aproximadamente R$ 400 bilhões, considerando os valores de dezembro), o que correspondia a cerca de 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A continuidade dessa tendência de queda pode ter um impacto significativo na economia doméstica e no poder de compra de uma vasta parcela da população.

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A celebração do primeiro ano de Claudia Sheinbaum na Presidência do México ocorre em meio a uma balança entre a alta aprovação popular por suas políticas sociais e os crescentes desafios econômicos e de segurança pública que seu governo precisará navegar nos próximos anos. Manter o equilíbrio entre o apoio aos programas sociais e a sustentabilidade fiscal será crucial para o sucesso de sua gestão. Para acompanhar mais análises sobre cenários políticos e econômicos na América Latina, explore nossa editoria de Política.

jla/axm/acc/mvv/jc Agence France-Presse

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