China estima 2,3 bilhões de viagens em feriado nacional

A expectativa de viagens na China durante o próximo feriado nacional atinge a marca impressionante de 2,3 bilhões de deslocamentos de passageiros. Esta cifra monumental abrange um período prolongado de oito dias, que unifica as celebrações do Dia Nacional e do Festival do Meio Outono. Com início marcado para a próxima quarta-feira (1º), a mobilização sem precedentes promete dinamizar consideravelmente o setor turístico e de mobilidade por todo o vasto território chinês.

As projeções divulgadas pelo Ministério dos Transportes chinês englobam uma ampla variedade de propósitos para essas viagens massivas. Além do incremento notável no turismo local, o período será marcado por um intenso fluxo de pessoas se dirigindo a encontros familiares, deslocamentos a trabalho, retornos e movimentações relacionadas a estudos, bem como outras necessidades que exigem o transporte de passageiros em escala continental.

China estima 2,3 bilhões de viagens em feriado nacional

O governo chinês, por meio do Ministério dos Transportes, apresentou esses dados detalhados que sublinham a magnitude da mobilização esperada. Conforme reportado pela mídia estatal Xinhua, os números indicam uma preponderância acentuada do transporte terrestre: aproximadamente 80% do total dessas viagens na China serão realizadas utilizando veículos automotores. Tal preferência, que reflete a vasta rede rodoviária do país e a crescente frota particular, sugere um aumento exponencial do tráfego, com picos onde a quantidade de automóveis nas ruas pode facilmente ultrapassar a marca de 70 milhões simultaneamente, evidenciando o gigantesco desafio logístico para as autoridades e o impacto sobre a infraestrutura viária.

Para o segmento aéreo, a estimativa também é robusta. As companhias aéreas do país esperam realizar cerca de 19,2 milhões de viagens de passageiros durante este feriado estendido. Este número representa um aumento de 3,6% em comparação com o ano anterior, marcando o maior patamar já registrado para um período festivo desta natureza na aviação civil chinesa. O crescimento ressalta a recuperação e o vigor do setor após os períodos mais restritivos.

Li Yang, o vice-ministro dos Transportes, manifestou a expectativa de um acréscimo significativo tanto em viagens de curta quanto de longa distância. Esta projeção está diretamente ligada ao aumento da atividade turística doméstica e à crescente confiança do consumidor em planejar deslocamentos. Adicionalmente, uma grande movimentação de cidadãos chineses para destinos internacionais próximos é aguardada. Países vizinhos como Japão, Coreia do Sul, além de diversas nações do sudeste asiático, devem observar um fluxo considerável de turistas chineses aproveitando a semana de folga prolongada.

Dados consolidados pelo Ministério dos Transportes revelam uma tendência de crescimento consistente ao longo do ano. Nos primeiros oito meses de 202X, o total acumulado de viagens de passageiros em todo o território chinês já havia alcançado a expressiva soma de 45,5 bilhões. Este montante representa um crescimento de 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado, reforçando a escala e a intensidade da mobilidade interna no gigante asiático.

No setor ferroviário, uma das principais artérias de locomoção entre as cidades e províncias da China, a expectativa é igualmente monumental. O transporte por trens deve atender a aproximadamente 219 milhões de passageiros no período que compreende 29 de setembro a 10 de outubro, um intervalo que ultrapassa as datas do feriado oficial para englobar os deslocamentos pré e pós-eventos. O pico de movimento nas linhas férreas está previsto para o dia 1º de outubro, com a previsão de cerca de 13 mil trens em circulação por todo o país, um testemunho da capacidade logística e da densidade da rede da estatal China Railway, responsável pela operação e gestão de todo o sistema ferroviário.

Imagem: www1.folha.uol.com.br

A análise da China Railway indica que as cidades mais buscadas pelos usuários de trens durante o período festivo são grandes centros urbanos e destinos turísticos populares. Entre eles, destacam-se Pequim, Xangai, Guangzhou, Chengdu, Zhengzhou, Wuhan, Hangzhou, Nanquim, Changsha e Xi’an, cada uma com seu apelo cultural, histórico ou econômico, atraindo milhões de visitantes e moradores que retornam para suas cidades de origem.

O feriado do Dia Nacional, celebrado anualmente em 1º de outubro, possui profundo significado histórico e cultural para a China. A data comemora a fundação da República Popular da China, evento que ocorreu em 1949 sob a liderança de Mao Tsé-Tung. A celebração não apenas concede uma pausa nas atividades rotineiras, mas é marcada por diversas festividades organizadas pelo governo, incluindo o tradicional hasteamento da bandeira nacional e recepções oficiais em reconhecimento ao estabelecimento da nação moderna.

Concomitantemente, o Festival do Meio Outono, ou Festival da Lua, também faz parte do período de feriado. Celebrado no 15º dia do oitavo mês lunar, esta festividade é uma homenagem à lua e um momento de reuniões familiares. As interpretações sobre a origem da comemoração variam, mas segundo a Administração Meteorológica da China, a tradição pode ter tido início na Dinastia Zhou. Naquela época, eram realizados rituais de agradecimento aos deuses pela proteção e pela fartura da colheita, que se associava intimamente com a influência da lua. Nos dias atuais, além de manter seu caráter tradicional de agradecimento, a festividade é também uma maneira de saudar a chegada do inverno e desfrutar das temperaturas amenas características da transição de estações, promovendo um ambiente de convivência e reflexão.

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Essas estimativas de milhões de viagens na China, impulsionadas por dois de seus mais significativos feriados, o Dia Nacional e o Festival do Meio Outono, refletem a notável capacidade de mobilização do país e o papel central do turismo e do transporte em sua economia e cultura. Para continuar acompanhando as análises sobre os maiores mercados mundiais e o impacto de fenômenos populacionais, explore as outras notícias em nossa editoria de Economia.

Crédito da imagem: Maxim Shemetov/Reuters