Cessar-Fogo em Gaza: 271 Palestinos Mortos em um Mês

Últimas Notícias

O acordo de cessar-fogo em Gaza completou um mês nesta segunda-feira, 10 de novembro de 2025, revelando um panorama trágico na Faixa de Gaza. Segundo informações divulgadas pelo Hamas, 271 palestinos perderam a vida durante este período, marcando um registro sombrio apesar da trégua negociada. Além das fatalidades, 622 indivíduos ficaram feridos devido aos constantes bombardeios e disparos, e entre esses, 221 eram crianças.

Uma análise mais aprofundada das vítimas fatais destaca a vulnerabilidade da população civil. O Hamas informou que, entre os classificados como “mártires”, havia 107 crianças, 39 mulheres e 9 idosos. Esse grupo, composto por crianças, mulheres e idosos, corresponde a 58% do total de mortos. A organização palestina argumentou, por meio de nota publicada hoje, que estes números refletem uma política continuada de “assassinato sistemático contra civis desarmados” por parte das forças de ocupação israelenses, o que intensifica a preocupação sobre o respeito aos direitos humanos na região.

Cessar-Fogo em Gaza: 271 Palestinos Mortos em um Mês

As violações do acordo não se limitam apenas à violência direta, mas se estendem também à crucial ajuda humanitária. O grupo islâmico denunciou que apenas 40% da assistência humanitária, conforme o que foi estipulado no acordo, chegou à Gaza neste primeiro mês de cessar-fogo. O pacto previa a entrada diária de 600 caminhões de suprimentos essenciais, incluindo 50 caminhões-tanque de combustíveis, vitais para a infraestrutura local. Contudo, a efetivação das entregas de ajuda humanitária ficou aquém do acordado, não ultrapassando 200 caminhões por dia.

Adicionalmente, o Hamas alegou que grande parte das remessas que entraram (60% do total) constituíam-se de itens comerciais, e que uma parte dessas mercadorias foi, inclusive, erroneamente registrada como ajuda humanitária. A entidade política-militar acusou Israel de deter 35 moradores de Gaza no período em questão, com casos que incluíram a prisão de pescadores no mar, uma atividade de subsistência crucial para a população local. Além disso, foram relatadas demolições de casas na chamada “linha amarela”, persistindo por todo o mês sem interrupção e causando extensa destruição de propriedades civis.

Paralelamente, Israel tem apontado o dedo para o Hamas, acusando-o de não respeitar os termos do cessar-fogo. A Força de Defesa de Israel (FDI) afirma que supostos terroristas têm ultrapassado a “linha amarela” e perpetrado ataques, pondo em risco a vida dos soldados israelenses. Um exemplo noticiado pela FDI nesta segunda-feira foi a identificação de dois indivíduos atravessando a “linha amarela” e se aproximando de tropas no sul da Faixa de Gaza, considerados uma ameaça iminente à segurança. O Hamas, no entanto, rechaça categoricamente todas as acusações de violação do acordo.

Restrições à Ajuda Humanitária e Alegações Contra a UNRWA

Um dos pontos mais sensíveis e amplamente debatidos é a questão da assistência humanitária, particularmente a fornecida pela Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA). A UNRWA tem enfrentado bloqueios contínuos por parte de Israel, mesmo após o parecer da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que reafirmou a obrigação de Israel em permitir a entrada de suprimentos fornecidos pela agência em Gaza. O Hamas denuncia que, em uma “violação direta do acordo”, o “regime de ocupação” continua impedindo o acesso da UNRWA, resultando no acúmulo de mais de 6.000 remessas de suprimentos essenciais.

Israel justifica essas restrições alegando que a UNRWA oferece suporte ao Hamas. No entanto, a Corte Internacional de Justiça avaliou que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não conseguiu apresentar provas concretas que fundamentassem a acusação contra a entidade das Nações Unidas, que, inclusive, foi proibida de operar em Israel. Dados da ONU indicam que, no primeiro mês do acordo de cessar-fogo, 3,2 mil caminhões de ajuda humanitária foram entregues, mas nenhum desses veículos pertencia à UNRWA, evidenciando o impacto das restrições. Para aprofundar sua compreensão sobre a situação humanitária em áreas de conflito, você pode visitar o site do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Apesar de um gradual aumento na distribuição de refeições quentes, pão e cestas básicas desde o início do cessar-fogo, conforme relatado pelo Escritório da ONU para Ajuda Humanitária (Ocha), o acesso seguro ao mar pelos pescadores permanece um desafio, sem autorização para a pesca. Da mesma forma, a entrada de insumos agrícolas continua sob severas restrições. O Ocha também destacou que 23 solicitações, feitas por nove agências de ajuda humanitária para entregar cerca de 4.000 paletes de suprimentos de abrigo urgentes, foram rejeitadas por autoridades israelenses. Adicionalmente, nenhuma ajuda conseguiu chegar diretamente ao norte de Gaza por qualquer passagem setentrional há 57 dias.

Cessar-Fogo em Gaza: 271 Palestinos Mortos em um Mês - Imagem do artigo original

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br

Demanda por Reféns e o Futuro de Gaza

Do lado israelense, o governo de Tel Aviv também expressa fortes reivindicações, particularmente a devolução dos restos mortais de quatro reféns capturados em 7 de outubro de 2023. O Ministro da Defesa de Israel, Israel Kartz, reiterou que um objetivo primordial é a destruição total dos túneis do Hamas em Gaza. Kartz enfatizou que Israel continuará a agir com vigor para alcançar seus objetivos na Faixa de Gaza, que incluem não apenas o retorno de todos os reféns mortos e a erradicação dos túneis, mas também a desmilitarização completa da região.

Em resposta, o Hamas argumenta que a infraestrutura massivamente destruída em Gaza, aliada à carência de equipamentos de escavação adequados, dificultou a localização dos restos mortais de todos os reféns. Apesar desses desafios, o Movimento comunicou ter encontrado 24 dos 28 corpos e, por meio de mediadores e da Cruz Vermelha, já teria fornecido as coordenadas para a localização dos outros corpos em áreas controladas pelas forças de ocupação israelenses. O grupo palestino assegurou que seus esforços intensivos para localizar os demais corpos estão em curso.

Este cenário de acusação e contra-acusação, combinado com a persistência da violência e a dificuldade na entrega de ajuda humanitária, mostra a complexidade da situação em Gaza. Enquanto ambas as partes reportam e reagem a violações do cessar-fogo e se articulam para alcançar seus objetivos, a população civil permanece no centro de uma crise que exige uma resolução efetiva e duradoura. Para compreender mais profundamente os aspectos políticos e os desafios enfrentados na região, siga explorando as matérias da nossa editoria dedicada ao tema.

Confira também: Imoveis em Rio das Ostras

Para acompanhar os desenvolvimentos mais recentes do conflito na Faixa de Gaza e entender as implicações das decisões políticas para a região, continue conectado em nossa editoria de Política. Lá você encontrará análises detalhadas, reportagens e atualizações que enriquecerão sua compreensão sobre este e outros temas internacionais cruciais.

Crédito da imagem: Reuters/Stringer/Proibida reprodução

Deixe um comentário