A tensão na região caribenha e no Oceano Pacífico se eleva com o intensificar do cerco militar EUA Venezuela. As ações, iniciadas após o governo de Donald Trump anunciar uma operação focada no combate ao que denominou “narcoterrorismo”, demonstram um significativo aumento da presença naval e aérea estadunidense nas proximidades da nação sul-americana desde agosto.
Oficiais dos Estados Unidos, em declarações à imprensa, têm apontado que a operação possui o objetivo implícito de remover Nicolás Maduro do poder. Essa escalada ganhou tração com o deslocamento do maior porta-aviões do mundo para a bacia do Caribe, acompanhado de outras embarcações de guerra e aeronaves estratégicas.
A situação é crítica, com diversas forças armadas se movimentando em um cenário de declarações firmes e respostas igualmente incisivas. A análise do cenário revela um momento decisivo para a geopolítica da região e para as
Cerco Militar EUA Venezuela: Navios e Caças Próximos
em andamento, delineando um quadro complexo de pressões militares e estratégias de dissuasão.
A Justificativa Oficial e as Acusações dos EUA
Em um período de pouco mais de um mês, os Estados Unidos reportaram o ataque a dezoito embarcações no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico, resultando na morte de setenta indivíduos. Segundo o comando militar norte-americano, as embarcações estavam ligadas a “organizações narcoterroristas”. Essa operação de combate ao tráfico ilícito de entorpecentes começou em meio a um aumento significativo da recompensa por informações que pudessem levar à captura ou condenação de Nicolás Maduro, duplicada para US$ 50 milhões.
O governo dos EUA acusa Maduro de liderar o denominado Cartel de los Soles, um grupo recentemente classificado como organização terrorista internacional. Essa designação permite que os Estados Unidos considerem o líder venezuelano um alvo legítimo no contexto de ações militares contra os cartéis. Donald Trump, à época, frequentemente justificava as ofensivas afirmando que cada embarcação bombardeada representava a salvação de vinte e cinco mil vidas americanas. O então presidente também expressou intenção de conduzir ataques terrestres contra grupos de tráfico de drogas, sem especificar as nações alvo, declarando: “Bem, não acho que vamos necessariamente pedir uma declaração de guerra. Acho que vamos apenas matar as pessoas que estão trazendo drogas para o nosso país. Certo? Vamos matá-las.”
Grandes veículos de comunicação têm analisado as implicações dessa postura. O jornal “The New York Times” informou que Trump dispunha de várias opções militares sobre a mesa, incluindo investidas contra autoridades venezuelanas e estratégias para controlar as reservas petrolíferas do país. Enquanto isso, a revista “The Atlantic” reportava que Maduro poderia estar inclinado a negociar sua saída do poder, desde que lhe fossem concedidas anistia e garantias de segurança para viver no exílio. As relações históricas entre os Estados Unidos e a Venezuela, com frequentes atritos e tensões diplomáticas, fornecem um pano de fundo complexo para essas operações militares. Para uma compreensão mais aprofundada das dinâmicas bilaterais e da política externa, consulte o artigo sobre Relações entre Estados Unidos e Venezuela na Wikipédia, que aborda os desafios e os momentos cruciais entre os dois países.
O Reforço Militar Aéreo e Naval Próximo à Venezuela
Desde o fim de agosto, os EUA ampliaram sua presença militar, enviando diversos navios de guerra para o Mar do Caribe, acompanhados de um submarino nuclear de última geração. Em um desdobramento posterior, caças foram mobilizados para Porto Rico, território americano estratégico na região caribenha. A mobilização de tropas e equipamentos de alta capacidade reflete a intensificação da pressão militar sobre Caracas.
Há cerca de duas semanas do relato original, bombardeiros americanos foram observados em sobrevoos na Região de Informação de Voo (FIR) da Venezuela, uma área que, embora externa ao território nacional, se situa muito próxima da costa venezuelana e está sob sua jurisdição para fins de controle de tráfego aéreo. Adicionalmente, helicópteros militares da renomada unidade de elite conhecida como “Night Stalkers” foram avistados na mesma região. Este grupo de elite, que desempenhou um papel crucial na operação que eliminou Osama Bin Laden em 2011, é especializado em missões secretas e de alto risco.
Complementando este robusto cerco militar EUA Venezuela, os Estados Unidos mantêm uma rede de bases militares espalhadas pela região do Caribe e América Central, além de estruturas de segurança cooperativa instaladas em aeroportos de países aliados. Dois desses pontos estratégicos encontram-se a menos de cem quilômetros da costa venezuelana, intensificando a capacidade de monitoramento e resposta rápida dos EUA.
Poder de Fogo Aéreo: A Atuação dos Bombardeiros B-52
No dia 15 de outubro, três bombardeiros B-52 realizaram um voo próximo à Região de Informação de Voo (FIR) da Venezuela. Essa área, apesar de não pertencer diretamente ao território venezuelano, está sob sua jurisdição no que diz respeito ao controle de espaço aéreo, o que exige a identificação de aeronaves. Fabricados pela Boeing, os B-52 são conhecidos por sua capacidade de ataques nucleares e são considerados a espinha dorsal da frota de bombardeiros estratégicos americanos. Essas aeronaves possuem a notável habilidade de voar por mais de 14 mil quilômetros sem a necessidade de reabastecimento e são equipadas com armas de alta precisão, conferindo-lhes um alcance e poder de fogo incomparáveis.

Imagem: g1.globo.com
Em entrevista ao g1, à época do sobrevoo, Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pela UERJ (Iuperj) e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, analisou a manobra. Santoro interpretou o evento como uma “provocação política” com a intenção de sinalizar a capacidade dos EUA de penetrar no espaço aéreo venezuelano. Além disso, destacou o objetivo militar da ação, servindo como treinamento para as tripulações e um ensaio geral para futuros bombardeios, ao mesmo tempo que testa as defesas aéreas da Venezuela.
Força Naval: A Chegada do USS Gerald R. Ford e sua Esquadra
Em 24 de outubro, o governo Trump anunciou o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford para o Mar do Caribe. Este gigante é reconhecido como o maior porta-aviões do planeta e o mais moderno da Marinha dos Estados Unidos. Ele partiu acompanhado de um poderoso grupo de ataque que incluía três destróieres, múltiplos esquadrões de caças F-18 e diversos helicópteros.
Com a capacidade de abrigar até noventa aeronaves, entre caças e helicópteros, o USS Gerald R. Ford é uma plataforma de poder aéreo e naval incomparável. Sua pista de pouso e decolagem possui uma extensão que ultrapassa em três vezes a área do gramado do Estádio do Maracanã, evidenciando a grandiosidade de sua engenharia. A última atualização, datada de 4 de novembro, indicava que a embarcação estava transitando do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico. O Pentágono, em comunicado oficial, afirmou que a missão principal desse grupo de ataque na região é fortalecer as capacidades já existentes para interromper o tráfico de drogas e, progressivamente, desmantelar os cartéis latino-americanos.
O Cerco Marítimo Adicional no Caribe
Além do portentoso USS Gerald R. Ford, os EUA já haviam direcionado uma significativa frota naval para a região do Caribe em agosto, composta por sete navios de guerra e um submarino nuclear de propulsão avançada. Esta composição, que integra o robusto cerco militar EUA Venezuela, é formada por:
- Três Destróieres: Os modelos USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson, navios de guerra que, embora menores que cruzadores, destacam-se pela velocidade e agilidade, e podem ser equipados com mísseis de precisão.
- Dois Navios-Docas: O USS San Antonio e o USS Fort Lauderdale, essenciais para o transporte de fuzileiros navais, veículos e equipamentos pesados, além de oferecerem apoio logístico vital a operações anfíbias.
- Um Cruzador de Mísseis: O USS Lake Erie, projetado primariamente para defesa aérea e antimísseis, integrando um avançado sistema de combate para a proteção da frota.
- Um Navio de Assalto Anfíbio: O USS Iwo Jima, versátil embarcação capaz de operar aeronaves de decolagem curta e pouso vertical, além de realizar o desembarque de tropas e veículos em zonas costeiras.
- Um Submarino Nuclear: O USS Newport News, uma unidade de alta capacidade tática, apto a engajar navios e submarinos adversários, bem como executar ataques de precisão em terra utilizando torpedos e mísseis.
Diplomacia e Reações Internacionais
No cenário diplomático, a crescente tensão gerou repercussões significativas. Segundo o chanceler brasileiro Mauro Vieira, o presidente Lula pretendia expressar solidariedade regional à Venezuela durante o encontro da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE) agendado para aquele domingo, dia 9 de novembro. Lula, inclusive, já havia oferecido seus préstimos como mediador em um possível diálogo entre os EUA e a Venezuela, em reunião anterior com Donald Trump, em outubro. Enquanto isso, a Rússia, aliada tradicional da Venezuela, manifestou prontidão para auxiliar Caracas na escalada de tensão contra Washington, adicionando uma camada extra de complexidade ao cenário geopolítico.
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Em suma, o cerco militar EUA Venezuela representa um ponto de virada nas relações internacionais da América Latina, envolvendo operações navais e aéreas de grande escala, acusações de narcoterrorismo e intensas movimentações diplomáticas. As justificativas dos Estados Unidos e as reações de nações como o Brasil e a Rússia desenham um panorama de escalada e busca por influência. Continue explorando nossos conteúdos e análises detalhadas sobre política internacional e conflitos regionais, visitando a categoria de Política em nosso blog, onde você encontrará as últimas atualizações e aprofundamentos sobre temas globais. Não perca os próximos capítulos dessa complexa história!
Crédito da Imagem: Dhara Assis/Arte g1; Equipe de arte/g1; Gui Sousa/Arte g1; Alyssa Joy/Marinha dos Estados Unidos


