Artigos Relacionados

📚 Continue Lendo

Mais artigos do nosso blog

PUBLICIDADE

Centrão e Tarcísio intensificam movimentos pela anistia de Bolsonaro para viabilizar candidatura em 2026

Facebook Twitter Pinterest LinkedInNos bastidores da política brasileira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e lideranças proeminentes do Centrão têm ampliado publicamente seus esforços e discursos em favor da anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa mobilização ocorre em um período de grande efervescência política, precisamente quando o Supremo Tribunal Federal (STF) … Ler mais

Nos bastidores da política brasileira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e lideranças proeminentes do Centrão têm ampliado publicamente seus esforços e discursos em favor da anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa mobilização ocorre em um período de grande efervescência política, precisamente quando o Supremo Tribunal Federal (STF) dá início ao julgamento do ex-mandatário por ações classificadas como golpistas, a partir desta semana. Essa anistia é vista como um passo crucial para solidificar o apoio de Bolsonaro a uma eventual candidatura presidencial de Tarcísio em 2026.

A motivação por trás dessa escalada de articulações e declarações não é unilateral. De acordo com deputados integrantes do bloco do Centrão, essa intensificação é uma resposta direta às críticas proferidas pela família do ex-presidente. Os filhos de Bolsonaro, em particular, têm publicamente acusado esses políticos de estarem unicamente focados em disputar o espólio eleitoral deixado pelo ex-presidente, sem demonstrarem um empenho real e substancial para tirá-lo de uma possível condenação. O “gesto” pela anistia, portanto, surge como uma estratégia política vital para assegurar a viabilidade da candidatura do governador de São Paulo à Presidência da República no próximo ciclo eleitoral, um cenário que, no entender de muitos, depende fundamentalmente do aval e da benção de Jair Bolsonaro.

👉 Leia também: Guia completo de Noticia

Tarcísio de Freitas, uma figura em ascensão no cenário político, tem se posicionado como o principal porta-voz e articulador da demanda pela anistia. Em um movimento estratégico na terça-feira (2), coincidentemente o primeiro dia do julgamento de Bolsonaro na suprema corte, o governador deslocou-se para Brasília. Lá, ele cumpriu uma agenda intensa que incluía reuniões focadas especificamente na questão da anistia, com figuras-chave do Congresso. Entre os encontros agendados estavam conversas com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI). Essas reuniões sublinham a seriedade e a prioridade que Tarcísio e o Centrão atribuem a essa pauta.

Na véspera dessas reuniões em Brasília, o governador de São Paulo teve um café da manhã de trabalho com o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP). Durante esse encontro, o tema da anistia também foi amplamente discutido e, inclusive, foi explicitamente mencionado em uma publicação feita nas redes sociais do político, evidenciando a publicidade dada à pauta. Tanto Ciro Nogueira quanto Marcos Pereira, importantes líderes de seus respectivos partidos e com grande influência no Congresso Nacional, manifestaram-se abertamente em defesa da concessão de anistia ao ex-presidente. Este alinhamento de lideranças políticas robustece a articulação em torno da proposta, buscando ampliar a base de apoio dentro do parlamento.

Na mesma terça-feira (2) em que o julgamento de Bolsonaro foi iniciado, a capital federal foi palco de uma reunião significativa que concentrou importantes nomes do cenário político nacional. O encontro aconteceu na sede do Partido Liberal (PL) e reuniu o presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto; o presidente do União Brasil, Antônio Rueda; e novamente o senador Ciro Nogueira (PP-PI). O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), também esteve presente na ocasião. Questionado sobre os tópicos da discussão, Marinho confirmou que foram abordadas “agendas parlamentares, inclusive essa [da anistia]”, indicando a centralidade do tema nas articulações dos partidos de direita e centro-direita. Essa coordenação simultânea aos eventos no STF ressalta a pressão exercida para que a questão seja tratada em diversas frentes.

No âmbito do Centrão, o engajamento ativo em prol da anistia de Jair Bolsonaro serve a um propósito estratégico maior. Para o grupo, essa atuação representa uma oportunidade para “cacifar-se”, ou seja, ganhar maior influência e assegurar mais espaço dentro de uma futura chapa presidencial. O senador Ciro Nogueira, por exemplo, não esconde sua aspiração de compor a chapa como vice de Tarcísio de Freitas em 2026. Esse sonho é nutrido com a perspectiva de um apoio formal da federação formada por União Brasil e PP, solidificando sua posição na futura disputa.

O governador Tarcísio de Freitas emergiu como o nome preferencial para concorrer ao Palácio do Planalto no próximo ano, recebendo o apoio de um influente bloco de partidos que inclui PP, União Brasil, PL e Republicanos. Contudo, Tarcísio e o Centrão têm sido alvo constante de críticas e ataques por parte dos filhos de Jair Bolsonaro, à medida que se torna cada vez mais evidente o plano de consolidar o governador como o principal herdeiro político da direita. Mensagens divulgadas publicamente revelaram os esforços da família Bolsonaro para manter o controle sobre o “espólio político” do ex-presidente, que atualmente se encontra inelegível e sob forte pressão para endossar Tarcísio. A bênção de Bolsonaro é, neste momento, uma condição de peso para que o governador cogite trocar uma provável reeleição em São Paulo, onde é amplamente favorito, por uma disputa presidencial que, conforme indicam as pesquisas atuais, seria bastante acirrada contra o presidente Lula (PT).

Para contextualizar as complexas relações e estratégias:

Em reuniões-chave na sede do PL, a discussão se concentrou em “agendas parlamentares, inclusive essa [da anistia]”, conforme afirmou Rogério Marinho, líder da oposição no Senado. A coordenação desses encontros, enquanto o STF analisava o caso Bolsonaro, evidencia a prioridade política do tema.

A seguir, uma tabela para elucidar os principais atores e suas posições:

Atores e Posicionamentos na Busca pela Anistia

Ator PolíticoPartido/Cargo AtualPosição sobre AnistiaImplicação na Corrida de 2026
Tarcísio de FreitasRepublicanos / Governador de SPFavorável, inclusive com ideia de indulto presidencialEssencial para garantir apoio de Jair Bolsonaro e sua base eleitoral
Jair BolsonaroPL / Ex-presidente (inelegível)Indiretamente beneficiado, livrando-o de prisãoSua “bênção” política é vista como crucial para Tarcísio
Hugo MottaRepublicanos / Presidente da CâmaraDefende o avanço do tema, mas com ressalvas a propostas “amplas e irrestritas”Gerenciamento da pauta legislativa e sua agenda própria
Ciro NogueiraPP / Senador, Presidente do PPFavorável, participando ativamente das articulaçõesAspira à vice-presidência na chapa de Tarcísio
Marcos PereiraRepublicanos / Deputado, Presidente do RepublicanosFavorável, articulador no CentrãoAlinhamento estratégico do partido e da coalizão
Valdemar Costa NetoPL / Presidente do PLParticipante das articulações pró-anistiaEnvolvido diretamente nas decisões futuras do partido e na sucessão da direita
Rogério MarinhoPL / Senador, Líder da Oposição no SenadoParticipante de reuniões para tratar da anistiaArticulador legislativo em nome da bancada e base bolsonarista

Nesse sentido, impulsionar a anistia seria a resposta concreta à crítica de que os partidos teriam “abandonado” o ex-presidente, preocupando-se apenas com a próxima eleição. Deputados do Centrão reforçam o argumento de que o perdão político a Bolsonaro representaria a maneira mais contundente de demonstrar lealdade e comprometimento. Ao atender à maior preocupação do ex-presidente – a possibilidade de não ser preso –, esses parlamentares esperam que Bolsonaro se sinta mais à vontade e inclinado a apoiar publicamente Tarcísio de Freitas na disputa presidencial. É importante ressaltar que, na visão desses políticos do Centrão, a anistia não teria o poder de reverter a inelegibilidade de Bolsonaro, ou seja, ele continuaria impossibilitado de concorrer a cargos eletivos, mas seria livrado de penas de prisão.

A expectativa é que a atuação conjunta e incisiva em prol da liberdade do ex-presidente possa acalmar os ânimos da família Bolsonaro. Tal estratégia visaria a abrir um caminho mais suave para o governador Tarcísio no momento em que um dos filhos do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), sinaliza com a ameaça de deixar o PL e lançar sua própria candidatura ao Palácio do Planalto, uma medida vista como reação direta à articulação política em torno de Tarcísio. Esse movimento demonstra a complexidade da teia de lealdades e aspirações dentro do campo da direita.

Tarcísio de Freitas, por sua vez, tem reiteradamente negado qualquer intenção imediata de concorrer à Presidência da República em 2026, focando seus discursos na importância da anistia como um instrumento para a pacificação do país. Segundo ele, essa medida seria uma “porta de saída” para a crise institucional e política entre os Poderes. Em uma declaração proferida na sexta-feira (29) da semana anterior, o governador foi ainda mais longe ao afirmar que, caso viesse a ser eleito presidente, seu primeiro ato oficial seria a concessão de um indulto a Jair Bolsonaro. Tal promessa sublinha seu compromisso público com a questão.

Em paralelo, alguns líderes partidários e aliados de Hugo Motta defendem que a aprovação da anistia no Congresso poderia destrancar a pauta legislativa, permitindo que a Câmara avançasse em medidas de grande impacto social e econômico, como a isenção do Imposto de Renda, tema de constante debate. Além disso, essa movimentação abriria espaço para o próprio presidente da Casa estabelecer uma agenda legislativa com maior autonomia e visibilidade, consolidando sua liderança e demonstrando capacidade de pautar discussões relevantes.

No entanto, a avaliação predominante no Congresso é que uma proposta de anistia que seja “ampla, geral e irrestrita”, como desejam os apoiadores mais fervorosos do bolsonarismo, não detém o apoio da maioria dos deputados. Até o presente momento, sequer existe um texto legislativo claro e definitivo para essa proposta. O próprio Hugo Motta, por exemplo, já manifestou publicamente que não há ambiente político para anistiar indivíduos que tenham planejado ações com desígnios de morte, fazendo uma clara referência a supostos planos golpistas que visavam assassinar figuras como Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes.

Parlamentares da esquerda e ministros do Poder Executivo expressam a expectativa de que o presidente da Câmara, Hugo Motta, barraria qualquer tentativa de discutir a anistia em plenário enquanto o julgamento de Bolsonaro estiver em andamento no STF. Essa medida seria estratégica para evitar um confronto direto com a Suprema Corte e preservar a institucionalidade.

Nas últimas semanas, a articulação em torno da anistia intensificou-se ainda mais. Tarcísio de Freitas e Ciro Nogueira foram vistos pleiteando veementemente que o processo de anistia avançasse no Congresso. Uma declaração do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, foi avaliada positivamente por esses políticos. Barroso afirmou que uma anistia antes do julgamento seria impossível, mas após a conclusão, passaria a ser “uma questão política”. O julgamento de Bolsonaro, conforme cronograma, está previsto para ser finalizado na próxima sexta-feira, dia 12. O governador reiterou a importância da medida para dirigentes do Centrão em suas visitas a Brasília em agosto, e em um evento do Republicanos na semana anterior, Tarcísio fez um discurso público onde cobrou a anistia ao falar em “gestos de pacificação”, com Motta presente na plateia.

Cardeais do Centrão e lideranças do PL fecharam um acordo importante que surgiu após o que foi descrito como um “motim bolsonarista” no plenário da Câmara, cujo objetivo era pressionar pela anistia. Esse acordo prevê alavancar propostas de interesse do Centrão, como as PECs (Propostas de Emenda à Constituição) que visam à “blindagem” parlamentar e ao fim do foro especial. O argumento utilizado para garantir o engajamento e embarque bolsonarista nessas PECs foi o de que a aprovação dessas medidas, num primeiro momento, pavimentaria o caminho para a anistia em seguida. A lógica é que isso acabaria com o que classificam como “chantagem do Supremo sobre o Congresso”. É relevante destacar que uma PEC exige o voto de 308 dos 513 deputados para ser aprovada, denotando a necessidade de uma ampla maioria.

📌 Confira também:

📌 Confira também: artigo especial sobre redatorprofissiona

O acerto inicial entre PP, União Brasil e PL, negociado na sala do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), vem enfrentando obstáculos. Essas propostas de alteração constitucional buscam dificultar processos contra parlamentares no STF e têm encontrado forte oposição por parte da sociedade civil. Além disso, partidos de esquerda e o próprio relator da PEC expressaram recusa em abraçar medidas que consideram radicais e que teriam sido originalmente sugeridas por alguns deputados do Centrão. Diante desses percalços, até o PL, partido que inicialmente defendia essas medidas com maior ênfase, mostrou sinais de recuo. Na quinta-feira (28), o líder da sigla na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou publicamente que a anistia, e não mais as PECs de blindagem, seria a principal prioridade da bancada do PL na Câmara, redefinindo a estratégia do grupo político.

Com informações de Folha de S.Paulo

Centrão e Tarcísio intensificam movimentos pela anistia de Bolsonaro para viabilizar candidatura em 2026 - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

Links Externos

🔗 Links Úteis

Recursos externos recomendados

Leia mais

PUBLICIDADE

Plataforma de Gestão de Consentimento by Real Cookie Banner
Share via
Share via