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CDBs Banco Master Pressionam FGC com Juros Altos

As negociações intensas de CDBs do Banco Master no mercado secundário estão exercendo crescente pressão sobre o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Este fundo atua como salvaguarda para investidores no sistema financeiro, oferecendo cobertura de até R$ 250 mil por Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) em caso de […]

As negociações intensas de CDBs do Banco Master no mercado secundário estão exercendo crescente pressão sobre o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Este fundo atua como salvaguarda para investidores no sistema financeiro, oferecendo cobertura de até R$ 250 mil por Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) em caso de insolvência ou liquidação de uma instituição. O volume de operações recentes envolvendo os títulos do banco tem elevado o debate sobre a real capacidade do FGC de honrar compromissos.

A dinâmica atual no mercado envolve detentores de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) do Banco Master que possuem aplicações acima do limite de garantia do FGC. Estes investidores têm optado por vender seus títulos de renda fixa, emitidos pelo banco controlado por Daniel Vorcaro, para outros participantes no mercado secundário. Em contrapartida, os compradores dessas operações geralmente realizam aquisições que não ultrapassam o teto de R$ 250 mil, buscando assim assegurar a proteção do Fundo Garantidor de Créditos. Esta estratégia, na prática, aumenta o número de segurados e, consequentemente, a exposição do FGC, ampliando a responsabilidade do fundo no cenário de uma eventual liquidação por parte do Banco Central.

CDBs Banco Master Pressionam FGC com Juros Altos

Essa intensa movimentação no mercado secundário tem gerado desconforto entre os principais contribuintes do FGC, que são os grandes bancos brasileiros. O impasse em relação à situação do Banco Master se acentua, com o FGC expressando relutância em disponibilizar novos empréstimos à instituição. Fontes próximas às discussões indicam que a liquidação do banco pelo Banco Central é vista com uma possibilidade cada vez mais concreta, refletindo a urgência da busca por soluções.

A materialização da liquidação está condicionada à eventual inadimplência do Master. O Banco Central somente adotará essa medida drástica caso a falta de pagamentos seja efetivamente comprovada, o que depende diretamente da disponibilidade de caixa do banco. A situação financeira do Master exige atenção, especialmente para os próximos meses, conforme apuração da Folha junto a fontes anônimas que acompanham o caso. A instituição necessita de aproximadamente R$ 300 milhões em outubro de 2025 para assegurar o fluxo de pagamentos de seus CDBs. Adicionalmente, estima-se que será preciso cerca de R$ 1 bilhão para cobrir vencimentos nos meses de novembro e dezembro do mesmo ano.

Procurado para comentar sobre o cenário, o Banco Master não se manifestou, enquanto o FGC, por sua vez, informou que não comenta situações específicas envolvendo instituições financeiras. Para mais informações sobre o papel e funcionamento do FGC, é possível consultar o site oficial da entidade, que detalha seus mecanismos de proteção ao investidor financeiro. Conheça o Fundo Garantidor de Créditos.

Rentabilidades Incomuns nos CDBs do Banco Master

O nível de atratividade dos CDBs do Master no mercado secundário é evidenciado pelas rentabilidades oferecidas. Nas plataformas de corretoras como a XP Investimentos, os CDBs emitidos pelo Banco Master têm sido negociados com taxas que chegam a 25,50% ao ano, IPCA + 21% e CDI + 11%. Esses patamares de retorno estão consideravelmente acima da média do mercado, conforme dados divulgados pela plataforma Quantum Finance.

Ao final de setembro, o retorno médio para CDBs prefixados situava-se em 13,73%. Para os títulos atrelados à inflação (IPCA), a média era de IPCA + 8,11%, e para os que acompanham a taxa DI (CDI), a rentabilidade era de aproximadamente 99,8% do CDI. Os dados do marketplace de investimentos Meelion, que acompanha diariamente mais de 2.500 produtos de renda fixa, reforçam essa disparidade, indicando que as rentabilidades dos papéis do Master podem ser até 1.300% superiores ao restante do mercado financeiro, refletindo o alto risco percebido e a urgência do banco por liquidez.

Críticas e Cenários de Cartões de Crédito

Diante dessa conjuntura, surgem críticas em relação à fluidez do mercado secundário para os CDBs do Banco Master. Alguns defensores de uma atuação mais rigorosa do Banco Central sugerem a necessidade de interrupção dessas negociações para conter a pressão sobre o FGC e o sistema como um todo. Contudo, Atahualpa Padilha, economista e advogado do Benício Advogados, pondera que a proibição da comercialização de ativos no mercado secundário somente seria legalmente possível por meio de uma decisão judicial competente. Padilha acrescenta ainda que os CDBs em questão podem, com o tempo, ser classificados como “ativos tóxicos”, perdendo a liquidez e o interesse dos compradores.

CDBs Banco Master Pressionam FGC com Juros Altos - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

Paralelamente aos desafios de liquidez decorrentes dos depósitos a prazo, o Banco Master também enfrenta pressões de outras frentes. As bandeiras de cartão de crédito Visa e Mastercard teriam solicitado garantias adicionais à instituição. O principal receio das bandeiras é que, em um eventual cenário de liquidação do Banco Master, os pagamentos destinados a outras empresas de cartão de crédito e, até mesmo, a lojistas possam ser seriamente comprometidos. A preocupação estende-se também aos consumidores, que poderiam se sentir desmotivados a honrar faturas de cartão de crédito caso o banco enfrentasse uma falência declarada.

A Visa optou por não emitir comentários sobre o assunto quando procurada. A Mastercard, por sua vez, não retornou as solicitações de esclarecimento até a última atualização da presente reportagem.

A Venda do Will Bank e o Caso Luciano Huck

Em um desdobramento que poderia aliviar a situação do Banco Master, o Will Bank, subsidiária do Master, foi objeto de interesse de compra. No entanto, um grupo de investidores que incluía o apresentador da Rede Globo, Luciano Huck, e a gestora de fundos de private equity EB Capital, desistiu da aquisição. A decisão ocorreu após cerca de duas semanas de análise do ativo, conforme informações divulgadas previamente pelo jornal O Globo e confirmadas por fonte familiarizada com o processo.

Apesar da retirada de Huck e da EB Capital, ainda persistem negociações com outros potenciais interessados no Will Bank. Uma fonte distinta revelou que, além de Huck, pelo menos outros três investidores analisavam o ativo. Entre eles, figuravam um fundo estrangeiro de private equity e o Banco de Brasília (BRB), conforme matéria publicada na semana anterior. Huck e a EB Capital preferiram não comentar sobre a desistência da negociação.

A concretização da venda do Will Bank representaria um alívio financeiro significativo, capaz de reduzir o passivo do Banco Master e contribuir para sua estabilidade. Recentemente, para atender à demanda de depósitos, o Master recorreu a uma linha emergencial de crédito de R$ 4,5 bilhões junto ao FGC, cujo vencimento ocorreu em 1º de outubro de 2025.

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A intensa movimentação dos CDBs do Banco Master no mercado secundário sinaliza um período de elevada tensão para a instituição e para o FGC, com discussões que abrangem desde a sustentabilidade financeira do banco até os possíveis impactos em todo o sistema financeiro. Para aprofundar seu conhecimento sobre o mercado de capitais e suas regulamentações, continue acompanhando a nossa editoria de Economia, onde apresentamos análises e notícias relevantes.

Crédito da imagem: Banco Master/Divulgação

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