Casos de Intoxicação por Metanol em SP Chegam a 102, alerta Saúde
A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo divulgou um novo balanço nesta sexta-feira (3), atualizando para 102 o total de casos, entre suspeitos e confirmados, de intoxicação por metanol no estado. As ocorrências, que incluem mortes, evidenciam a crescente preocupação com a segurança das bebidas consumidas no território paulista.
Casos de Intoxicação por Metanol em SP Chegam a 102
Atualmente, 91 casos estão sob investigação, dos quais oito resultaram em óbito, com cinco registrados na capital, dois em São Bernardo do Campo e um em Cajuru. Além disso, 11 casos já foram oficialmente confirmados, incluindo uma morte na cidade de São Paulo, destacando a gravidade da situação.
O metanol, um tipo de álcool industrialmente empregado na fabricação de solventes e diversos produtos químicos, representa um grave perigo ao ser ingerido. Sua ação inicial compromete o fígado, que o metaboliza em substâncias altamente tóxicas. Essas toxinas atacam a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo desencadear sequelas como cegueira permanente, coma profundo e até mesmo o óbito. Insuficiência pulmonar e renal são outras complicações severas associadas à intoxicação por metanol. Para saber mais sobre intoxicações exógenas e substâncias tóxicas, acesse o guia do Ministério da Saúde: Intoxicações Exógenas.
Embora as autoridades não tenham divulgado formalmente as identidades das vítimas da intoxicação por metanol, diversos relatos têm emergido, revelando a extensão do impacto nas vidas de cidadãos. As histórias a seguir ilustram as consequências devastadoras do consumo de bebidas adulteradas e a luta das famílias paulistas contra este grave problema de saúde pública.
Impacto Severo: Vítimas de Metanol Compartilham suas Histórias
Um dos casos mais alarmantes é o de Rafael Anjos Martins, de 28 anos. No dia 30 de agosto, Rafael adquiriu duas garrafas de gin, além de gelo de coco e energético, em uma adega na Cidade Dutra, Zona Sul de São Paulo. Confraternizando com quatro amigos em sua casa, nenhum deles notou que as bebidas estavam adulteradas. Horas após o consumo, Rafael sentiu-se mal e foi internado. Apesar dos procedimentos para eliminar a toxina do sangue, o metanol já havia comprometido seu cérebro e nervo óptico. Desde 1º de setembro, Rafael está em coma na UTI de um hospital em Osasco, respirando com auxílio de aparelhos. Seus amigos, que ingeriram menor quantidade da bebida, também sofreram, como Nathalia Carozzi Gama, que teve a visão afetada e relatou à TV Globo sintomas como “muito contraste e muita falta de ar, com mal-estar, um peso no corpo”, sendo posteriormente confirmado o metanol em seu organismo.
Em um episódio igualmente trágico, a designer de interiores Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão após beber três caipirinhas com vodca no bar Ministrão, na Alameda Lorena, área nobre da capital. O estabelecimento foi prontamente interditado pela polícia, que apreendeu aproximadamente 100 garrafas de destilados suspeitos de adulteração. Internada na UTI com convulsões e precisando de intubação, Radharani recebeu alta para o quarto em 29 de setembro, mas permanece sem enxergar. “Era uma região nobre, não era nenhum boteco de esquina. Causou um estrago bem grande. Não estou enxergando nada”, desabafou ao Fantástico. Sua irmã, Lalita Domingos, aguarda a recuperação e o oftalmologista segue buscando reverter o quadro.

Imagem: g1.globo.com
Na Grande São Paulo, Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, passou mal após um show de pagode em um bar de São Bernardo do Campo no domingo, 28 de setembro. Após consumir um combo de vodca com suco de pêssego, Bruna apresentou dor intensa, falta de ar e visão turva. Seu estado se agravou na UPA local, culminando em sua transferência entubada para o Hospital de Clínicas de São Bernardo, onde se encontra grave. O namorado de Bruna também foi internado com sintomas similares. A família expressou choque e incerteza: “Ela estava feliz, se divertindo, e agora a gente não sabe como vai ser daqui para frente.”
O caso de Wesley Pereira, de 31 anos, iniciou em agosto, quando consumiu whisky em uma festa na Zona Sul da capital. Horas depois, entrou em coma e foi internado no Hospital do Campo Limpo. As complicações foram severas: pneumonia por broncoaspiração, insuficiência renal e um Acidente Vascular Cerebral (AVC) quando a sedação foi reduzida. A irmã, Sheilene Pereira Neves, confirmou o pior: “Ele perdeu a visão e a vida dele nunca mais vai ser a mesma.” Wesley continua em tratamento intensivo para superar as sequelas da intoxicação por metanol.
Um desfecho fatal vitimou o advogado e empresário Marcelo Lombardi, de 45 anos, morador da Zona Sul de São Paulo. Ele faleceu após ingerir uma garrafa de vodca adulterada, comprada em uma adega e consumida em casa. Na manhã seguinte, acordou desorientado e sem visão. Levado ao hospital, sofreu parada cardiorrespiratória e falência múltipla dos órgãos. O atestado de óbito confirmou o metanol como causa da intoxicação. Marcelo, casado e “o pilar da família”, deixou um vazio imenso, segundo a irmã: “Perdemos a nossa base”.
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Esses relatos de casos de intoxicação por metanol evidenciam a urgente necessidade de fiscalização e conscientização sobre os riscos de bebidas adulteradas, reforçando a importância de consumir produtos com procedência garantida para evitar novas tragédias. Para mais notícias e análises sobre temas de interesse público, segurança sanitária e acontecimentos urbanos em São Paulo e outras localidades, continue acompanhando a seção de Cidades em nosso portal.
Crédito da imagem: Montagem/g1/Reprodução
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