Carreta com Ácido Sulfúrico Emerge de Rio após Queda de Ponte
A aguardada retirada de uma carreta com ácido sulfúrico do Rio Tocantins, submersa desde o colapso da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, concretizou-se neste sábado (18). As complexas operações de resgate, que envolviam mergulhadores e o uso de balões de reflutuação, foram cruciais devido à natureza perigosa do material transportado e à profundidade em que o veículo se encontrava. O desabamento da estrutura ocorreu em 24 de dezembro de 2024, desencadeando uma das maiores tragédias na infraestrutura de transportes da região.
Imagens divulgadas do local capturaram o momento exato em que o veículo pesado, transportando a carga corrosiva, emergiu lentamente da superfície da água. A cena representa um avanço significativo nas delicadas operações de recuperação, que se estenderam por vários meses e enfrentaram inúmeros desafios. O Rio Tocantins, palco do acidente, presenciou esforços contínuos não apenas para resgatar os veículos, mas também para mitigar os potenciais impactos ambientais causados pelas substâncias químicas.
Carreta com Ácido Sulfúrico Emerge de Rio após Queda de Ponte
A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, uma via crucial que conectava os municípios de Aguiarnópolis, no Tocantins, e Estreito, no Maranhão, através da rodovia BR-226, cedeu por volta das 14h50 daquele fatídico 24 de dezembro de 2024. O acidente resultou em uma tragédia de grandes proporções, contabilizando 14 mortos, 3 desaparecidos e 1 ferido, além da submersão de diversos veículos. A carreta com ácido sulfúrico agora resgatada foi um dos três caminhões que carregavam substâncias químicas, representando um dos maiores desafios do resgate pós-colapso.
A presença de ácido sulfúrico na carga da carreta levantou sérias preocupações ambientais desde o início do incidente. Ainda em janeiro de 2025, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já havia apontado o vazamento do ácido dos tanques submersos. A liberação de tal substância no ecossistema aquático do Rio Tocantins representa uma ameaça considerável à flora, fauna e à qualidade da água, tornando a remoção do veículo e o monitoramento ambiental ações de alta prioridade. Para mais informações sobre a atuação do Ibama na fiscalização e proteção ambiental em território nacional, consulte o site oficial do Governo Federal.
Detalhamento da Operação de Resgate dos Veículos
A complexidade das operações de retirada dos veículos submersos no Rio Tocantins tem sido um ponto chave desde o desastre. Além da carreta de ácido sulfúrico, diversos outros veículos, incluindo caminhões, caminhonetes e carros de passeio, foram parar no leito do rio juntamente com os escombros do vão central da ponte. O trabalho, executado por equipes de mergulhadores especializados, iniciou-se com um mapeamento detalhado da área e extensos estudos técnicos para planejar cada etapa do processo de reflutuação.
Balões de ar comprimido são fixados estrategicamente aos veículos submersos, que são, em seguida, inflados controladamente para fazê-los subir de forma gradual à superfície. Após a emergência da água, grandes guindastes assumem a tarefa de retirar os veículos e seus detritos das margens. A eficácia dessa metodologia já havia sido comprovada em resgates anteriores, dentro do mesmo contexto de acidente. Em 13 de outubro de 2025, por exemplo, um caminhão modelo VOLVO/FH 500 foi retirado do local utilizando técnicas similares. Essa experiência acumulada foi fundamental para o planejamento e sucesso na reflutuação da carreta contendo a perigosa carga de ácido. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) foi procurado pela reportagem para obter informações atualizadas sobre a logística e os desafios da retirada, mas não houve retorno até a última atualização deste conteúdo.
A Tragédia da Ponte JK e o Esforço de Reconstrução Regional
O colapso da Ponte Juscelino Kubitschek foi um evento devastador que deixou marcas profundas na região e na vida dos envolvidos. Relatos da época indicam que, no momento da queda da estrutura, transitavam pelo local duas caminhonetes, um carro de passeio, três motocicletas e quatro caminhões. Conforme apurado, além da carreta de ácido sulfúrico recém-resgatada, outros dois caminhões transportavam a mesma substância, e um carregava agrotóxicos, elevando ainda mais o risco de contaminação e a necessidade de operações de resgate e mitigação de danos ambientais.

Imagem: g1.globo.com
As ações subsequentes ao acidente, além do resgate de vítimas e veículos, incluíram a demolição controlada dos restos da antiga estrutura da ponte, que ocorreu em 2 de fevereiro de 2025. Imediatamente após, tiveram início as obras de reconstrução. O cronograma inicial do DNIT previa que a nova ponte estivesse concluída e fosse entregue ainda em 2025, um indicativo da urgência e da importância estratégica dessa ligação para o transporte e o comércio regional.
O resgate da carreta de ácido sulfúrico simboliza um passo importante na recuperação total do local do desastre, permitindo um monitoramento ambiental mais efetivo e a continuidade dos trabalhos de restauração da BR-226. As comunidades de Aguiarnópolis e Estreito aguardam ansiosamente pela conclusão da nova estrutura, que trará de volta a segurança e a fluidez do tráfego e uma importante reconexão viária.
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Este resgate é mais um capítulo na longa e complexa jornada de superação e reconstrução após o trágico desabamento da ponte. Para acompanhar outras notícias sobre infraestrutura, desastres naturais e os impactos regionais, continue acessando nossa editoria de Cidades em Hora de Começar, onde abordamos os fatos mais relevantes que afetam a vida em Goiás, Tocantins, Maranhão e no Brasil.
Crédito da Imagem: Elias Junior/Divulgação



