Carlos Bolsonaro se Emociona em Homenagem na Alesp por Pai

Economia

Na noite desta sexta-feira, 5 de abril, o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, vivenciou um momento de profunda emoção durante uma sessão solene em sua homenagem na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O filho “02” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi homenageado com o Colar de Honra ao Mérito Legislativo e não conseguiu conter as lágrimas ao assistir a um vídeo que rememorava o episódio do atentado a faca sofrido por seu pai durante a campanha eleitoral de 2018. O evento em questão se transformou em um palco para manifestações de apoio e desabafo por parte do político.

Comovido, Carlos Bolsonaro expressou a dificuldade em articular seus pensamentos diante da emoção avassaladora. “Eu queria nomear um por um, mas minha cabeça está meio perdida”, declarou, visivelmente abalado. Ele continuou, explicando o impacto do momento: “Eu queria que os senhores entendessem essa minha cara de triste. Eu agradeço a vocês porque é uma maneira de desabafar e dormir mais tranquilo.” A solenidade foi marcada não apenas pela homenagem, mas também pela oportunidade para o vereador de externar sentimentos acumulados, especialmente em relação à situação atual de seu genitor.

Carlos Bolsonaro se Emociona em Homenagem na Alesp por Pai

A intensidade com que o vereador reagiu à homenagem e o teor de seu discurso ressaltam as tensões e os desafios enfrentados pela família Bolsonaro. Carlos revelou que seu pai, atualmente cumprindo prisão domiciliar, havia lhe pedido para “trazer energia boa lá de fora”. Ele interpretou a presença das centenas de pessoas no evento como um suporte para essa missão. “Eu vejo aqui centenas de pessoas emanando coisas boas para que eu possa levar até ele”, afirmou, destacando o impacto positivo da reunião de apoiadores.

No decorrer de sua fala, Carlos Bolsonaro abordou de maneira direta as condições do confinamento de seu pai, expressando profunda indignação. “Nos últimos dias pude visitar meu pai uma vez na cadeia. Ele está numa salinha de quatro metros quadrados onde passam uma chave na porta para que ele não possa nem sair no corredor. Quanta desumanidade estão fazendo com ele”, disse o vereador, criticando veementemente o tratamento dispensado ao ex-presidente. A declaração reforça o tom de denúncia e busca por solidariedade para com a situação de Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe.

Um fato notável do evento foi a ausência de qualquer menção por parte de Carlos Bolsonaro sobre o recente anúncio de seu irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que se declarou o escolhido pelo pai para disputar a Presidência da República em 2026. Flávio, que também estava em São Paulo no dia, não compareceu à homenagem, gerando questionamentos sobre a coordenação ou a linha de comunicação dentro do próprio clã político. Esta omissão, dada a relevância da notícia, sugere uma dinâmica interna complexa ou uma estratégia comunicativa específica naquele momento.

Paralelamente à solenidade em São Paulo, Flávio Bolsonaro buscou tranquilizar o mercado após sua autoproclamação como pré-candidato à presidência, que havia gerado reações negativas. Em entrevista ao portal Metrópoles, o senador afirmou que sua candidatura contava com o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), e, crucialmente, com o respaldo total da família. “Ele [Bolsonaro] tem a total confiança, o sangue do sangue dele, os mesmos princípios. E agora está na parte de eu conversar com mais pessoas para que todos entendam que, na verdade, é o projeto que vai ser vitorioso em 2026”, declarou Flávio, indicando seus próximos passos na corrida eleitoral.

A homenagem na Alesp também foi palco para discursos de deputados bolsonaristas, que lamentaram as ausências. Expressaram que, apesar do clima festivo, a felicidade era incompleta devido à falta de Jair Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), este último em “autoexílio” nos Estados Unidos. Deputados como Lucas Bove (PL) reforçaram o sentimento do grupo ao afirmar, com um boné escrito “Bolsonaro 2026”, que “para tristeza da esquerda, vai ter Bolsonaro na urna, sim”, evidenciando o desejo de manter o nome da família nas disputas futuras.

Embora a galeria de convidados não estivesse completamente lotada como em outros eventos políticos de grande porte, os parlamentares presentes justificaram a situação. Argumentaram que diversos apoiadores do grupo político do ex-presidente enfrentaram dificuldades para conseguir acesso ao plenário e aos corredores da Assembleia. Carlos Bolsonaro e Mário Frias receberam o Colar de Honra ao Mérito Legislativo, honraria proposta pelo deputado estadual Paulo Mansur (PL) e concedida àqueles que contribuíram para o desenvolvimento social, cultural e econômico do estado. A homenagem a Carlos, que é vereador no Rio e deve concorrer ao Senado por Santa Catarina em 2026, foi justificada por Mansur com a afirmação de que o “filho 02” é “do Brasil inteiro”.

As reações políticas à candidatura de Flávio Bolsonaro para 2026 e o evento de homenagem a Carlos Bolsonaro também evidenciaram divisões e estratégias no campo da direita. Enquanto Mário Frias comemorou a indicação de Flávio e clamou por “união em torno de Jair Bolsonaro”, partidos do Centrão demonstraram desconfiança quanto à seriedade da indicação. Esses partidos defendem que o grupo se mobilize em apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sugerindo que a unidade pode se dar em torno de diferentes figuras políticas dentro da órbita bolsonarista.

O ambiente na Alesp não foi totalmente tranquilo, pois, antes do início do evento, aproximadamente 20 estudantes protagonizaram uma manifestação nos corredores do local. Com gritos de ordem, os estudantes protestaram contra a anistia para Jair Bolsonaro e outros condenados pelos eventos golpistas. Eles estavam separados por uma porta de vidro dos participantes da homenagem. Apesar da barreira, houve confrontos indiretos, com cartazes contra o ex-presidente sendo rasgados quando passados pela fresta da porta ou quando a passagem se abria para a entrada de convidados, demonstrando a polarização política existente.

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A homenagem a Carlos Bolsonaro na Alesp encapsulou não apenas um momento de desabafo e emoção do vereador, mas também a efervescência política em torno da família do ex-presidente. Entre críticas às condições de prisão de Jair Bolsonaro, o lançamento não oficial de candidaturas e os protestos estudantis, o cenário político brasileiro continua dinâmico. Para aprofundar-se nas movimentações políticas e nas discussões eleitorais, explore mais conteúdo em nossa editoria de Política.

Crédito da Imagem: Divulgação

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