O Canadá atrai talentos de tecnologia de maneira proativa, especialmente após as novas regras de visto impostas pelos Estados Unidos. O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, demonstrou interesse em captar profissionais do setor tecnológico que anteriormente poderiam ter encontrado oportunidades nos EUA através dos vistos H-1B, mas que agora enfrentam obstáculos significativos.
A recente decisão do governo americano, liderado pelo presidente Donald Trump, incluiu uma ordem executiva na semana passada que implementa taxas substanciais, no valor de US$ 100 mil (equivalente a R$ 534,4 mil), para a emissão de novos vistos H-1B. Essa medida gerou grande incerteza e insatisfação entre as companhias que dependem desses programas para recrutar especialistas internacionais em áreas como programação de computadores, engenharia e outras funções qualificadas. O visto H-1B, vale lembrar, é uma autorização que permite a empresas americanas empregarem temporariamente profissionais estrangeiros altamente qualificados para vagas específicas, dada a escassez de talentos locais em certas áreas.
Canadá Atrai Talentos Tech Após Novas Regras de Visto H-1B
Em Londres, no sábado, dia 27 de setembro de 2025, o primeiro-ministro Mark Carney enfatizou a chance de atrair indivíduos que, em circunstâncias normais, optariam pelos vistos H-1B. Ele notou que uma parcela considerável desses profissionais atua na área de tecnologia e demonstra flexibilidade para se mudar em busca de novas oportunidades de trabalho. Ao revisar sua política de imigração, o governo canadense considera ativamente a absorção desse capital humano especializado e planeja formular uma proposta clara para esses profissionais.
Historicamente, o Canadá enfrentou um cenário de “fuga de cérebros”, onde profissionais altamente qualificados dos seus setores de tecnologia e saúde migravam para os Estados Unidos. Contudo, a situação atual se apresenta como uma inversão de fluxo. A política de taxação do visto H-1B, implementada nos EUA, agora oferece uma vantagem considerável para o Canadá. Este momento é particularmente propício, já que o país busca soluções para o baixo crescimento de produtividade e procura mitigar o impacto econômico das tarifas comerciais impostas pelos próprios EUA.
Em um panorama global de atração de talentos, o Canadá não está sozinho. Outras nações, como a Alemanha e o Reino Unido, também estão ativamente divulgando seus territórios como destinos alternativos para trabalhadores qualificados que se deparam com entraves adicionais para ingressar nos EUA. Este cenário intensifica a competição internacional por profissionais de alta expertise. Em relação às políticas migratórias do Canadá, é possível obter mais informações consultando as diretrizes oficiais de Imigração, Refugiados e Cidadania do Canadá, que detalham os programas e critérios para trabalhadores estrangeiros qualificados.
Garry Tan, CEO da proeminente aceleradora de startups de São Francisco, Y Combinator, conhecida por apoiar empresas como Airbnb Inc. e Stripe Inc., expressou em uma publicação na plataforma X que “cidades como Vancouver ou Toronto prosperarão, em vez das cidades americanas”. Tan classificou a política de Trump como um “presente enorme para todos os centros de tecnologia no exterior”, uma vez que impõe um “pedágio” desvantajoso para empresas menores dos EUA que visam contratar talentos globais. A referida publicação foi, no entanto, posteriormente removida.

Imagem: www1.folha.uol.com.br
Grandes corporações do setor de tecnologia, incluindo Amazon.com Inc., Microsoft Corp. e Alphabet Inc., já possuem escritórios e centros de desenvolvimento nas principais metrópoles canadenses. Essas companhias poderiam agora acelerar seus processos de contratação no Canadá para contornar a nova taxa americana. Adicionalmente, elas podem se beneficiar da possibilidade de oferecer salários mais competitivos, potencialmente mais baixos do que os praticados pelas empresas localizadas ao sul da fronteira. Há cerca de um ano, a Amazon empregava mais de 8.500 funcionários corporativos e de tecnologia em seus centros de Vancouver e Toronto. A Microsoft, por sua vez, tinha 2.700 colaboradores em seu centro de desenvolvimento em Vancouver até abril daquele ano, indicando uma infraestrutura já consolidada no país.
Mark Carney também ressaltou a excelência das universidades canadenses na formação de talentos nas áreas de inteligência artificial e computação quântica. Contudo, historicamente, a “maioria deles vai para os Estados Unidos”, criando uma perda significativa para o ecossistema de inovação local. A nova conjuntura abre a possibilidade de reter e atrair esses especialistas, impulsionando a própria indústria tecnológica canadense e sua capacidade de inovação.
Confira também: artigo especial sobre leis e valortrabalhista
Em resumo, as alterações nas políticas de visto H-1B dos EUA criam um terreno fértil para que o Canadá se posicione como um polo atrativo para profissionais qualificados do setor de tecnologia. Este cenário não apenas ajuda a suprir necessidades internas do mercado canadense, mas também fortalece sua economia e capacidade de inovação, invertendo um fluxo de talentos que antes desfavorecia o país. Para acompanhar mais notícias e análises sobre como as decisões econômicas globais impactam o mercado de trabalho e o desenvolvimento regional, continue explorando nossa editoria de Economia.
Crédito da imagem: ADRIAN DENNIS-27.set.25/AFP
🔗 Links Úteis
Recursos externos recomendados