Em um passo significativo rumo à sustentabilidade na construção civil, a Caixa Federal impulsiona redução de CO2 em novas moradias por meio do lançamento de uma inovadora plataforma. Anunciada em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) na última segunda-feira, 03 de junho, a ferramenta tem como meta primordial quantificar o carbono presente nos empreendimentos habitacionais que recebem financiamento da instituição. O propósito central é otimizar os projetos estruturais e, consequentemente, diminuir o consumo de materiais, resultando em uma redução direta tanto das emissões de dióxido de carbono quanto dos custos de produção.
O anúncio oficial da iniciativa ocorreu durante o evento “Habitação de baixo carbono: experiências globais e soluções locais”, sediado na capital paulista. Nomeada como Benchmark Iterativo para Projetos de Baixo Carbono (BIPC), a tecnologia concentra seu foco inicial nas estruturas de empreendimentos imobiliários, com especial atenção àqueles integrantes do programa “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV).
Caixa Federal impulsiona redução de CO2 em novas moradias: Um marco para a construção sustentável
Conforme destacado pela Caixa, o programa habitacional do governo federal, caracterizado por sua padronização, representa uma janela de oportunidade ímpar para a mitigação de CO2, a elevação da qualidade das unidades habitacionais e o fomento à inovação tecnológica no robusto setor da construção civil brasileira. O programa Minha Casa Minha Vida é fundamental para garantir o acesso à moradia de qualidade.
O coordenador do projeto e renomado professor da Escola Politécnica da USP, Vanderley Moacyr John, detalhou a essência da plataforma. Segundo ele, a ferramenta foi concebida para auxiliar projetistas e construtoras a utilizarem uma menor quantidade de materiais nas edificações. Esse processo desencadeia dois benefícios diretos: em primeiro lugar, a “pegada de CO2” do empreendimento é reduzida drasticamente; em segundo, os custos envolvidos na produção se tornam consideravelmente menores. Este é, conforme John, o grande diferencial da plataforma BIPC.
Funcionalidade e Alcance da Ferramenta BIPC
A BIPC oferece uma capacidade analítica abrangente, permitindo a avaliação do impacto ambiental dos projetos com base em diversos critérios, incluindo tipologia construtiva, número de pavimentos, elementos estruturais (como vigas e pilares) e os materiais empregados. Além disso, a plataforma possibilita a comparação de diferentes projetos frente às melhores práticas existentes no mercado, incentivando a adoção de métodos mais sustentáveis. Há também uma seção pública disponível para consulta geral sobre a linha de base de carbono de variados tipos de construções, promovendo a transparência e o acesso à informação.
Vanderley Moacyr John enfatizou o vasto alcance da iniciativa, salientando que “A Caixa detém 80% do mercado imobiliário. Assim, virtualmente todas as habitações passarão por essa ferramenta”. Ele reiterou que a criação de uma ferramenta única não apenas diminuirá a pegada de CO2, contribuindo para um planeta mais seguro, mas fará isso com um “custo negativo”, ou seja, barateando as construções. Tal feito é particularmente relevante em um país onde grande parte da população ainda almeja a conquista da casa própria.
Impacto Econômico e Ambiental
A maioria das estratégias voltadas para a redução de CO2, conforme observado por John, frequentemente acarreta custos adicionais. A plataforma BIPC, por outro lado, se destaca por reduzir a emissão de carbono enquanto, simultaneamente, abaixa o custo das habitações. O presidente da Caixa, Carlos Vieira, ressaltou a relevância do setor de construção civil para a economia nacional, mencionando que ele representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e é responsável por 20% a 25% de todos os empregos gerados no Brasil. Com esta ferramenta, o acesso à medição do impacto ambiental será democratizado, acrescentou Vieira.

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br
Novos Horizontes de Sustentabilidade na Caixa
A Caixa também aproveitou a oportunidade para apresentar uma série de novos compromissos direcionados ao desenvolvimento sustentável. Entre eles, está a expansão das linhas de crédito verde, priorizando investimentos que gerem resultados positivos tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade. A expectativa é que, até 2030, a carteira de crédito verde da instituição cresça em 50%, atingindo um saldo impressionante de R$ 1,25 trilhão.
Adicionalmente, a instituição bancária se comprometeu a promover a igualdade de oportunidades em sua estrutura, visando que pelo menos 36% dos cargos de chefia de unidade (funções gerenciais) sejam ocupados por mulheres até o ano de 2030. No que tange às posições de alta gestão, como diretores e vice-presidentes, o estatuto atual da Caixa já prevê que, no mínimo, um terço desses cargos seja preenchido por profissionais mulheres.
Em sua visão de longo prazo, a Caixa planeja alcançar a marca de zero emissões líquidas de carbono até 2050, englobando tanto as emissões diretas quanto as indiretas, incluindo as geradas em operações financiadas pelo banco. Nos próximos 25 anos, a instituição também implementará um modelo de economia circular, com o objetivo de minimizar a destinação de resíduos a aterros sanitários e eliminar por completo o envio de resíduos para incineração, reafirmando seu papel protagonista na agenda ESG.
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A implementação da plataforma BIPC e os demais compromissos da Caixa Econômica Federal reforçam uma tendência global de valorização da sustentabilidade, mostrando que é possível alinhar desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental. Mantenha-se informado sobre outras notícias e análises sobre o desenvolvimento urbano e sustentabilidade na seção de Cidades em nosso portal.
Crédito da Imagem: Ricardo Stuckert


