O dramático caso da brasileira em estado vegetativo nos EUA após um mal súbito, Fabíola da Costa, de 32 anos, mobiliza sua família em uma tentativa desesperada de retornar ao Brasil. Natural de Juiz de Fora, Minas Gerais, Fabíola foi acometida por uma condição grave em setembro de 2024 que a deixou sem consciência, acumulando despesas médicas que já superam a marca de meio milhão de reais no sistema de saúde americano.
A situação complexa transformou a vida do marido, Ubiratan Rodrigues da Nova, de 41 anos, que interrompeu sua própria atividade profissional para se dedicar integralmente ao cuidado da esposa e dos três filhos. Diante da inviabilidade de um transporte aéreo especializado devido aos custos astronômicos, a família busca agora uma alternativa inusitada: uma jornada terrestre de quase 7 mil quilômetros em um motorhome adaptado para trazer Fabíola de volta para casa.
Brasileira em estado vegetativo nos EUA: família busca retorno
A saga da família Costa teve início em 2019, quando Fabíola e Ubiratan tomaram a decisão de se mudar para os Estados Unidos com seus dois filhos mais velhos, na esperança de encontrar novas e melhores oportunidades. Após uma breve estadia em Newark, Nova Jersey, o casal se estabeleceu em Orlando, Flórida, onde nasceu a filha caçula, hoje com 5 anos de idade. No país norte-americano, Fabíola trabalhava como manicure e não apresentava histórico de problemas de saúde, enquanto Ubiratan atuava como caminhoneiro.
No dia 20 de setembro de 2024, a vida da família mudou drasticamente. Fabíola sofreu um mal súbito em sua residência. O marido estava trabalhando em outro estado e, assim, o enteado e os outros dois filhos foram os responsáveis por prestar os primeiros socorros e levá-la ao hospital. Durante o atendimento de emergência, Fabíola teve três paradas cardíacas e sofreu uma perfuração no pulmão decorrente das manobras de reanimação, o que resultou em uma lesão cerebral grave e, consequentemente, seu estado vegetativo. A família relata que, até o momento, não há um diagnóstico conclusivo sobre a causa original do mal súbito que desencadeou esta série de eventos trágicos.
O Longo Período Hospitalar e o Tratamento Domiciliar
Desde o episódio de setembro de 2024, Fabíola permaneceu internada por um período de sete meses, durante o qual parte de suas despesas médicas foi coberta por um plano de saúde. Apesar de seu estado clínico ter se estabilizado, ela nunca recuperou a consciência. Em abril de 2025, recebeu alta hospitalar e a partir de então, o tratamento da brasileira em estado vegetativo nos EUA passou a ser realizado em sua própria casa, em Orlando.
Para prover os cuidados necessários, um dos quartos da residência foi totalmente adaptado, contando com o suporte básico indispensável para a sua condição. Ubiratan Rodrigues da Nova assumiu a rotina intensa de cuidados, que inclui desde o banho, a alimentação via sonda, a administração de medicamentos, até a realização de sessões de fisioterapia e exercícios de fonoaudiologia, além da higiene pessoal diária. Ele menciona contar com o auxílio esporádico de uma enfermeira e de alguns amigos que são fisioterapeutas, mas a maior parte da responsabilidade recai sobre ele.
A Batalha Contra os Gastos e a Inviabilidade do Retorno Aéreo
A dimensão dos custos para manter o tratamento de Fabíola é um dos maiores desafios enfrentados pela família. Segundo o depoimento de Ubiratan, os gastos acumulados desde o mal súbito já excederam os R$ 500 mil. A situação é agravada pelo fato de que o plano de saúde não cobre integralmente todos os tratamentos essenciais; despesas como sessões regulares de fisioterapia, fraldas, curativos e outros materiais básicos não estão incluídas. Além disso, medicamentos, vitaminas e os alimentos especiais administrados via sonda dependem exclusivamente do suporte financeiro da família e de doações que são mobilizadas por campanhas de internet e auxílio de amigos. O custo do sistema de saúde americano, sabidamente alto e complexo, é um fator determinante para essa pressão financeira. Para entender melhor os custos hospitalares nos EUA, é possível consultar informações de órgãos especializados como a Kaiser Family Foundation.
A esperança inicial de trazer Fabíola de volta para o Brasil através de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea se tornou inviável. O valor estimado para esse tipo de deslocamento ultrapassaria R$ 1 milhão, cifra que está completamente fora do alcance da família. O apoio consular recebido até o momento, de acordo com o relato familiar, limita-se a assistência psicológica e burocrática, não incluindo qualquer tipo de ajuda financeira substancial para a realização da travessia.

Imagem: g1.globo.com
A Solução: Um Motorhome Adaptado e uma Longa Jornada por Terra
Diante dos obstáculos financeiros intransponíveis para um retorno aéreo, Ubiratan Rodrigues da Nova anunciou nesta semana uma nova estratégia: o retorno por terra. Ele planeja adaptar um motorhome para as necessidades de Fabíola e embarcar em uma jornada com ela e os três filhos. Esta alternativa apresenta uma redução significativa de custos. O valor estimado para a aquisição do veículo adaptado e para todas as despesas de deslocamento é de aproximadamente R$ 200 mil, representando uma economia de mais de R$ 800 mil em comparação com a UTI aérea.
A empreitada se configura como uma viagem monumental. A expectativa é que o trajeto de quase 7 mil quilômetros, atravessando 11 países, leve cerca de 50 dias. Ubiratan ressalta a necessidade de planejar paradas diárias para garantir o cuidado adequado à esposa e para o descanso de toda a família. O percurso foi traçado para evitar regiões notoriamente perigosas e para privilegiar rotas que ofereçam algum tipo de apoio médico e policial ao longo do caminho, assegurando a máxima segurança possível durante a complexa travessia.
Detalhes da Grande Viagem de Retorno da Brasileira em Estado Vegetativo
Ainda neste mês, a previsão é que Ubiratan consiga adquirir o motorhome, o que permitiria a partida da família para o Brasil já em novembro de 2025. O cronograma estabelecido para a viagem contempla os 50 dias estimados para o percurso terrestre, que incluirá uma série de países das Américas Central e do Sul antes de adentrar o território brasileiro.
O desembarque no Brasil será feito pelo estado do Acre, na fronteira ocidental. De lá, a família prosseguirá até o destino final, em Juiz de Fora, Minas Gerais, onde Fabíola poderá finalmente receber cuidados médicos em um ambiente mais próximo de sua rede de apoio familiar e em seu país de origem. A resiliência de Ubiratan e a mobilização em torno da história da brasileira em estado vegetativo nos EUA continuam a inspirar muitos.
Confira também: crédito imobiliário
A luta de Fabíola da Costa e sua família exemplifica as inúmeras dificuldades que brasileiros podem enfrentar em solo estrangeiro, especialmente quando a saúde é comprometida e o suporte financeiro é escasso. O retorno ao Brasil representa não apenas um esforço logístico gigantesco, mas também a busca por uma nova esperança e a proximidade de suas raízes. Para mais notícias de impacto em sua cidade e região, continue acompanhando as atualizações em nossa editoria de Cidades.
Crédito da imagem: Ubiratan Rodrigues/Arquivo pessoal



