Brasil Se Despede do Mundial de Ginástica Artística 2025 Sem Medalhas

Esportes

A edição de 2025 do Campeonato Mundial de Ginástica Artística, que ocorreu na vibrante Jacarta, Indonésia, chegou ao fim, marcando um desfecho sem medalhas para a delegação brasileira. Após sete anos, o Brasil se despede do Mundial de Ginástica Artística sem medalhas, quebrando uma sequência de pódios que perdurava desde 2017. A última grande expectativa para uma conquista repousou sobre os ombros da ginasta Flávia Saraiva, de 26 anos, que obteve a expressiva quarta colocação na final da trave, um dos eventos de maior destaque do esporte, disputada no último sábado, dia 25 de outubro.

A performance de Flávia, nascida no Rio de Janeiro, representou o ponto alto para a equipe brasileira no evento, estabelecendo um novo marco em sua própria carreira em Campeonatos Mundiais na trave. Este resultado superou sua sexta posição conquistada em Stuttgart, na Alemanha, em 2019. Sua trajetória de destaque em grandes competições também inclui um quinto lugar nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, demonstrando sua consistente presença entre as melhores do mundo na modalidade.

Brasil Se Despede do Mundial de Ginástica Artística 2025 Sem Medalhas

Flávia Saraiva solidificou sua vaga na final da trave com uma qualificação impressionante, garantindo a segunda melhor nota nas eliminatórias. Naquela ocasião, sua performance lhe rendeu 13.833 pontos, resultantes da combinação de 5.5 pontos pela dificuldade do movimento e 8.333 pela precisão de execução. Com a intenção clara de competir ativamente por uma posição no pódio na final, a ginasta brasileira escolheu executar uma série de movimentos mais desafiadora e complexa. Esta nova abordagem elevou a nota de dificuldade para 5.7, refletindo o alto risco e a ousadia de sua escolha. Com uma execução praticamente impecável, recebendo 8.200 pontos pela realização da acrobacia sem erros visíveis, Flávia totalizou 13.900 pontos.

No entanto, o nível competitivo da final da trave era excepcional. As ginastas que subiram ao pódio registraram pontuações acima de 14 pontos, com movimentos ainda mais complexos e finalizações “cravadas”, que significam aterrisagens perfeitas. A medalha de ouro foi para a chinesa Zhang Qingying, que demonstrou excelência inquestionável ao atingir 15.166 pontos. A argelina Kaylia Nemour garantiu a prata com uma nota de 14.300, enquanto a japonesa Aiko Sugihara completou o pódio, ficando com o bronze e também superando a marca de 14 pontos.

Em declaração à Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Flávia Saraiva expressou seu sentimento de orgulho e superação, apesar da medalha não ter vindo. “Queria muito tirar esse peso de que, em finais, a Flávia não acerta”, disse a atleta, reconhecendo a pressão e as expectativas. Ela prosseguiu, afirmando: “Hoje [sábado], fiquei orgulhosa do meu trabalho, de tudo o que fiz ao longo do ano. Esta final foi um pouco atípica. Poucas erraram. Isso é ótimo para a ginástica, mostra o quanto está competitiva.” A ginasta destacou a dificuldade e a honra de ser a primeira a se apresentar na final, salientando que conseguiu executar a série exatamente como vinha treinando, um feito notável dada a natureza da competição.

Além da performance destacada de Flávia Saraiva, outros dois ginastas brasileiros participaram de finais individuais em Jacarta, demonstrando o talento nacional no esporte. O fluminense Caio Souza e o paulista Diogo Soares foram os representantes do Brasil nestas etapas decisivas. Caio Souza, um ginasta experiente, competiu na exigente prova do individual geral, modalidade em que os atletas se apresentam em todos os aparelhos e são avaliados pela soma de seus desempenhos. Ele garantiu uma respeitável nona posição nesta categoria. Adicionalmente, Caio também alcançou a final das argolas, onde conquistou a sexta colocação. Já Diogo Soares, outro talento promissor, terminou sua participação no individual geral na 17ª posição, marcando sua presença em alto nível na competição mundial.

A ausência de Rebeca Andrade nesta edição de 2025 foi um fator notável e inevitável, dado o seu histórico de sucesso e sua importância para a ginástica brasileira. A paulista, que optou por não competir neste ano, foi a grande responsável por quatro das seis medalhas conquistadas pelo Brasil no Campeonato Mundial de 2023, realizado na Antuérpia, Bélgica. Aquela edição, com um ouro, três pratas e dois bronzes, é até hoje considerada a mais vitoriosa da história da ginástica artística brasileira. Sua presença certamente faz diferença, mas a competição deste ano evidenciou a emergência de novos talentos e a persistência dos ginastas que representaram o país.

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Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br

Destaques no Mundial de Taekwondo

Em paralelo às emoções da ginástica, o Brasil também marcou presença no Campeonato Mundial de Taekwondo, que aconteceu em Wuxi, na China. No segundo dia de competições, dois atletas brasileiros estrearam no tatame, buscando fazer história em suas primeiras participações no mundial. O paulista Guilherme Morais, na categoria até 63 quilos (kg), demonstrou grande potencial ao superar o afegão Mohsen Rezaee e o italiano Dennis Baretta em combates desafiadores. Sua jornada, entretanto, foi interrompida nas oitavas de final, onde perdeu para o sul-coreano Jun Jang, um adversário de alto nível.

Na categoria feminina até 49 kg, a catarinense Camilly Camargo iniciou sua campanha com uma vitória importante sobre a indiana Twisha Kakadiya. Contudo, na segunda rodada do torneio, Camilly enfrentou a cazaque Nodira Akhomedova e acabou sendo superada. Para o domingo, dia 26, mais atletas brasileiros entraram em ação, com expectativa de boas performances. O fluminense Matheus Gilliard (até 54 kg), o mineiro Ícaro Miguel (até 87 kg) e a paulista Thaisa de Souza (73 kg) foram os representantes do Brasil, mostrando a força da delegação nacional na modalidade.

Ainda em Wuxi, o Brasil já tinha motivos para comemorar antes dos combates de domingo. A paulista Maria Clara Pacheco conquistou o ouro na categoria até 57 kg na última sexta-feira, dia 24. Essa vitória notável repetiu um feito histórico da taekwondista paranaense Natália Falavigna, que havia subido ao lugar mais alto do pódio 20 anos antes, solidificando a tradição brasileira no Taekwondo mundial. O sucesso de Maria Clara reforça o legado de grandes atletas e inspira a nova geração a seguir buscando as mais altas honrarias para o país.

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O encerramento do Campeonato Mundial de Ginástica Artística de 2025, com a despedida do Brasil sem medalhas, convida a uma análise aprofundada sobre a performance da equipe e os caminhos futuros da modalidade no país. Paralelamente, o Taekwondo celebra uma medalha de ouro importante, destacando a capacidade dos atletas brasileiros de alcançarem o pódio em diversas disciplinas. Continue acompanhando as notícias esportivas para ficar por dentro dos próximos desafios e conquistas do esporte nacional.

Crédito da imagem: MeloGym/CBG

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