O Brasil enfrenta uma preocupante tendência de alta no número de **mortes em rodovias federais** há pelo menos cinco anos, com o período de 2020 a 2024 registrando um acréscimo significativo nas fatalidades. De acordo com informações compiladas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), neste intervalo de quatro anos, um total de 27.920 indivíduos perderam suas vidas em acidentes nas estradas brasileiras sob jurisdição federal, evidenciando um desafio persistente para a segurança viária nacional.
A elevação da letalidade nas vias federais apresentou um incremento de 16% ao longo desse período, passando de 5.292 óbitos contabilizados em 2020 para 6.160 vítimas fatais registradas apenas no ano de 2024. A magnitude desse aumento é comparável à perda total de toda a população residente no município de Juquitiba, localizado na região metropolitana de São Paulo, ao longo de apenas quatro anos.
Contrariando a sequência de aumentos, os dados mais recentes da PRF indicam uma relativa estabilidade no contingente de óbitos de janeiro a agosto de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Foram apuradas 3.973 vítimas em rodovias federais nesses oito meses, o que representa uma diminuição marginal de 20 mortes, ou -0,5%, em relação ao exercício anterior. Esta pausa na tendência de alta ocorre em um momento crucial.
Brasil: Aumento de Mortes em Rodovias Federais desde 2020
, demonstrando a complexidade dos fatores que influenciam a segurança nas vias brasileiras.
Apesar da percepção popular de que grandes acidentes envolvendo veículos de transporte coletivo contribuem significativamente para as estatísticas de morte, os dados revelam que passageiros de ônibus representam uma minoria entre as fatalidades. O sinistro ocorrido na BR-423, em Pernambuco, na sexta-feira (17), que resultou na morte de 17 pessoas, figura entre os incidentes mais graves do ano. No entanto, o foco principal das preocupações da segurança rodoviária se concentra em veículos menores, como motocicletas e automóveis, cujos ocupantes compõem a maior parte das vítimas fatais.
Em 2024, as fatalidades envolvendo ônibus em rodovias federais somaram 406 ocorrências, representando menos de 7% do total de óbitos. Em contrapartida, acidentes com automóveis foram responsáveis por 35% das mortes, atingindo 2.210 vítimas. Veículos de duas rodas, como as motocicletas, registraram 33% das fatalidades, totalizando 2.024 pessoas. Estes números sublinham a importância de políticas e campanhas de conscientização direcionadas a esses grupos de condutores.
A atenção da Polícia Rodoviária Federal tem sido especialmente voltada para os acidentes envolvendo motocicletas no primeiro semestre de 2025. Apesar da estabilidade geral nas mortes registradas neste ano, houve um crescimento tanto no número de sinistros quanto de feridos e mortos relacionados a motocicletas entre janeiro e junho. Nesse período, contabilizaram-se mil óbitos e aproximadamente 18 mil feridos, um aumento de 1,3%. Antes disso, no ano fiscal de 2023 para 2024, já havia sido verificada uma elevação de 15% na letalidade envolvendo esse tipo de veículo, alcançando cerca de 35 mil mortos anualmente neste segmento, refletindo um cenário de alta complexidade.
A análise da PRF aponta para as causas mais comuns dos sinistros com motocicletas. A ausência de reação dos condutores foi o fator primordial em 2.343 colisões envolvendo esses veículos nos primeiros seis meses de 2025. Em seguida, figuram a reação tardia ou ineficiente dos pilotos e o acesso inadequado à via sem a observação da presença de outros veículos, reforçando a necessidade de prudência e atenção redobrada no trânsito.
Embora a letalidade no trânsito das rodovias federais tenha mostrado uma diminuição marginal de menos de 1% nos oito primeiros meses de 2025, o período foi marcado por uma queda significativa no número total de acidentes. Foram registrados 47.181 sinistros nas estradas federais de janeiro a agosto, uma redução notável de 132% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse dado indica uma dissociação entre a frequência de acidentes e a sua severidade fatal.

Imagem: www1.folha.uol.com.br
Historicamente, o Brasil vivenciou um período de redução contínua das **mortes em rodovias federais** por sete anos consecutivos, entre 2011 e 2018, antes da atual escalada nas fatalidades. O ápice do registro de óbitos nas estradas federais nos últimos 18 anos ocorreu em 2011, quando 8.675 pessoas perderam a vida. Informações e relatórios mais detalhados sobre a segurança viária federal podem ser encontrados nos canais oficiais da Polícia Rodoviária Federal, a exemplo do portal governamental dedicado à PRF, que oferece estatísticas e dados operacionais.
Sobre o grave incidente na BR-423 em Pernambuco, a PRF informou que o condutor do ônibus envolvido perdeu o controle do veículo. O ônibus, que fazia a rota de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco, para Brumado, na Bahia, invadiu a contramão e colidiu com rochas na margem da rodovia. Após o impacto inicial, o motorista conseguiu redirecionar o veículo para o sentido correto, mas subsequentemente chocou-se contra um barranco de areia e tombou. As circunstâncias exatas que levaram à perda de controle do veículo continuam sob investigação pelas autoridades competentes.
O acidente, ocorrido entre os municípios de Paranatama e Saloá, na região da Serra dos Ventos, deixou, além dos 17 mortos, outras 17 pessoas feridas, conforme os levantamentos do governo estadual. No total, 33 indivíduos estavam a bordo do veículo, que transportava passageiros que haviam viajado de Brumado para Santa Cruz do Capibaribe com o propósito de fazer compras na conhecida cidade polo de confecções. Até a noite de domingo, dia 19, todos os óbitos haviam sido identificados, e 15 dos 17 corpos já haviam sido liberados para os respectivos velórios e sepultamentos pelas famílias das vítimas.
Confira também: crédito imobiliário
Este cenário de persistente alta nas **mortes em rodovias federais**, embora com uma breve estabilidade recente, exige contínuo monitoramento e intervenções eficazes das autoridades e da sociedade. A análise detalhada das causas e o foco em campanhas preventivas para os veículos mais vulneráveis são essenciais para reverter essa alarmante estatística. Continue acompanhando as atualizações sobre segurança e notícias regionais na nossa editoria Cidades e demais seções em Hora de Começar, para se manter informado sobre este e outros temas relevantes para o dia a dia brasileiro.
Crédito da imagem: Corpo de Bombeiros – 21.dez.24/Divulgação



