O episódio da eliminação do Brasil na Copa América de 1975 através de um inusitado sorteio ainda reverbera nas páginas da história do futebol, evidenciando como a vida e o esporte se entrelaçam em narrativas ricas e imprevisíveis. Esta ocorrência, embora não seja uma memória de primeira mão para muitos, está meticulosamente registrada em diversas fontes históricas, incluindo periódicos de grande circulação, garantindo sua credibilidade.
No universo do futebol, onde clubes, seleções, competições e atletas são eternamente debatidos, surgem anedotas fascinantes. Muitas dessas histórias, sejam recentes ou de tempos passados, evocam sentimentos diversos e enriquecem o panorama esportivo, sendo a de 1975 uma dessas passagens notáveis sobre a imprevisibilidade de eventos importantes.
Brasil é Eliminado da Copa América 1975 por Sorteio Inusitado
O incidente que selou o destino da Seleção Brasileira aconteceu em 4 de outubro de 1975, na cidade de Lima, Peru. Aos 2 anos na época do ocorrido, o relato, como muitos outros episódios que fogem à memória contemporânea, provém de extensa pesquisa documental. Tal como o renomado Nilton Santos, conhecido como “enciclopédia do futebol” por seu vasto conhecimento, é um prazer compartilhar tais “causos” para um público que aprecia as peculiaridades do esporte.
Copa América de 1975: Um Torneio com Formato Singular
A edição de 1975 marcou a trigésima da Copa América, reunindo dez equipes sul-americanas em um formato inédito e estendido. Foi a primeira de três competições sem uma sede fixa, prolongando-se por vários meses com confrontos de ida e volta entre os participantes. O histórico do torneio àquela época era dominado por Argentina e Uruguai, que somavam 12 e 11 títulos, respectivamente. O Brasil, então tricampeão em 1919, 1922 e 1949 – sempre como anfitrião –, buscava seu quarto troféu. O Peru, por sua vez, almejava o segundo título, após ter vencido em casa em 1939.
No caminho rumo à grande final, Brasil e Peru se classificaram como campeões de seus respectivos grupos, o que os colocou frente a frente em uma das semifinais. O primeiro embate ocorreu no Mineirão, em Belo Horizonte, onde a seleção peruana, comandada pelo talentoso craque Teófilo Cubillas, surpreendeu os brasileiros com uma vitória por 3 a 1. A equipe brasileira nesse jogo contava com Raul; Nelinho, Miguel, Piazza e Getúlio; Vanderlei, Geraldo (Zé Carlos) e Palhinha; Roberto Batata, Roberto Dinamite (Reinaldo) e Romeu Cambalhota.
A partida de volta, realizada no Estádio do Alianza, na capital peruana, viu o Brasil dar o troco. Em um fim de tarde de sábado, sob o comando de Osvaldo Brandão, a escalação brasileira tinha Waldir Peres, Nelinho, Vantuir, Piazza e Getúlio; Vanderlei, Zé Carlos e Geraldo (Palhinha); Roberto Batata, Campos (Roberto Dinamite) e Romeu Cambalhota. A vitória brasileira por 2 a 0, com um gol contra de Meléndez e outro de Campos, equilibrou o confronto. Ao final dos dois jogos, as equipes estavam empatadas em número de vitórias (uma para cada lado) e em saldo de gols.
O Sorteio Polêmico que Decidiu o Confronto
De acordo com o regulamento da Copa América de 1975, não havia disputa de pênaltis para resolver o empate entre Brasil e Peru. Em vez disso, a definição seria feita por um sorteio, que teria sido realizado na sede da Federação Peruana de Futebol, imediatamente após a conclusão da partida. A cena crucial envolveu dois pedaços de papel com as inscrições “Brasil” e “Peru” dentro de um recipiente. A incumbência de retirar um dos papéis coube a Verónica, uma adolescente de 14 anos, filha de Teófilo Salinas, então chefe da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). Esta confederação, responsável por gerir o futebol na América do Sul, tem uma rica história de eventos marcantes e desenvolvimento do esporte no continente, conforme pode ser verificado em sua página oficial: https://www.conmebol.com/institucional/historia/.
O sorteio determinou a vitória do Peru, culminando na **eliminação do Brasil na Copa América**. Rapidamente, circularam suspeitas de manipulação por parte da delegação brasileira, com jogadores e membros da comissão técnica clamando por uma decisão em campo ou por um simples “cara ou coroa” para o desempate, questionando a lisura do processo. Uma versão, amplamente difundida mas jamais comprovada, apontava que Verónica teria selecionado uma “bolinha vermelha e branca com a letra ‘P'” (de Peru) ao invés de um pedaço de papel. Tal método gerou especulações sobre a possibilidade de manipular sorteios por meio de bolinhas que pudessem ser identificadas previamente, como as “geladas”, instruindo o sorteador a escolhê-las.

Imagem: www1.folha.uol.com.br
Independentemente da controvérsia que acompanhou a **saída da Seleção Brasileira do torneio**, os peruanos avançaram e conquistaram o título da competição, superando a Colômbia na grande final. Este evento permanece como uma das **histórias mais inusitadas do futebol sul-americano**, destacando a arbitrariedade dos regulamentos em edições passadas do torneio continental e a paixão em torno da seleção nacional.
Casos Análogos e Reflexões sobre o Futebol
Anos mais tarde, em 1983, a sorte virou em favor do Brasil em um contexto semelhante na Copa América. Em outra semifinal, desta vez contra o Paraguai, após empates de 1 a 1 em Assunção e 0 a 0 em Uberlândia, o “sorteio da moedinha” favoreceu a equipe então treinada por Carlos Alberto Parreira. No entanto, mesmo com o avanço por sorteio, a Seleção Brasileira acabaria derrotada pelo Uruguai na final.
Esses “causos” de épocas passadas do futebol, caracterizados por suas peculiaridades regulamentares e métodos de desempate, dificilmente estariam frescos na memória coletiva, a menos que fossem revisitados e compartilhados. Eles oferecem um vislumbre fascinante das transformações que o esporte sofreu ao longo do tempo, em um período onde as regras permitiam desfechos tão imprevisíveis quanto o desenrolar da própria vida.
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Ao mergulhar nas lembranças do futebol, cada um guarda suas próprias memórias grandiosas e impactantes, seja a frustração da eliminação do Brasil para a Itália na Copa do Mundo de 1982, um marco para muitos, ou outros eventos que moldaram o panorama esportivo. A surpreendente **eliminação do Brasil na Copa América de 1975** com a participação decisiva de uma jovem permanece uma dessas histórias peculiares que enriquecem o legado do esporte. Para explorar mais artigos e análises detalhadas sobre o esporte mais popular do planeta e seus protagonistas, continue navegando em nossa editoria de Esporte e mantenha-se atualizado com as últimas novidades e recordes do universo esportivo.
Crédito da imagem: Manchete de página do caderno de Esporte da Folha do dia 5 de outubro de 1975 anuncia o desfecho da semifinal entre Brasil e Peru na Copa América daquele ano – Reprodução
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