Bolsas de Nova York Recuam Sob Pressão de Techs e Fed

Economia

As Bolsas de Nova York registraram uma forte desaceleração e encerraram a última quinta-feira (30) em queda significativa. O desempenho dos mercados acionários americanos foi influenciado principalmente por dois fatores centrais: uma postura mais cautelosa e um tom conservador adotado pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e balanços corporativos de grandes empresas de tecnologia, popularmente conhecidas como “big techs”, que ficaram aquém das expectativas de Wall Street.

No encerramento do pregão, os principais índices refletiram a aversão ao risco dos investidores. O Dow Jones apresentou uma queda de 0,23%, finalizando o dia com 47.521,81 pontos. O S&P 500 registrou perda de 0,99%, alcançando 6.822,32 pontos. Por sua vez, o índice Nasdaq foi o mais impactado, cedendo 1,57% para fechar em 23.581,14 pontos. A retração foi impulsionada sobretudo pela desvalorização de 1,41% observada no setor de tecnologia, evidenciando a sensibilidade desse segmento às notícias econômicas e aos resultados empresariais.

Bolsas de Nova York Recuam Sob Pressão de Techs e Fed

Os balanços trimestrais apresentados por algumas das principais “big techs” não foram bem recebidos pelo mercado. A Meta, controladora do Facebook, registrou um recuo de 11,33% em suas ações, enquanto a Microsoft teve uma queda de 2,90%. Analistas apontam que o aumento exacerbado nos gastos relacionados a investimentos em inteligência artificial (IA) pelas duas companhias gerou preocupação entre os investidores, que esperavam um controle mais rígido de custos. Contudo, a Alphabet, controladora do Google, agiu como um contrapeso parcial, com suas ações valorizando 2,52% após apresentar lucros que superaram as expectativas.

No cenário das “Sete Magníficas”, a fabricante de chips Nvidia também sentiu o impacto. Após ter alcançado a marca histórica de US$ 5 trilhões em valor de mercado na sessão anterior, suas ações perderam 1,77% em uma movimentação de realização de lucros por parte dos investidores. Esse movimento demonstra a volatilidade e a rapidez com que os ativos tecnológicos podem reagir a novos patamares de valorização e expectativas. Enquanto isso, o mercado agora volta suas atenções e expectativas para os próximos resultados trimestrais de outras gigantes do setor, como a Apple, que subiu 0,63%, e a Amazon, que viu suas ações caírem 3,23%.

Além dos balanços, as declarações de Jerome Powell foram decisivas para o ambiente de cautela. O presidente do Federal Reserve indicou a possibilidade de uma pausa no ciclo de flexibilização monetária e de corte de juros já em dezembro, endurecendo a perspectiva do banco central. Suas palavras tornaram ainda mais evidente a divisão de opiniões dentro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), o principal órgão de formulação de políticas do Fed. Powell mencionou a crença de que, “para parte do comitê, talvez seja hora de dar um passo atrás”, sugerindo um freio na política de relaxamento monetário. Para um entendimento mais aprofundado sobre o papel e as decisões do banco central americano, é fundamental compreender a atuação do Federal Reserve.

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Imagem: valor.globo.com

Esse posicionamento conservador do Fed também reacendeu debates sobre o futuro das taxas de juros americanas, gerando uma gama de posições divergentes no mercado. David Doyle, economista-chefe da Macquarie, por exemplo, projeta apenas mais um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.) pelo Fed, com o momento mais provável para essa medida sendo o primeiro trimestre de 2026. Ele destacou que os riscos residem em um possível afrouxamento monetário antecipado, enfatizando que a reunião de dezembro ainda apresenta incertezas e a possibilidade de decisões inesperadas.

O mercado global permanece atento aos desenvolvimentos em Wall Street, que reflete diretamente as dinâmicas de lucratividade das grandes corporações e a política monetária dos Estados Unidos. A confluência de balanços tecnológicos aquém do esperado e um Fed com postura mais cautelosa reforça a incerteza no cenário econômico de curto prazo.

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Foto: Michael Nagle/Bloomberg

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