O fechamento de um bar em São Vicente, situado no bairro Catiapoã, Baixada Santista, foi determinado na madrugada do último domingo, 26 de novembro, após a trágica morte de Wevelyn Pestana de Brito, de 32 anos. Segundo relatos dos familiares, a mulher começou a sentir-se mal depois de ingerir três doses de whisky no Bar 75. A gravidade dos sintomas aumentou significativamente após ela retornar para casa.
O quadro clínico de Wevelyn piorou rapidamente, caracterizado por intensa dor abdominal, episódios de vômito e grande irritação. Diante da emergência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi imediatamente acionado. Apesar dos primeiros socorros prestados pela equipe, Wevelyn chegou ao hospital já sem sinais vitais, confirmando o óbito no local.
Bar Fechado em São Vicente Após Morte Pós-Consumo de Whisky
Ainda na tarde de domingo, uma resposta conjunta foi mobilizada pela Prefeitura de São Vicente para apurar as circunstâncias do incidente no estabelecimento conhecido como Bar 75. Uma força-tarefa, composta por membros das secretarias de Defesa e Organização Social (Sedos), Saúde (Sesau) – por meio da Vigilância Sanitária –, do Procon-SV e da Secretaria de Comércio, Indústria e Negócios Portuários (Secinp), foi organizada. Contando com o apoio da Guarda Civil Municipal (GCM), Polícia Civil e Polícia Militar, a operação fiscalizou o local onde ocorreu o consumo das bebidas.
Durante a fiscalização detalhada do estabelecimento, constatou-se que o Bar 75 não possuía o devido alvará de funcionamento, documento indispensável para a sua operação. Em razão dessa irregularidade fundamental, o local foi prontamente interditado e fechado. Para dar continuidade às investigações, garrafas de bebidas, tanto lacradas quanto já abertas, foram recolhidas com o auxílio da Polícia Civil. As amostras coletadas serão submetidas a análises laboratoriais para determinar sua composição, conforme informado pelas autoridades municipais.
Contrariando especulações, as informações fornecidas pela prefeitura de São Vicente esclarecem que, até o momento, não há uma confirmação oficial sobre a causa exata da morte de Wevelyn, tampouco a comprovação de que a bebida ingerida estivesse adulterada. Os resultados dos exames são cruciais para essa elucidação.
A análise da causa mortis está atualmente sob a responsabilidade do Serviço de Verificação de Óbito (SVO). Somente após a conclusão completa desses exames específicos, será possível determinar com precisão o que ocasionou o falecimento da vítima. Esta etapa é fundamental para esclarecer se há alguma relação direta com a ingestão da bebida.
Em nota, a administração municipal também reforçou seu compromisso com a saúde e segurança pública, mencionando que já realiza fiscalizações periódicas em bares e adegas de toda a cidade. Essa intensificação da vigilância ocorre desde a detecção dos primeiros casos de intoxicação por metanol na região, o que demonstra uma preocupação prévia com a adulteração de bebidas alcoólicas.
Contexto da Intoxicação por Metanol
A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo divulgou um balanço recente sobre as ocorrências de intoxicação por metanol. Das 443 suspeitas de casos registradas no estado, um total expressivo foi descartado após investigação. O levantamento indica 44 casos de intoxicação confirmados, resultando em nove óbitos. Entre as vítimas fatais estavam quatro homens, com idades entre 26, 45, 48 e 54 anos, residentes na capital paulista; uma mulher de 30 anos, de São Bernardo do Campo; dois homens de 23 e 25 anos, e uma mulher de 27 anos, todos de Osasco; e um homem de 37 anos, morador de Jundiaí. Adicionalmente, dez casos permanecem sob investigação, incluindo dois óbitos: um paciente de 49 anos de Piracicaba e o caso de Wevelyn Pestana de Brito, de São Vicente, que ainda aguardam os resultados das análises.
A nível nacional, o Ministério da Saúde atualizou o panorama das ocorrências por intoxicação por metanol nesta segunda-feira (27), informando que o número total de mortes no país alcançou 15. Deste total, seis óbitos foram registrados no Paraná e outros seis em Pernambuco. Além dos casos fatais confirmados em São Paulo, há outras oito ocorrências de intoxicação sob investigação: quatro em Pernambuco, dois no Paraná, um em Minas Gerais e um em Mato Grosso do Sul. O balanço também indica que 32 notificações de óbitos que estavam sob análise foram descartadas. O número total de notificações de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas chega a 58 casos confirmados e 50 em fase de investigação, com 635 notificações já devidamente descartadas após avaliação.
Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br
Sinais e Alerta Sobre Intoxicação por Metanol
A ingestão de metanol representa uma emergência médica de altíssima gravidade. Ao ser consumida, essa substância é processada pelo organismo, resultando na formação de compostos extremamente tóxicos, como o formaldeído e o ácido fórmico. Estes subprodutos podem acarretar danos irreversíveis e, em muitas situações, levar à morte do indivíduo.
É crucial reconhecer os principais sintomas que indicam uma possível intoxicação por metanol. Estes incluem: alterações visuais, como visão turva ou perda significativa da visão, que pode evoluir para a cegueira permanente. Além disso, a pessoa pode apresentar um mal-estar generalizado, manifestado por náuseas, vômitos, dores abdominais intensas e sudorese excessiva, configurando um quadro preocupante que exige atenção imediata.
Diante da identificação de qualquer um desses sintomas em si mesmo ou em terceiros, é imperativo procurar serviços de emergência médica sem demora. Adicionalmente, recomenda-se o contato com instituições especializadas para orientação: o Disque-Intoxicação da Anvisa (0800 722 6001), o CIATox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) da sua cidade para orientação especializada (para consultar a lista de CIAToxs) ou o Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI) pelos telefones (11) 5012-5311 ou 0800-771-3733, este último disponível de qualquer local do país.
Uma medida preventiva fundamental é identificar e orientar prontamente qualquer pessoa que possa ter consumido a mesma bebida potencialmente contaminada. A todos os contatos é fortemente recomendado buscar, de forma imediata, um serviço de saúde para avaliação clínica e início de tratamento adequado, caso necessário. A rapidez no atendimento e na confirmação da intoxicação por metanol é decisiva, pois a demora aumenta substancialmente o risco de um desfecho fatal para o paciente.
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O caso do Bar 75 e a morte de Wevelyn Pestana de Brito em São Vicente reiteram a seriedade das fiscalizações e a importância da conformidade legal para estabelecimentos comerciais. As investigações sobre a causa da morte e a origem da bebida consumida seguem em curso, destacando a relevância da conscientização sobre os perigos da intoxicação por metanol e a urgência do atendimento médico. Para continuar acompanhando as notícias sobre eventos importantes em nossa comunidade, bem como temas de saúde pública e segurança urbana, explore a nossa categoria de Cidades.
Crédito da imagem: Arte/Agência Brasil
