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Ateliê Bonifácio Brilha no Rio, Valorizando a Cultura Afro-Carioca e o Empreendedorismo Negro

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O Ateliê Bonifácio, localizado no coração do Centro do Rio de Janeiro, representa um ponto de encontro e celebração vibrante da cultura afro-carioca. Idealizado pela caxiense Juliana Bonifácio, este espaço dinâmico nasceu com a missão de criar oportunidades e expressar a riqueza cultural por meio de atividades que envolvem música, gastronomia, arte e moda.

Juliana, uma mulher negra que canaliza a força de sua ancestralidade, imprime no Ateliê Bonifácio sua própria essência, marcada pela alegria, potência e autenticidade. Esses valores são multiplicados em cada iniciativa desenvolvida no local, que, com o passar dos anos, demonstrou uma capacidade crescente de impactar positivamente a vida das pessoas.

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Ateliê Bonifácio: Uma Jornada de Transformação e Identidade

O que inicialmente tomou forma na sala da casa de Juliana, impulsionado por uma visão de empreendedorismo, expandiu-se e hoje ocupa um sobrado na Rua do Senado, número 47, no Centro da capital fluminense. Aqueles que sobem suas escadas encontram muito mais do que um mero empreendimento focado na economia criativa; descobrem um refúgio de afeto e resistência cultural.

A gênese do Ateliê remonta a uma necessidade vital que muitos enfrentam cotidianamente: o empreendedorismo por sobrevivência. Juliana, que também é designer de interiores, explica que percebia as barreiras do mercado de trabalho para uma pessoa como ela:

“Sabia que o mercado não me contemplava e não ia me contemplar. O que me era posto, não queria pra mim. Criei a minha casa para ditar as regras e, ao invés de falar de dor, falar de autocuidado, pertencimento, autoestima e conexão com a ancestralidade de maneira bonita.”

Nascida em Duque de Caxias, Juliana iniciou sua jornada profissional ainda adolescente. As experiências de racismo vivenciadas em instituições públicas que frequentou a impulsionaram a forjar suas próprias oportunidades e, posteriormente, a estender essa possibilidade a outros. Essa filosofia se mantém viva desde 2017, com o Ateliê sendo um testemunho da capacidade de reescrever narrativas.

A Força da Ancestralidade e da Criatividade

Para Juliana Bonifácio, o Ateliê é uma materialização de um ideal profundo. “Somos pessoas prósperas e extremamente criativas. Por que não botar para fora o que está dentro da gente?”, reflete. A visão por trás do Ateliê é de um lugar que valoriza a potência inerente à comunidade negra, transformando adversidades em arte, cultura e novas perspectivas econômicas. A concepção do espaço é um contraponto direto à dor, priorizando temas como o autocuidado, o senso de pertencimento e a revitalização da autoestima, elementos cruciais para a construção de uma forte identidade conectada às raízes ancestrais.

A expansão física do Ateliê do ambiente doméstico para um sobrado no Centro do Rio de Janeiro não foi apenas uma mudança de endereço, mas um fortalecimento de seu impacto. O endereço, Rua do Senado, 47, simboliza essa consolidação, tornando o Ateliê Bonifácio um ponto de referência cultural e social, atraindo não apenas consumidores, mas também artistas, criadores e o público em geral, ansiosos por se conectar com essa atmosfera de acolhimento e celebração.

O Coletivo como Pilar de Crescimento e Resiliência

Embora o Ateliê Bonifácio tenha nascido sem um plano de negócios formal, a visão de um espaço coletivo esteve presente desde o início, incluindo ideias para oficinas de marcenaria. A organicidade de seu crescimento permitiu que diversas pessoas chegassem e se agregassem à iniciativa.

Além de servir como plataforma para outros empreendedores negros, Juliana fez questão de incorporar sua própria família ao projeto. A famosa feijoada preparada por sua mãe tornou-se um dos sucessos do local, o marido é um dos muitos artistas que alegram o ambiente com sua música, a irmã colabora na gestão das redes sociais e os filhos, desde cedo, já participam das atividades do Ateliê. Contudo, o círculo de impacto do Ateliê é muito mais amplo, estendendo-se por toda a comunidade criativa negra do Rio de Janeiro.

“Aqui a criatividade do movimento preto pulsa. É um espaço para criar sem medo e sustentar o que a gente acredita. Dá pra ter economia baseada no afeto, como nossa ancestralidade ensinou, e crescer no coletivo”, afirma Juliana, enfatizando o caráter colaborativo e as raízes profundas na sabedoria ancestral de seu povo.

A identidade do Ateliê se manifesta não apenas nas pessoas e na efervescência cultural, mas também nos detalhes, como as peças de decoração e as roupas que adornam o espaço e seus participantes. A mente criativa por trás do Ateliê Bonifácio, Juliana, também é responsável por uma marca própria de design, atua como consultora e comanda uma empresa de soluções em reformas. Suas múltiplas facetas se complementam, todas com um propósito comum: celebrar a vida e a cultura com afeto, coragem, axé, riso solto e coração aberto. Em sua comemoração de 32 anos, a empreendedora reafirmou o Ateliê e tudo o que ele representa como parte essencial de seu sentido de vida.

Programa EmpreendAE: Impulso para o Empreendedorismo Local

Apoiar pequenos empreendedores também é o objetivo da Águas do Rio por meio do programa EmpreendAE, lançado em 2023. Essa iniciativa busca fortalecer o empreendedorismo em comunidades situadas nas áreas de atuação da concessionária. O programa abre portas para que negócios locais, que oferecem serviços como bufê, gráfica, transporte e confecção de uniformes, possam integrar a rede de fornecedores da própria empresa. Adicionalmente, o EmpreendAE oferece cursos e capacitações gratuitas, focados na profissionalização das equipes e no desenvolvimento sustentável dos negócios, com o propósito de impulsionar a economia local, promover a inclusão produtiva e criar oportunidades em regiões com maior vulnerabilidade social.

A Trajetória de Silvia Oliveira e a Retalhos Cariocas

Silvia Oliveira aprendeu precocemente que a costura era muito mais do que a união de tecidos: era uma ferramenta para construir autonomia. Ao lado de sua mãe, Silvia transformou a arte da costura e o artesanato em meios de empoderamento para dezenas de mulheres na Barreira do Vasco, uma comunidade na Zona Norte do Rio de Janeiro, em São Cristóvão. O que começou como um curso gratuito, utilizando retalhos doados por fábricas locais, evoluiu para a “Retalhos Cariocas”, uma marca de moda que conquistou reconhecimento por prêmios e até mesmo uma viagem à África, onde Silvia teve a oportunidade de capacitar 20 mulheres artesãs e multiplicadoras em Cabo Verde. O trabalho da Retalhos Cariocas e o impacto gerado na comunidade evidenciam o potencial do empreendedorismo como motor de transformação social.

Mesmo após enfrentar desafios que a afastaram temporariamente da linha de frente da Retalhos Cariocas, Silvia reencontrou sua essência criativa no curso oferecido pelo programa EmpreendAE. Sua participação foi um catalisador para um novo fôlego:

“O EmpreendAE me deu uma nova energia para continuar. Reestruturei meu negócio, defini metas e voltei a me conectar com o que realmente me move. Hoje, sei que posso recomeçar com mais estratégia e propósito.”

Andressa Campos e o Crescimento da Senhorita Chocolate

Outra história de sucesso vinculada ao EmpreendAE é a de Andressa Campos, moradora do Complexo do Chapadão, que abrange cinco bairros da Zona Norte do Rio, incluindo Pavuna e Costa Barros. Andressa, que há uma década comanda a “Senhorita Chocolate”, um negócio especializado em bolos e doces, alcançou um novo patamar de profissionalização por meio do programa.

Ao participar das atividades oferecidas em sua comunidade em 2023, a empreendedora viu sua trajetória ser transformada. O EmpreendAE possibilitou a ampliação da produção da Senhorita Chocolate, a contratação de uma equipe e o início da construção de uma cozinha exclusiva para atender aos pedidos, consolidando o crescimento do negócio. Um dos pontos que a levou a uma mudança significativa em sua oferta de produtos foi um conceito introduzido no programa. “Aprendi o que é coffee break no programa, e hoje é meu principal produto”, afirma Andressa.

As histórias do Ateliê Bonifácio e dos participantes do programa EmpreendAE ilustram como a iniciativa e o suporte adequado podem fomentar um crescimento significativo e gerar impacto social positivo, especialmente em comunidades com desafios maiores.

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Fonte: G1

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